UNICEF e Cruz Vermelha alertam para uma “situação muito crítica”, doze dias após o início dos bombardeamentos aéreos que visam conter o avanço dos houthis
Mais de 100 mil pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, tiveram de fugir de casa na sequência dos bombardeamentos aéreos ao Iémen, denunciou esta terça-feira a UNICEF. A agência das Nações Unidas informou ainda que já foram mortas 74 crianças e que 44 foram mutiladas.
“São números por baixo. A UNICEF acredita que o número total de crianças mortas é muito maior”, lê-se no comunicado.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha informou que um avião comercial que transportava pessoal da organização de assistência humanitária aterrou em Sanaa, a capital do Iémen. Porém, não conseguiu ainda encontrar um operador que faça voar um avião de carga para transportar provisões para o país.
“A situação no Iémen continua muito crítica. O conflito intensificou-se, sobretudo em Aden”, afirmou à Al-Jazeera Sitara Jabeen, porta-voz da Cruz Vermelha Internacional. “Ainda estamos à procura de um avião de carga para transportar abastecimentos para Sanaa.”
Estes alertas surgem quase duas semanas após o início dos bombardeamentos aéreos, liderados pela Arábia Saudita (iniciados a 26 de março), e numa altura em que rebeldes houthis e forças leais ao Presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi estão envolvidas em confrontos violentos no sul do país.
Só na segunda-feira, esses combates terão provocado a morte de mais de 140 pessoas.
Os combates mais intensos estão concentrados na zona de Aden, um bastião do Presidente Hadi, que refugiou-se na Arábia Saudita às primeiras horas dos bombardeamentos. Estes visam conter o avanço dos houthis (minoria xiita) — que, em setembro, tomaram a capital e, no mês passado, iniciaram um avanço para sul — e repôr a autoridade do Presidente Hadi.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 7 de abril de 2015. Pode ser consultado aqui