Publicação do Livro/Blogue Maghreb/Machrek amanhã!

Caros/as Amigos/as,

os textos do blogue serão publicados em livro amanhã. Os mesmos continuarão online, sendo que a novidade são caixas com comentários adicionais e algumas correcções.

Convido-vos a estarem presentes amanhã, pelas 18.30h, na Sociedade de Geografia de Lisboa, às Portas de Stº Antão (Edifício do Coliseu dos Recreios, porta discreta à esquerda e com placa!). O Turismo de Marrocos e o ILAC (Instítuto Luso-Árabe para a Cooperação), decidiram associar-se ao evento, sendo que o mesmo será brindado com música marroquina ao vivo e chá de menta. Tâmaras frescas de Errachidia, também serão servidas, num patrocínio exclusivo de Fanou Adjana Souag. Conto com a vossa Gula e com o vosso click Facebook AQUI!

A partir de hoje e até à próxima 6ª-feira, pode ouvir a minha playlist na TSF, entre as 13h e as 14h.

Deixo-vos aqui os agradecimentos publicados no livro, com um forte abraço de Boas Festas a Todos/as:

Um primeiro agradecimento à Margarida Mota do Expresso, primeira responsável por ter conseguido chegar até aqui, já que foi pela sua mão que entrei na redacção do Expresso, me sentei frente ao Miguel Cadete, apresentei a ideia, o qual de imediato chamou a Maria Romero, que por sua vez colocou o Blogue online em apenas 5 minutos! Nunca tive manhã tão produtiva e a Maria nunca imaginou que fosse passar a trabalhar com tamanho infoexcluído. Grato pela ajuda e paciência, tanto ao Miguel Cadete, como à Maria Romero. Ainda no Expresso, um forte abraço ao Miguel Martins, actualmente na CMTV, o qual talvez tenha sido o primeiro a sugerir a publicação dos textos no papel. Forte abraço também ao Henrique Monteiro e ao Rui Cardoso, sempre com tempo para ouvirem as minhas ideias e projectos.

Nunca foi minha intenção fazer do Maghreb/Machrek “o blogue do Raúl” e, por isso mesmo, tenho convidado outros politólogos e arabistas a publicarem neste espaço, que se quer, sobretudo, feito por gente no terreno e cujos relatos e análises são feitos na 1ª pessoa. Impossível publicar os textos destes/as Amigos/as, já que só isso daria outro livro! No entanto não poderei deixar de agradecer os importantes contributos de: Abdessamad Abouchadi “Tunísia, Islamistas e a Primavera Árabe” e “A Bússula Turca”; Júlio de Magalhães “Novos incidentes na Tunísia”, “A Nova Tunísia” e “Os Amigos da Síria”; Selin Turkes “Algo está a acontecer na Turquia”; Milena Calvário Raposo “Ramadão em Sana’a, Iémen”; Eva Oliveira “Israel/Palestina: Quais os resultados de um Processo de Paz last minute?” e demais comentários aos textos sobre a Palestina.

Quero também aproveitar para agradecer a todos aqueles que me têm ajudado a divulgar o Blogue e o meu trabalho, nomeadamente ao João Janes da TSF, sempre disponivel para animar as madrugadas da “Telefonia Sem Fios” com uma estória por mim sugerida, ou na antecipação de algo que certamente será notícia nesse novo dia que ainda dorme.

Na SIC, impossível não referir e agradecer a confiança em mim depositada pelo Martim Cabral e pelo António José Teixeira, mas também pela Ana Lourenço, Augusto Madureira, Marta Atalaya, João Moleira, Cândida Pinto, Alberto Jorge, Anabela Neves, Joana Garcia, Liliana Gomes, Gabriela Neto, Ana Geraldes, Graça Costa Pereira, Sofia Pinto Coelho, Miguel Veiga e pelas Senhoras da Recepção que me tratam sempre na palminha da mão!

Ainda na TSF, forte abraço de agradecimento ao Pedro Pinheiro, João Paulo Baltazar, Ana Sofia Calaça, Guilhermina Sousa, Sandra Pires, Claúdia Arsénio, Ana Freitas, Nuno Amaral, Rui Tukayana, Sofia Santos, Nuno Domingues, Luísa Godinho, João Félix Pereira Andreia Nogueira, a “Patanisca Atómica”, que entretanto decidiu rumar até Jakarta.

