A 27 de julho, o contingente português no Afeganistão distribuiu material escolar numa escola carenciada, perto de Cabul. Os bens foram recolhidos em Portugal. Fotogaleria
A Escola Secundária de Pol-e-Charki tem cerca de 5500 alunos, de ambos os sexosOs alunos estão divididos por 140 turmas, ainda que não haja salas de aula para todos…Muitos alunos têm aulas ao ar livre, uns protegidos por uma cobertura de zinco, outros debaixo de SolA escola não tem eletricidade nem saneamento básico. Não existe qualquer espaço de lazerO material escolar foi angariado em Portugal, junto de empresas, instituições e particularesO comandante do contingente português, coronel Pedro Lopes, faz uma entrega simbólica ao diretor da escolaSituada a 5 km de Cabul, a aldeia de Pol-e-Charki é habitada sobretudo por militares afegãosNo campo militar de Pol-e-Charki, o contingente português dá formação a recrutas afegãosSegundo a ONU, no Afeganistão, a média de anos de escolaridade é de 3,3Para muitas afegãs, ir à escola implica desafiar os códigos sociais vigentesEm 155º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, o Afeganistão é um dos países mais pobres do mundoA esperança de vida à nascença de um afegão é de 44,6 anos
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 30 de julho de 2011. Pode ser consultado aqui
Mal suspeitou da presença de Bin Laden em Abbottabad, a CIA organizou uma campanha de vacinação fictícia contra a hepatite B. Uma investigação do jornal inglês “The Guardian”
A morte de Osama bin Laden continua a alimentar o argumento para um bom filme de espionagem. Segundo uma investigação do diário “The Guardian”, a CIA organizou uma campanha de vacinação falsa na cidade onde o líder da Al-Qaeda vivia, com o intuito de recolher ADN de um dos seus filhos.
A estratégia passaria por, recolhido o ADN, compará-lo a uma amostra de ADN de uma irmã de Bin Laden que faleceu em Boston, no ano passado. A confirmar-se a compatibilidade, provaria a presença da família em Abbottabad.
De acordo com o jornal inglês, uma enfermeira chamada Mukhtar Bibi conseguiu entrar na casa de Bin Laden para administrar as vacinas. A técnica terá levado consigo uma mala de mão equipada com um dispositivo eletrónico. “Não é claro que tipo de dispositivo era, nem se ela o conseguiu deixar na casa”, escreve o “The Guardian”. “Também não se sabe se a CIA conseguiu obter ADN de Bin Laden, embora uma fonte sugira que a operação não teve sucesso.”
Cartazes enganadores
O plano de vacinação foi concebido após os serviços secretos norte-americanos terem seguido Abu Ahmad al-Kuwaiti, um mensageiro da Al-Qaeda denunciado por vários detidos em Guantánamo, até à residência de Bin Laden. Seguiu-se um período de observações à casa, por satélite e a partir de um posto da CIA em Abbottabad, ao que se segue a ideia da campanha.
Para organizá-la, a CIA recrutou o médico paquistanês Shakil Afridi, um funcionário governamental com responsabilidades na área tribal de Khyber, junto à fronteira com o Afeganistão. Afridi deslocou-se a Abbottabad em março, dizendo possuir fundos para o desenvolvimento de uma campanha de vacinação grátis contra a hepatite B.
Por toda a cidade, foram afixados cartazes publicitando a iniciativa médica, dando destaque a uma vacina produzida pela farmacêutica Amson, sedeada nos arredores de Islamabade.
Funcionários dos serviços de saúde do governo regional foram pagos para participar na campanha, ignorando o seu real objetivo. Para tornar a campanha mais credível, a vacinação foi iniciada numa zona pobre de Abbottabad.
Corte nos milhões para o Paquistão
Esta campanha surgiu da necessidade de confirmar a presença de Bin Laden na área, antes da realização de uma operação militar de risco e previsivelmente polémica — no interior de outro país e à revelia das autoridades nacionais.
A posterior detenção do médico paquistanês, pelos serviços secretos paquistaneses (ISI), agravou as já de si deterioradas relações entre Washington e Islamabade.
No passado fim de semana, os Estados Unidos anunciaram um corte em 800 milhões de dólares (566 milhões de euros) na ajuda militar ao Paquistão — correspondente a cerca de um terço do valor total anual. O Paquistão “tomou algumas medidas que nos deram razões para suspendermos parte da ajuda”, afirmou Bill Daley, chefe de gabinete da Casa Branca.
Osama bin Laden foi assassinado a 2 de maio, dentro da casa onde morou nos últimos seis anos de vida, perto da capital do Paquistão. Na sequência de um raide militar norte-americano.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 12 de julho de 2011. Pode ser consultado aqui
Jornalista de Internacional no "Expresso". A cada artigo que escrevo, passo a olhar para o mundo de forma diferente. Acho que é isso que me apaixona no jornalismo.