Dez dias após as eleições, o Presidente Shimon Peres convidou o líder do Likud (direita) a formar governo. Tzipi Livni fica na oposição

Após reunir-se hoje, separadamente, com Benjamin Netanyahu (Likud) e Tzipi Livni (Kadima), na sua residência em Jerusalém, o Presidente Shimon Peres acabou com o suspense que se vivia em Israel desde as eleições de 10 de Fevereiro e convidou “Bibi” Netanyahu a formar governo.
O Likud foi o segundo partido mais votado nas eleições, mas Peres considerou que reúne mais condições para formar um governo de unidade nacional. Dos 120 lugares no Parlamento (Knesset), Netanyahu conta com o apoio de 65 deputados de seis partidos: Likud, Yisrael Beitenu, Shas, United Torah Judaism, National Union e Habayit Hayehudi. Livni tinha apenas o apoio expresso dos 28 membros do Kadima. O Partido Trabalhista, o Meretz e os partidos árabes não recomendaram qualquer candidato a Shimon Peres.
Netanyahu (que já serviu como primeiro-ministro entre 1996 e 1999) afirmou que convidará o Kadima — o partido mais votado nas eleições — para negociações com vista à adesão ao governo. Mas fontes próximas da antiga agente da Mossad já afirmaram que a não ser que Netanyahu concorde com a rotação no cargo de primeiro-ministro, “não há nada que conversar”.
“Hoje, foram estabelecidos os fundamentos de um governo de extrema direita sob a liderança de Netanyahu”, escreveu Livni num sms enviado a 80 mil membros do Kadima. “O caminho desse governo não é o nosso. Vocês não votaram em nós para providenciarmos um certificado kosher a um governo de direita. Precisamos de providenciar uma alternativa de esperança na oposição”.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 20 de fevereiro de 2009. Pode ser consultado aqui