O imã da mesquita de Lisboa está entre os muçulmanos mais influentes em todo o mundo. Um reconhecimento que decorre do seu trabalho em prol do diálogo inter-religioso

David Munir, o imã da mesquita de Lisboa, foi considerado um dos 500 muçulmanos mais influentes em todo o mundo. A distinção consta de um índice publicado pelo Real Centro de Estudos Estratégicos Islâmicos, da Jordânia que destaca o envolvimento do sheikh Munir “no diálogo inter-religioso com membros das outras fés abraâmicas”. “Recebi a notícia com grande satisfação”, reagiu ao “Expresso” o sheikh Munir. “Compartilho esta honra com todos os portugueses.”
À frente da mesquita de Lisboa desde os 23 anos — hoje, tem 46 —, o imã recorda a visita do Dalai Lama ao templo islâmico, em Setembro de 2007, como um exemplo de uma manifestação inter-confessional. O líder espiritual dos budistas tibetanos participou num encontro que reuniu budistas, muçulmanos, judeus, cristãos, hindus e baha’is e afirmou ter vivido “uma experiência única e memorável”. “Já viajei por muitos países, mas foi a primeira vez que fui recebido numa mesquita.” Paralelamente, o sheikh Munir destaca todo o trabalho desenvolvido pelo Fórum Abrâamico, uma associação criada por membros das comunidades judaica, cristã e islâmica portuguesas.
O “ranking” dos “500 muçulmanos mais influentes” é liderado pelo rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdul Aziz Al Saud, que é o guardião dos lugares santos do Islão de Meca e Medina. Segue-se o grande “ayatollah” Ali Khamenei, líder espiritual do Irão, e Mohammed VI, rei de Marrocos que ostenta o título de Comandante dos Crentes. No quinto posto surge Recep Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da Turquia, e o Aga Khan, líder espiritual da comunidade ismaelita, aparece no 20º posto.
Publicada agora pela primeira vez, e editada pelos professores John Esposito e Ibrahim Kalin da Universidade Georgetown, de Washington, a publicação dedica ainda um capítulo às muçulmanas. Entre as 41 mulheres destacadas estão Zahra Rahnavard, mulher do candidato derrotado à presidência do Irão Mir-Hossein Mousavi, Norah Abdallah al Faiz, a primeira saudita a integrar um conselho de ministros, e Rebiya Kadeer, a líder do movimento em defesa do povo uighur, na China.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 25 de novembro de 2009. Pode ser consultado aqui