Aos demais e nunca de mais:

Tiago Dias (LUSA); Paulo Pinto Mascarenhas (CM); Ricardo Alexandre, Alice Vilaça, José Manuel Rosendo e Luís Nascimento (Antena 1); Ana Guedes (VOA); Roger Sevrin Bruland (NRK); Neidy Teixeira Ribeiro, Liliana Henriques, Adriano do Vale Salgueiro, Lígia Anjos e Miguel Martins (RFI); Rui Neumann (PNN); Lumena Raposo, Abel Coelho Dias e Patrícia Viegas (DN); Luís Manuel Fonseca (FP-Edição Lusófona), Adriana Niemeyer (Globo TV News) e José Mussuaili (NFM), um forte abraço de agradecimento, na esperança de não me ter esquecido de ninguém!

Da Embaixada do Marrocos, darouri/obrigatório agradecer ao Nuno Roby Amorim, por tudo, mas sobretudo pela patuscada e pela gargalhada, que é o que ambos sabemos fazer melhor. Abraço também à equipa da Maghreb Arab Press (MAP) em Lisboa, a “LUSA marroquina”, constituida pelo Driss Lamrini e pela Nadia El Rhzaoui, curiosamente oriundos de Temara, o nosso Município nos arredores de Rabat. Uma vénia à Srª Embaixadora Karima Benyaich ao Turismo do Marrocos e ao ILAC (Instítuto Luso-Árabe para a Cooperação), que se associaram da melhor forma ao lançamento deste livro, fazendo os presentes degustarem o chá de menta ao som de música marroquina tocada ao vivo.

Faço também questão de isolar o nome e a pessoa da Margarida Santos Lopes, que dispensa qualquer apresentação, pelo acompanhamento que me tem dado à distância, sempre atenta aos textos, às gralhas, ao estilo e ao conteúdo, bem como sempre com sugestões valiosas. Grato por tudo, incluindo os puxões de orelhas que me dás, sempre que me vês passar o red line estabelecido pela “Polícia das Virtudes e dos Bons Costumes do Facebook”.

Forte agradecimento ao acompanhamento, incentivo e condições de trabalho que os Professores Armando Marques GuedesCristina Montalvão Sarmento e que o Observatório Político me têm proporcionado, ao Embaixador António Tânger Corrêa por ter aceite escrever o posfácio, aos Professores José Manuel Anes e Heitor Barras Romana pelas simpáticas palavras impressas na contra-capa, à Professora Maria do Céu Pinto que nunca se esquece de me convidar para as conferências que organiza, ao Intagrist El Ansari, especialista no e do Sahel e também ao Paulo Noguês, à Elsa Páscoa e à Elsa Gil Sobral da Diário de Bordo, que “estão dirigindo toda esta batota”, parafraseando o Mestre Vinícius no “Samba da Benção” e sem os quais nada disto seria possível.

Fico também sempre de coração cheio a cada comentário efectuado pelos leitores/as no online, os quais proporcionam por vezes um aprofundar do debate e ainda outros debates e mais ideias para novos textos. Grato a todos/as.

Impossível descrever o entusiasmo com que sou sempre recebido em casa a cada regresso, pela minha Mãe e pelo meu Pai, pelo meu Irmão Bruno, pelos meus Filhos Miguel e Frederico e pelos meus Amigos Paulinho MaradonaZé Luís, Zé Pranchas, Luís Vira-Mosca, João Cupido, Jorge Bana, Paulo Durão, Mário Henriques e demais malta lá da Praceta e do Café da D. Ondina.

Por último, um beijo nos lábios da Fanou, que desde o Dia 1 me tem dado tudo e de forma incondicional, como o Amor se quer. Vamos escrever muitos livros, ter muitos filhos e plantar muitas árvores. Oxalá!

Aos leitores,

o exercício de leitura proposto é o de prestarem atenção às datas dos textos, bem como de saltarem de tema em tema ao sabor dos gostos e prioridades de cada um, já que não há obrigatóriamente uma continuidade entre os mesmos. Por essa razão foram acrescentados comentários aos textos originais, os quais pretendem contextualizar o leitor perante a evolução dos acontecimentos relativamente ao assunto abordado, bem como corrigir erros entretanto detectados. Neste sentido, esta publicação poderá servir como uma espécie de guia de consulta, a utilizar sempre que surjam dúvidas sobre determinado tema, enquadrando-o de forma a perceber o lastro percorrido até ao momento da pesquisa.

O livro que tem entre-mãos não se trata dum trabalho académico, nem a isso tem pretensão. Por isso mesmo, os textos não foram alterados, continuando aliás disponiveis para consulta gratuita no sítio do Expresso, em www.expresso.pt/maghreb. Aí, poderá encontrar ainda outros textos que não estão aqui reproduzidos, por mera opção pessoal.

Um blogue é um blogue e nada mais do que isso. Por isso mesmo, também não é aqui apresentado qualquer tipo de bibliografia. As minhas fontes são o que viajo, vejo, oiço, leio, converso e interpreto do Mundo à minha volta.

