“Cérebro” do 11 de Setembro vai a julgamento

Cinco detidos em Guantánamo suspeitos de terem participado na conspiração que levou ao 11 de Setembro serão julgados num tribunal de Nova Iorque. O “cérebro” dos atentados, Khalid Sheikh Mohammed, é um deles

Infografia sobre o embate dos dois aviões nas duas torres do World Trade Center, em Nova Iorque MESSER WOLAND / WIKIMEDIA COMMONS

Khalid Sheikh Mohammed, o alegado “cérebro” dos atentados de 11 de Setembro, e quatro outros detidos em Guantánamo com alegadas ligações aos atentados vão ser julgados num tribunal civil de Nova Iorque, disse hoje uma fonte da administração norte-americana, sob anonimato, citada pela Associated Press.

A decisão deverá ser anunciada ainda hoje pelo Procurador-Geral norte-americano, Eric Holder. A transferência dos detidos para Nova Iorque deverá levar várias semanas, uma vez que nenhum deles foi ainda formalmente acusado.

Este julgamento, em território norte-americano, é considerado um passo decisivo no sentido do encerramento do campo de detenção na base norte-americana de Guantánamo, em Cuba, onde, presentemente, continuam detidos detidos 215 suspeitos de terrorismo. Recorde-se que esta foi a primeira decisão de Barack Obama após tomar posse como Presidente dos Estados Unidos.

183 simulações de afogamento

Especialistas dizem que este processo vai obrigar o aparelho judicial dos Estados Unidos a encarar questões legais complexas relativas ao programa de luta antiterrorista, incluindo os controversos métodos de interrogação utilizados pelos serviços secretos norte-americanos (CIA). Khalid Sheikh Mohammed, outrora considerado o número 3 da Al-Qaeda, foi submetido por 183 vezes ao chamado waterboarding, ou simulação de afogamento, antes desta prática ser banida.

De visita ao Japão, Barack Obama adiantou-se ao anúncio oficial da decisão e comentou: “Estou absolutamente convencido que Khalid Sheikh Mohammed será submetido às maiores exigências da justiça. O povo americano insistirá neste ponto e a minha Administração também”.

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 13 de novembro de 2009. Pode ser consultado aqui

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