Omã surpreende pela sua limpeza. Quase não se vê lixo nas ruas e os homens trocam de “dishdasha” todos os dias. Reportagem em Omã

Se Omã tivesse uma cor oficial, seria muito provavelmente o branco. É esse o tom que predomina na paisagem do país, seja nos interiores dos edifícios, nas suas fachadas ou… nas vestes dos homens. Dia após dia, a esmagadora maioria dos omanitas veste-se com uma “dishdasha”, uma túnica tradicional árabe usada especialmente na Península Arábica.
Há-as de várias cores, mas são as brancas que enchem as lojas de roupa dos mercados. Por ser uma cor sujeita à sujidade, os omanitas trocam de “dishdasha” todos os dias. E não precisam de o dizer. Basta observar o seu estado permanentemente imaculado: limpo, passado a ferro e perfumado.
Mas não é só na maneira de vestir que os omanitas têm brio. Raramente se vê sujidade nas ruas e nos “suqs”, por exemplo, não se vive o caos do lixo que se constata noutros mercados do Médio Oriente. Dentro dos edifícios, as superfícies em mármore parecem acabadas de ser polidas. Nas vias públicas, cada pedaço de terra ajardinado, por mais pequeno que seja, está cuidado e dotado de um sistema de rega automática. E nos estaleiros das obras, as vassouras coexistem com as pás e picaretas, sendo possível observar um trabalhador a varrer um chão acabado de arranjar, enquanto outro, ali ao lado, ainda anda às voltas com o cimento.
Os omanitas dizem que os seus cuidados com a limpeza são ancestrais. Não fiando, o Sultanato está vigilante, não vá qualquer súbdito passar a ser desleixado… Andar na rua com um carro sujo pode motivar uma repreensão por parte de um polícia. Já atirar lixo pela janela de um carro dá multa pela certa.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 29 de abril de 2009. Pode ser consultado aqui