População cresce muito e rapidamente

A humanidade demora cada vez menos tempo a somar 1000 milhões de pessoas às que já vivem no planeta. Estima-se que a população mundial tenha chegado aos 1000 milhões em 1804 e que tenha demorado 123 anos a atingir a fasquia dos 2000 milhões. Porém, foram necessários apenas 12 anos para passar de 6000 milhões para os atuais 7000 milhões.

Recentemente, as Nações Unidas reviram as suas previsões e concluíram que a Índia vai ultrapassar a China como o país mais populoso do mundo mais cedo do que se julgava. Por volta do ano 2022, ambos terão cerca de 1400 milhões de habitantes. Depois, a Índia continuará a crescer e a China estabilizará.

Os dois países estão, porém, confrontados com desafios tão gigantescos quanto a sua população: na China, a política do filho único tem contribuído para o envelhecimento da população; na Índia, o exponencial crescimento da população não tem sido acompanhado por progresso social. No último Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, a Índia surge apenas no 135º lugar entre 187 países; a China está em 91º.

As previsões da ONU indicam também que, cerca de 2050, a Nigéria ultrapassará os EUA no terceiro lugar e que um terço da população da Europa terá mais de 60 anos.

Pela mesma altura, os habitantes da Terra (hoje 7300 milhões) serão 9700 milhões; e 11.200 milhões em 2100, altura em que dez países africanos, como Angola, terão cinco vezes mais pessoas do que hoje.

As regiões subdesenvolvidas serão o grande motor deste crescimento. “A concentração do crescimento [populacional] nos países mais pobres tornará mais difícil a erradicação da pobreza, o combate à fome e a expansão dos sistemas de saúde e educativos”, alerta John Wilmoth, chefe da Divisão de População da ONU.

“A Índia é um país cheio de oportunidades com 65% da população abaixo dos 35 anos”, NARENDRA MODI, primeiro-ministro indiano

“A maior mudança do nosso tempo? África vai crescer dos 1000 milhões para 4000 milhões de pessoas!”, HANS ROSLING, professor de Saúde Global, Instituto Karolinska, Suécia

1979

Entrou em vigor na China a política do filho único, para reduzir o crescimento populacional. Em 2013, a lei foi flexibilizada, possibilitando um segundo filho aos casais em que um dos cônjuges é filho único. Ficaram isentados também as minorias étnicas reconhecidas oficialmente e os casais das áreas rurais com um primeiro filho menina ou deficiente.

DUAS PERGUNTAS A JOSEPH BISH,
RESPONSÁVEL DO POPULATION MEDIA CENTER

1. É urgente estabilizar o número de pessoas na Terra?

A estabilização da população não é uma ‘varinha mágica’ que garanta, por si só, a sustentabilidade global, mas tem impacto. Aceitar a necessidade de estabilização da população e o subsequente declínio é um ponto de viragem mental importante que nos leva a adotar uma conceção mais humilde do lugar da humanidade no todo planetário. O nosso pensamento deixa de se centrar apenas nas necessidades e desejos do ser humano e fica consciente de toda a ecoesfera e do direito à existência das outras espécies.

2. O planeta chega para todos?

A Terra está a passar por um aumento incrível da população. Em 1967, a taxa de crescimento era de 2,11% numa população de 3400 milhões, o que originou um crescimento anual de 73 milhões de pessoas. Agora o crescimento global caiu em 50% mas aplica-se a uma população de 7300 milhões. Isto resulta em mais 80 milhões de pessoas por ano, 1,5 milhões por semana, 220 mil por dia, 9000 por hora, 150 por minuto e quase três por segundo. Esperamos que a Terra forneça automaticamente os recursos para todos. É um pedido exagerado para um planeta finito.

Artigo publicado no “Expresso”, a 29 de agosto de 2015

Quem mata mais na Síria?

O autodenominado Estado Islâmico ultrapassou todos os limites do terror, mas na Síria são as forças leais ao regime que continuam a matar mais civis

A guerra na Síria leva mais de quatro anos, o autodenominado Estado Islâmico (Daesh) arrebatou as atenções ultrapassando todos os limites do terror, mas quem mata mais civis são as forças leais ao Presidente Bashar al-Assad.

