De regresso à Venezuela, Hugo Chávez segue longe dos olhares públicos. No seu quarto de hospital, só recebe visitas da família, dos médicos e das duas principais figuras do Estado
O regresso de Hugo Chávez à Venezuela, após mais de dois meses de internamento em Havana (Cuba), relançou a discussão à volta da tomada de posse para o seu quarto mandato presidencial. A imprensa venezuelana escreve hoje que o juramento poderá acontecer no Hospital Militar Dr. Carlos Arvelo, em Caracas, onde Chávez está internado desde segunda-feira.
“Constitucionalistas consideram que o Supremo Tribunal de Justiça, perante o qual Chávez fará juramento, pode constituir-se em qualquer ponto do território nacional e que a condição de magistrados dos seus membros daria por si mesmo o caráter público ao ato, independentemente do lugar onde se realize”, escreve hoje o sítio de informação venezuelano “Últimas Notícias”.
Apesar das amplas manifestações populares de boas-vindas, Hugo Chávez permanece longe dos olhares públicos. Contrariamente ao habitual, a sua chegada a Caracas não foi televisionada. E desconhece-se se Evo Morales, o Presidente da Bolívia que, a caminho dos Estados Unidos, fez ontem uma escala em Caracas, fez uma visita a Hugo Chávez.
Visitas condicionadas
“Bom encontro com o nosso irmão Evo”, tweetou ontem Maria Gabriela, uma das filhas de Chávez. “Veio dar-nos o seu apoio e expressar o amor do povo boliviano. Que homem! Obrigada Evo!”, concluiu sem clarificar se os dois líderes se tinham encontrado.
Na sua edição de hoje, o jornal “El Nacional” escreve que “só familiares, Maduro (vice-presidente), Cabello (presidente da Assembleia Nacional) e médicos podem ver Chávez.”
As últimas fotos públicas de Hugo Chávez datam da passada sexta-feira, deitado na cama do hospital em Havana, sorridente, na companhia das filhas Rosa Virginia e Maria Gabriela e segurando o “Granma”, o jornal oficial do Partido Comunista Cubano. O seu último tweet foi publicado na segunda-feira: “Sigo agarrado a Cristo e confiando nos meus médicos e enfermeiras. Até à vitória sempre!! Viveremos e venceremos!!!”.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 20 de fevereiro de 2013. Pode ser consultado aqui