Israel foi a votos terça-feira. As projeções apontam para um empate entre Likud (direita) e União Sionista (centro-esquerda). Mas Netanyahu parece em boa posição para formar governo e continuar a ser primeiro-ministro
“Contra todas as probabilidades, uma grande vitória para o Likud, uma grande vitória para o campo nacionalista liderado pelo Likud, uma grande vitória para a nação de Israel”, congratulou-se Benjamin Netanyahu na sua página no Facebook, meia hora após o fecho das urnas.
As projeções avançadas pelas televisões apontam, porém, para um empate entre o Likud (direita) e a União Sionista (centro-esquerda), liderada pelo trabalhista Yitzhak Herzog, com 27 deputados cada, segundo a televisão Channel 10.
Outra televisão, Channel 2, dá uma vantagem de um parlamentar ao Likud.
Segundo o diário digital “The Times of Israel”, os resultados oficiais não deverão ser conhecidos antes de quinta-feira.
Direita tem mais peso
Em Israel, o convite para formar governo é endereçado pelo Presidente, após ouvir as recomendações dos partidos, ao membro do Knesset com melhores condições para negociar uma coligação. Esse deputado não é necessariamente o líder do partido mais votado.
Segundo o diário “Haaretz”, Netanyahu e Naftali Bennett, líder da formação Habayit Hayehudi (Casa Judaica), de direita, concordaram, minutos após o fim da votação, iniciar conversações com vista à formação de um governo de coligação.
Todos somados, os deputados apontados ao Likud, ao Habayit Hayehudi, e ainda ao Yisrael Beytenu (extrema-direita), do ministro dos Negócios Estrangeiros Avigdor Lieberman, e aos ultra-ortodoxos do Shas totalizam 48 lugares no Parlamento (num total de 120 lugares).
Se Netanyahu conseguir o apoio do Kulanu (centro) e do Judaismo da Torah Unida (ultra-ortodoxo), obtém uma maioria de 63 deputados, suficiente para controlar a assembleia.
Árabes conseguem resultado histórico
As projeções colocam em terceiro lugar a Lista Árabe Unida, com 13 deputados, uma coligação inédita de três partidos árabes. (Cerca de 20% dos cidadãos israelitas são árabes.)
“Estamos a viver um momento histórico”, reagiu o líder da Lista Árabe, Ayman Odeh. “Tivermos a maior votação desde 1999. Vamos impedir Netanyahu de formar governo.”
A taxa de afluência às urnas foi de 71,8%, a mais alta participação eleitoral desde 1999. Os israelitas votaram durante 13 horas, até às 22 horas.
Segundo as projeções, dez partidos terão representação parlamentar.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 17 de março de 2015. Pode ser consultado aqui