Dados recolhidos pela ONG Rede Síria para os Direitos Humanos, revelam que, entre janeiro e julho deste ano, três quartos das mortes civis foram provocadas pelas tropas do regime, que continuam a ser o único contendor sírio com poder aéreo.

No último grande ataque levado a cabo pelos aviões de Damasco, pelo menos 111 pessoas foram mortas quando um mercado de Duma, arredores de Damasco, foi bombardeado, no domingo passado.

Controlada pelos rebeldes, a área de Duma situa-se na região de Ghuta onde, em 2013, foram realizados ataques com armas químicas, comprovados por uma missão das Nações Unidas (que, porém, não conseguiu determinar a sua origem).

“Bombas de barril”

Cinco grandes grupos armados são presentemente os protagonistas desta guerra: tropas do Governo, forças curdas, grupos extremistas islâmicos (como o Daesh), opositores ao regime e a coligação internacional (que começou a bombardear a 23 de setembro de 2014).

Segundo a ONG humanitária síria, este ano, as forças do Governo foram responsáveis por 7894 mortes, enquanto ao Daesh são atribuídas 1131 mortes. Grupos da oposição já terão morto 743 pessoas, as forças da coligação internacional 125 e as forças curdas 80. Outros 381 sírios foram mortos de forma não determinada.

O Governo de Damasco é acusado de largar “bombas de barril” sobre centros populacionais, que matam indiscriminadamente. Tratam-se de artefactos improvisados geralmente cheios de fragmentos metálicos, petróleo e armas químicas. São lançadas por via aérea e, devido à grande quantidade de explosivos que pode carregar, têm uma precisão baixa. O seu uso é ilegal.

Diplomacia marca passo

Na segunda-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, por unanimidade, uma resolução apelando a um “processo político que conduza a uma transição política” que acabe com a guerra. Numa posição inédita, o Conselho expressou “uma séria preocupação pelo facto de a crise síria ser atualmente a maior emergência humanitária do mundo”, tendo já provocado 250 mil mortos e 12 milhões de deslocados.

Esta iniciativa política, prevista para começar em setembro, consiste na organização de quatro grupos de trabalho visando outros tantos problemas específicos: a segurança, o terrorismo, a reconstrução e questões legais e políticas.

Na segunda-feira, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, reafirmou que Moscovo não aceita a saída do poder de Bashar al-Assad como pré-condição para o lançamento de qualquer processo de paz. Juntamente com o Irão, a Rússia é dos últimos aliados do Presidente sírio.

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 18 de agosto de 2015. Pode ser consultado aqui

Canal do Suez cresce para não mirrar

É o canal artificial mais antigo do mundo e inaugura na quinta-feira um novo troço. Aos 146 anos de vida, o Canal do Suez aposta no crescimento, perante a crescente concorrência do Panamá e… da China

É uma obra faraónica e, ao que parece, um grande motivo de orgulho no país dos Faraós. Em contagem decrescente para a inauguração de um novo braço do Canal do Suez — que acontecerá esta quinta-feira —, nove nadadores estenderam sobre as águas do canal artificial mais antigo do mundo uma bandeira do Egito com cinco quilómetros de comprimento. Numa outra iniciativa, o mergulhador Walaa Hafez, conhecido como “a baleia egípcia”, vai tentar bater um recorde mundial, percorrendo 125 km debaixo de água.

É dia de festa gorda no Egito e, para fazer jus à importância do evento, funcionários públicos, bancários e trabalhadores da Bolsa receberam “ordem” para gozar um dia feriado.

Segundo “The Cairo Post”, está confirmada a presença de delegações de 121 países e pelo menos 26 chefes de Estado, entre os quais o francês François Hollande. Portugal será representado pelo secretário de Estado da Cooperação, Luís Campos Ferreira.

A cerimónia será uma oportunidade para celebrar a maior expansão deste Canal desde a sua abertura, em 1869. Mas também um ato simbólico de afirmação da liderança do Presidente Abdel-Fattah El-Sisi, o ex-general que afastou a Irmandade Muçulmana do poder em 2013, e do próprio Egito na disputa pela hegemonia no “campeonato” dos grandes canais marítimos.

“Do ponto de vista da indústria naval, esta iniciativa de expandir o Canal do Suez é um pouco surpreendente”, diz Ralph Leszczynski, da empresa Banchero Costa & Co., sedeada em Singapura. “Tanto quanto sei, não havia nenhuma necessidade premente ou solicitações nesse sentido.”

