Netanyahu tem até à meia-noite para formar coligação

Termina esta quarta-feira o prazo legal para a formação de uma coligação governamental em Israel. Falta o apoio de oito deputados para Benjamin Netanyahu respirar fundo

A pressão aumenta a cada hora que passa. Benjamin Netanyahu tem até à meia-noite desta quarta-feira para formar governo — sete semanas após as eleições legislativas, que o seu Likud (direita) venceu com 23,4% dos votos.

Para garantir uma maioria no Parlamento (Knesset) — composto por 120 lugares —, Netanyahu necessita do apoio de 61 deputados. Até ao momento, e para além dos 30 eleitos pelo Likud, Bibi (como Netanyahu é conhecido) garantiu o apoio do Kulanu, um partido centrista que faz dos assuntos económicos o seu cavalo de batalha (10 deputados) e de duas formações religiosas ultra-ortodoxas, o Shas e o Judaismo da Torah Unida (7 e 6 deputados, respetivamente).

Tudo somado, Netanyahu tem do seu lado 53 deputados. Faltam oito para respirar fundo.

O aliado que tirou o tapete 

Na passada segunda-feira, Bibi viu fugir-lhe das mãos o apoio de um aliado, Avigdor Lieberman — seu ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do partido nacionalista Yisrael Beitenu (de extrema-direita), que elegeu 6 deputados nas eleições de 17 de março. Lieberman anunciou que não participaria no novo Governo. 

Esse anúncio inesperado obrigou Netanyahu a investir nas negociações com a Casa Judaica, um partido ultranacionalista ligado ao movimento dos colonos no território palestiniano da Cisjordânia, liderado por Naftali Bennett, atual ministro da Economia. A Casa elegeu oito deputados, exatamente o número que Netanyahu precisa. 

Segundo o diário israelita “Times of Israel”, Naftali “está a lutar pelo ministério da Justiça, apostando no desespero do primeiro-ministro”.

Se Netanyahu não conseguir formar coligação, o Presidente Reuven Rivlin terá de escolher outra personalidade para formar governo, previsivelmente o trabalhista Isaac Herzog, líder da coligação União Sionista, a segunda formação mais votada.

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 6 de maio de 2015. Pode ser consultado aqui