Cavaco Silva encerrou uma conferência internacional destinada a lançar desafios para as próximas décadas afirmando a importância do mar
Cavaco Silva encerrou a conferência internacional “Portugal na Balança da Europa e do Mundo” com um rasgado elogio ao Atlântico. “É na Bacia do Atlântico que se concentra o nosso maior potencial competitivo: pela localização geográfica, concentração de países lusófonos, maior presença das comunidades portuguesas e algumas das nossas principais parcerias estratégicas.”
O chefe de Estado português reafirmou uma convicção antiga dizendo que “é no mar que poderemos reencontrar uma das mais promissoras fontes de desenvolvimento estratégico”. Por um lado, devido aos recursos físicos disponíveis, por outro por ser um espaço de mobilidade onde se cruzam importantes rotas da economia mundial.
Organizada pela Presidência da República, esta conferência visou lançar o debate público sobre “os desafios e oportunidades” que Portugal enfrenta nas próximas décadas. Cada um dos cinco painéis refletiu, especificamente, sobre o Atlântico Norte, Atlântico Sul, Oriente, Mediterrâneo e Médio Oriente e Europa.
Passado sem ressentimentos
Cavaco Silva recordou as suas viagens à Índia, Indonésia e Timor-Leste e realçou “o capital de conhecimento e de respeito mútuo” que, no Oriente, confere a Portugal e aos portugueses “um lugar especial”. “Nestes países encontrei o testemunho de simpatia, abertura e vontade de cooperação que são reflexo de um passado, recordado sem ressentimentos.”
Após referir a vocação euro-marítima de Portugal, o Presidente não contornou a questão da crise europeia. “Portugal e a Europa vivem hoje um tempo particularmente difícil e exigente. O mercado único e o euro constituem duas traves mestras da União Europeia. Mas a agenda europeia deve centrar-se também no crescimento e no emprego”.
Cavaco Silva fez questão de terminar a conferência com uma mensagem positiva. “Ao longo da História, Portugal tem-se reiventado e superado desafios. É nas conjunturas mais exigentes que urge saber reinventar a esperança.”
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 12 de abril de 2013. Pode ser consultado aqui