Alguns críticos deste projeto recordam que o Suez — que é uma fonte de receitas fundamental para o Estado egípcio — tem ainda muito que recuperar em virtude dos grandes prejuízos sofridos pela crise financeira mundial. Dados compilados pela agência Bloomberg revelam que o número de embarcações que atravessa o Canal permanece 20% abaixo do seu nível de 2008 e apenas 2% mais alto do que há uma década.

O jornal “The National”, dos Emirados Árabes Unidos, avança com argumentos geopolíticos para lançar algumas dúvidas sobre a oportunidade do projeto egípcio. Esta obra, escreve na edição desta quarta-feira, “devia garantir que o Suez permanecesse competitivo em relação ao seu principal rival, o Canal do Panamá, no que diz respeito ao transporte de mercadorias entre a costa oriental da Ásia e a costa oriental da América do Norte”.

Porém, continua o jornal, “o número de navios que se prevê que utilizem os dois canais, ainda que em crescimento, é sempre limitado e algumas das vantagens do Suez quase de certeza que irão sofrer erosão devido a um canal totalmente novo que a China está a planear começar a construir no final do ano na Nicarágua, não muito longe do Panamá”, e que deverá começar a funcionar em 2020.

O novo troço, que demorou um ano a ser construído, consiste numa extensão de 35 quilómetros, paralela ao curso do Canal (que mede, no total, 193 quilómetros), e no alargamento e aprofundamento de outros 37 quilómetros.

Foi pago com dinheiros egípcios — 8,5 mil milhões de dólares (7,7 mil milhões de euros) — e, assim o espera a Autoridade do Canal do Suez, poderá contribuir para quase triplicar as receitas provenientes da sua utilização — dos atuais 5,3 mil milhões de dólares (4,8 mil milhões de euros) para cerca de 13,2 mil milhões de dólares (12 mil milhões de euros) em 2023.

Esta obra possibilitará o trânsito de navios nos dois sentidos numa extensão de 72 quilómetros (com uma profundidade de 24 metros) e encortará o período de espera dos barcos de 18 para 11 horas. No Egito, acredita-se que, dentro de uma década, o número de navios a atravessar o Canal poderá duplicar.

Aberto em 1869, após uma década de obras que custou milhares de vidas de trabalhadores, o Canal do Suez é uma das artérias de navegação mais importantes para o comércio mundial, e em particular para o tráfico petrolífero. Estima-se que, em 2013, 4,6% do petróleo e produtos derivados foram escoados através do Suez. E que por ali flua cerca de 7,5% do comércio marítimo mundial.

Artigo publicado no “Expresso Diário”, a 5 de agosto de 2015. Pode ser consultado aqui

Quinze imagens que nos mostram um planeta tão belo quanto maltratado

Uma nova campanha ambiental recorre a fotos dramáticas para alertar para os efeitos catastróficos da intervenção direta do Homem sobre o planeta. Do lixo no mar aos cemitérios de tecnologia, a Terra está esgotada e tem cada vez menos condições para acomodar uma população que não para de crescer. “Estamos a pedir muito ao planeta”, diz ao “Expresso” um dos dinamizadores da campanha Global Population Speak Out

A cada hora que passa, há 9000 novos habitantes na Terra. Previsivelmente, ao longo da vida, grande parte destas pessoas não passará sem um portátil, um tablet e/ou smartphone, que irá substituindo por modelos mais sofisticados com cada vez mais frequência.

“Se os dispositivos tecnológicos servirem como instrumentos de marketing para a economia de consumo — ou seja, se os utilizadores estiverem expostos a propagandas implacáveis que os instam a comprar produtos que não são realmente necessários para a sua prosperidade —, isso conduzirá ao aumento da extração de recursos naturais”, alerta ao “Expresso” Joseph Bish, da organização Population Media Center, promotora da campanha ambiental Global Population Speak Out.

Posta de pé por cientistas, académicos, líderes de opinião, ambientalistas e cidadãos comuns preocupados, esta campanha coloca ênfase nas consequências nefastas para o planeta da intervenção direta do ser humano.

