“Se israelitas e palestinianos não negociarem, a comunidade internacional deve apresentar uma proposta de acordo”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros. Reportagem em Omã

O processo de paz para o Médio Oriente foi a principal preocupação expressa pelo ministro português dos Negócios Estrangeiros diante dos seus homólogos da União Europeia (UE) e do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) hoje reunidos em Mascate.
“As negociações estão bloqueadas na sequência das alterações ocorridas no Governo israelita. Este ainda não confirmou as posições assumidas pelo Governo de Ehud Olmert em Annapolis relativas a uma solução para o processo de paz no Médio Oriente que passa pela criação de um Estado palestiniano”, afirmou Luís Amado ao “Expresso”, durante a pausa para almoço.
“É urgente relançar este processo. Se não for possível fazê-lo pela via das negociações entre as partes, então será necessário que a comunidade internacional assuma a responsabilidade de confrontar israelitas e palestinianos com uma proposta de acordo”, acrescentou.
Luís Amado falou ainda sobre as dificuldades que estão a inviabilizar a conclusão de um acordo de livre comércio entre UE e CCG, duas organizações de integração regional. “São sobretudo problemas que têm a ver com direitos de exportações e com o pilar político do acordo”, ou seja, questões como a democracia e os direitos humanos. “Temos pena de que não haja ainda a possibilidade da UE fechar o primeiro acordo inter-regional de livre comércio.”
De Omã, o ministro dos Negócios Estrangeiros português seguiu para o Kuwait onde na quinta-feira cumpre uma visita oficial a convite do seu homólogo, Mohammad Al-Sabah.
Criado em 1981, esta organização envolve seis países ribeirinhos ao Golfo Pérsico: Bahrain, Kuwait, Omã, Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Segue um processo de integração regional económico e político que tem como referência a União Europeia.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 30 de abril de 2009. Pode ser consultado aqui








