Israel não levantou problemas à entrada de 46 pacifistas internacionais na Faixa de Gaza. O bloqueio àquele território palestiniano arrasta-se desde Junho de 2007

Dois barcos transportando 46 activistas pró-palestinianos, que partiram do porto cipriota de Larnaca, na sexta-feira, atracaram na Faixa de Gaza sem quaisquer incidentes. “Eles queriam uma provocação no mar, mas não o obtiveram”, reagiu o porta-voz do ministério israelita dos Negócios Estrangeiros, Aviv Shiron. “Nós conhecemos os passageiros e o que eles transportam com eles. Por isso, não temos qualquer problema em deixá-los passar”.
Com esta iniciativa, o grupo “Libertem Gaza”, composto por nacionais de 14 países, pretendeu chamar a atenção para o sofrimento dos 1,4 milhões de palestinianos da Faixa de Gaza. A bordo do “Liberty” e do “Free Gaza” seguiam 200 aparelhos auditivos destinados às crianças.
Os pacifistas foram recebidos pelo primeiro-ministro Ismail Haniyeh (do Hamas), em clima de festa. “Independentemente do que venha a acontecer, conseguimos o nosso objectivo. Provamos que cidadãos comuns com meios comuns podem mobilizar a defesa dos direitos humanos palestinianos”, afirmou o organizador Paul Larudee.
Em 2005, Israel retirou colonos e tropas da Faixa de Gaza. Mas desde Junho de 2007, na sequência do movimento islâmico Hamas ter tomado o poder pela força, mantém um bloqueio ao território, apenas permitindo a entrada de ajuda humanitária. Israel quer isolar o Hamas e estancar o lançamento de “rockets” contra o seu território.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 25 de agosto de 2008. Pode ser consultado aqui