Foi também uma opção consciente publicar não respeitando o Novo Acordo Ortográfico. Não porque seja contra o mesmo, que até nem sou, mas porque acho que durante esse debate se perdeu uma excelente oportunidade para levar à prática aquilo que fica sempre bem dizer em público e depois nunca se cumpre. Refiro-me ao “Todos Diferentes, Todos Iguais”. Por outro lado, como sei que não vou vender no Brasil, não me dei a esse trabalho. Quando chegar a esse patamar, que espero em breve, cederei, como qualquer bom chefe-de-família, a este capricho.

Nouakchott, 1º de Outubro do Ano da Graça de 2013.

P.S. E já que estou na Mauritânia, um forte abraço de agradecimento ao Dimas Santos que me proporcionou uma aventura de 5 dias no camião do peixe, desde Rabat até Nouakchott, bem como à Isabel Fiadeiro (visita obrigatória a www.zeinart.com) e ao António Araújo, o “Feitor” do Parque Nacional do Banc d’Arguin, a “nossa” Arguim, que entre casa, comida, dinheiro e roupa lavada, me proporcionaram tudo incondicionalmente, sem perguntarem nem como nem porquê. Da mesma forma que o Jorge Tavares nunca se esquece de mim a cada domingo, em Rabat, e me convida para me sentar à sua mesa e o Lucas e o Zé Manel arranjam sempre espaço no carro para uma boleia de e para o Marrocos. O meu sucesso só é possível graças a Todos/as Aqueles/as que me levam ao colo e me permitem voar. Pagarei tudo com bacalhau! Palavra de Pelintra.

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 9 de dezembro de 2013. Pode ser consultado aqui

Um médico sem fronteiras

Gustavo Carona já salvou vidas no Congo, Moçambique, Afeganistão e Paquistão. Este médico do Porto está agora na Síria

“Já estou na Síria, mas só amanhã chego perto da linha da frente. O cenário é impressionante, jihadistas e Al-Qaida por todo o lado. Estou mortinho por começar a trabalhar com doentes.” Acabado de chegar a Idlib, Gustavo Carona, um médico do Porto de 33 anos, partilhou com o Expresso a sua ansiedade. Especialista em Anestesia e Cuidados Intensivos, está a cumprir a sua quarta missão, como voluntário, com os Médicos Sem Fronteiras (MSF). “O meu sonho é conciliar a vida em Portugal com uma vida com os MSF. Mas é difícil ter abertura de uma entidade patronal para dispensar um médico com regularidade, ainda que para fins humanitários…”

Na Síria, Gustavo trabalha numa zona controlada pelos rebeldes. Tanto pode assistir um civil como um jihadista. “É impossível não pensar nisso, mas uma vida é uma vida. Em Portugal também posso ter de tratar um assassino ou um violador.” Em 2012, Gustavo esteve no Afeganistão, em 2011 no Paquistão e em 2009 na República Democrática do Congo, que considera “talvez a pior guerra” onde já esteve. “É a menos publicitada e a mais mortífera desde a II Guerra”, diz.

Da vontade de partilhar muito do que via nasceu o blogue Pictures That Tell Stories. “Queria que pelo menos quem me conhece não morresse na ignorância sobre coisas tão importantes.” “Petit Gustavo” foi um post muito lido. Nele conta como, após ter salvo um recém-nascido, a mãe deu o seu nome ao bebé. “Gosto de contar as minhas histórias. Fui muito inspirado por pessoas como Fernando Nobre (AMI). Li todos os seus livros. Tem uma obra fantástica.”

Uma das histórias que está por escrever aconteceu no Afeganistão. “Lidava com médicos mais velhos, de barba rija, quase endeusados naquela sociedade. Eram ignorantes, teimosos e desprezavam-me. Pareciam pensar: ‘Quem é este miúdo?’” Um dia, após um braço de ferro com um colega afegão, equaciona terminar a missão. É então que o chamam de urgência. Um bebé engolira um feijão e estava a morrer. “A mãe, tapada por uma burqa azul, só gritava. Não estávamos a conseguir retirar o feijão e sugeri que o empurrássemos. A criança estava azul.” O procedimento resultou e subitamente Gustavo relativizou as adversidades. “Fiquei tão contente… É um privilégio sentir que salvamos a vida de um bebé no meio da guerra. Depois, escrevi esta história e mandei-a à minha mãe. Foi o meu presente dos seus 65 anos.”

Agora está na Síria, para onde levou na mochila o computador, livros e um cachecol do FCP. “É uma peça simbólica. Nele vai o meu mundo, os amigos e a família. É a minha forma de matar saudades.”

Artigo publicado na Revista do Expresso, a 7 de dezembro de 2013