O cessar-fogo acordado na Síria para assinalar o fim da grande peregrinação a Meca durou escassas horas
A explosão de uma viatura armadilhada, hoje, perto da mesquita Omar Ibn Khattab, no bairro sunita de Daf al-Shok (sul de Damasco), fez “dezenas de mortos e feridos”, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
O incidente culminou mais um dia de grande violência na Síria que deitou por terra o cessar-fogo acordado entre o Presidente sírio, Bashar al-Assad, e o Exército Sírio Livre, principal grupo rebelde, para vigorar durante os quatro dias comemorativos da Festa do Sacrifício (‘Id al-Adha), um dos feriados mais sagrados para os muçulmanos e que assinala o fim da peregrinação anual a Meca.
“O cessar-fogo não foi cumprido em muitas regiões, mas ainda assim a violência é menor e há menos vítimas do que habitualmente”, disse Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH. Estima-se que hoje tenham morrido cerca de 50 pessoas na Síria. Ontem, segundo a mesma organização, o número de vítimas mortais ascendeu aos 135.
O ativista referiu que entre os rebeldes havia militantes da Frente Islamita Al-Nusra, um grupo armado que surgiu durante o conflito e que assumiu a autoria de vários atentados suicidas em Damasco e Alepo. Esta Frente já havia anunciado que não iria respeitar o cessar-fogo temporário, mediado pelo enviado da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi.
Paralelamente aos combates, várias manifestações de protesto saíram à rua em Damasco, Alepo, Deraa e Deir Ezzor. As palavras de ordem visaram invariavelmente o Presidente Assad: “Traidor, covarde, tu destruiste a Síria”.
A revolta na Síria dura há 19 meses. Estima-se que a contestação ao regime alauita já tenha custado a vida a cerca de 35 mil pessoas.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 26 de outubro de 2012. Pode ser consultado aqui




















