Acabou o prazo jiadista para piloto jordano

A Jordânia vive com ansiedade o fim do prazo estabelecido pelo Estado Islâmico para a libertação de uma terrorista iraquiana detida em Amã. Horário é o “pôr do sol” em Mosul (14h30 em Lisboa). Em causa está a vida de um piloto jordano, que os jiadistas ameaçam executar

A Jordânia está pronta para libertar a iraquiana Sajida al-Rishawi, como o exigiu o Estado Islâmico, em troca da vida do seu piloto Muath Kassasbeh em posse dos jiadistas. Porém, o último comunicado do Estado Islâmico, em que estabelece os termos para a troca de prisioneiros, é omisso em relação ao destino do piloto jordano.

As exigências do Estado Islâmico foram ditadas pelo japonês Kenji Goto, outro refém do Estado Islâmico, que esta quarta-feira surgiu num vídeo a anunciar, em inglês, que ele próprio seria a moeda de troca da iraquiana: “Se Sajida al-Rishawi não estiver pronta para ser trocada por mim, na fronteira turca ao pôr do sol de quinta-feira, 29 de janeiro, horário de Mosul, o piloto jordano Muath Kassasbeh será morto imediatamente”, disse o jornalista nipónico. Em Mosul, o sol deve pôr-se pelas 17h30 (14h30 em Lisboa).

Pressionado para resgatar o piloto jordano são e salvo, o Rei Abdullah II recebeu na quarta-feira o pai de Muath Kassasbeh a quem garantiu, segundo o diário “Jordan Times”, que as autoridades estavam a fazer todos os possíveis para libertar o seu filho.

Muath Kassasbeh, o piloto, foi capturado em dezembro passado quando participava nos bombardeamentos da coligação internacional a posições jiadistas na Síria. A sua captura pôs em evidência a participação ativa da Jordânia nos bombardeamentos a um país árabe, o que provocou críticas às autoridades de Amã.

Igualmente, a eventual libertação de Sajida al-Rishawi poderá valer alguma contestação aos responsáveis políticos jordanos. A iraquiana foi condenada à morte pelo seu envolvimento num triplo atentado em 2005, contra três hoteis de Amã, que provocou 60 mortos. A sua eventual libertação será uma brecha na política antiterrorista da Jordânia.

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 29 de janeiro de 2015. Pode ser consultado aqui

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