Cavaco Silva: “Falar de esperança não chega”

Na abertura de uma conferência internacional sobre o papel de Portugal no mundo, Cavaco Silva identificou recursos que o país pode potenciar

“É nos tempos difíceis que devemos ter a ousadia de pensar o futuro. A dureza do presente não nos deve impedir de ver mais longe.” Com esta ideia, o Presidente Cavaco Silva inaugurou a conferência internacional “Portugal na balança da Europa e do Mundo”, que decorre durante todo o dia de sexta-feira na Fundação Champalimaud.

O evento visa refletir o papel de Portugal no mundo — “um outro mundo que está a ser redesenhado”, recordou Cavaco Silva. “Será que a falta de dimensão territorial e económica poderá ser compensada com relevância estratégica?”, perguntou.

O chefe de Estado português enumerou recursos que o país pode potenciar: a “língua portuguesa”, a quinta mais falada do Mundo, a “diáspora”, representada por centenas de comunidades portuguesas, e o “mar”, “incontornável na nossa História”, recorda Cavaco Silva.

“Falar de esperança não chega”, disse. “É urgente concebê-la e transmiti-la através de uma visão fundamentada e coerente, sustentada num propósito onde as pessoas se possam rever.”

Organizada pela Presidência da República, esta conferência conta com as reflexões de figuras políticas (como Luís Amado, a espanhola Ana Palacio ou o egípcio Amr Moussa), académicos (como Kenneth Maxweel, Ming K. Chan ou Álvaro Vasconcelos) e da diplomacia (como António Monteiro e Pedro Catarino).

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 12 de abril de 2013. Pode ser consultado aqui

Entre muros e colonatos

No território da Cisjordânia, a construção do muro de separação e o projeto de colonização israelita deixam cada vez menos terras disponíveis para os palestinianos. Cerca de 60% do território está ocupado por Israel. Hebron é um caso extremo, com colonos da linha dura que recorrem à violência para expulsar populações palestinianas e ocupar o seu espaço. Tão antigo quanto o próprio conflito, o drama dos refugiados dos cinco milhões, mais de dois milhões vivem nos dois territórios palestinianos (Cisjordânia e Gaza) arrasta-se desde 1948. A solução de dois Estados é cada vez mais inviável. Mas no bazar da cidade velha de Jerusalém, não se perde o sentido de humor…

Viagem realizada em março de 2013, a convite do Representante da União Europeia para a Cisjordânia e Gaza

Portefólio publicado no “Courrier Internacional, de abril de 2013