“Recentemente, um estudo [da Universidade de Yale, EUA] revelou que 40% dos adultos em todo o mundo nunca ouviram falar de alterações climáticas”, diz Joseph Bish. “Com base nas taxas de extinção globais, habitats destruídos, alterações químicas dos oceanos e do céu, alterações climáticas, toxicidade e poluição do ambiente, é claro que nós estamos a pedir muito ao planeta.”

Peça central nesta campanha de sensibilização ambiental, o livro “Over Development, Over Population, Over Shoot” — que pode ser folheado gratuitamente aqui — reproduz mais de 170 fotografias que testemunham a destruição generalizada de ecossistemas terrestres, marítimos e aéreos. Os organizadores esperam com estas imagens dramáticas contribuir para alterar mentalidades e hábitos.

“Há muitas formas de mudar regras e comportamentos sociais”, diz Joseph Bish. “O ensino primário e secundário é a mais importante. Também há estratégias como a educação-espetáculo (“entertainment-education”), um método já testado de envolvimento de públicos, introdução de novas ideias e capacitação de pessoas para que tomem melhores decisões com base em mais informação e no incentivo à auto-avaliação e discussão. Estas novas dinâmicas sociais criam condições para mudanças duradouras na sociedade.” O programa infantil “Rua Sésamo” será, porventura, o mais famoso da técnica de educação-espetáculo.

Ao longo de 316 páginas, o livro alerta para fenómenos como o sobrepovoamento das cidades, a produção alimentar intensiva, a sobreexploração de recursos, altos níveis de poluição, caça ilegal, deflorestação, consumo tecnológico desenfreado.

Conclui Joseph Bish: “Nós temos a expectativa de que o nosso planeta forneça espaço, comida e abrigo, facilmente e de forma automática, aos novos habitantes e àqueles que já cá estão — ainda que maltratando terrivelmente a natureza e as espécies com quem coabitamos”.

MAR DE LIXO — O surfista indonésio Dede Surinaya apanha uma onda carregada de lixo na baía de Java, a ilha mais povoada do mundo. “Água e ar, os dois fluidos fundamentais de que depende toda a vida, tornaram-se caixotes de lixo globais.” (Jacques-Yves Cousteau, oceanógrafo francês) ZAK NOYLE / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
DEGELO QUE MATA — Um urso sucumbiu, sem ter o que caçar perante a falta de gelo nos fiordes de Svalbard, Noruega. “A situação no Ártico assemelha-se a uma bola de neve: perigosas mudanças no Ártico decorrentes da acumulação antropogénica de gases com efeito de estufa levaram a mais atividades que conduziram a mais emissões de gases com efeito de estufa. Esta situação tem o ímpeto de um comboio desgovernado.” (Carlos Duarte, ecologista espanhol especializado no impacto das alterações climáticas nos oceanos) ASHLEY COOPER / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
ILHAS SUBMERSAS — Um dos Estados mais vulneráveis às alterações climáticas, o arquipélago das Maldivas está gravemente ameaçado pela subida do nível do mar. Outro país afetado pelo fenómeno é o Tuvalu. “A ilha está cheia de buracos e a água do mar está a preenche-los, inundando áreas que não estavam submersas há 10 ou 15 anos.Temos projeções para daqui a 50 anos. Depois disso, vamos afogar.” (Paani Laupepa, ex-assessor no Ministério dos Recursos Naturais do Tuvalu) PETER ESSICK / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
NUVEM DE POLUIÇÃO — No Bangladesh, chaminés de olarias rodeadas de lixo cospem fumo negro para a atmosfera. “Simplificando, se não redirecionamos os nossos sistemas de extração e produção e não mudarmos a forma como distribuímos, consumimos e dispomos das nossas coisas — aquilo a que por vezes chamo o modelo colher-fazer-desperdiçar —, a economia tal como ela existe matará o planeta.” (Annie Leonard, perita norte-americana em desenvolvimento sustentável) M.R. HASASN / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
FAUNA CONTAMINADA — Na ilha Midway, no Pacífico, longe dos grandes centros comerciais, a carcaça de um albatroz revela a ingestão de grande quantidade de plástico, acumulada nas praias. “É o mesmo o destino dos filhos dos homens e o destino dos animais; um mesmo fim os espera. Como a morte de um assim é a morte do outro. A ambos foi dado o mesmo sopro, e o homem não tem qualquer vantagem sobre o animal, pois tudo é ilusão.” (Bíblia, Eclesiastes 3:19) CHRIS JORDAN / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
CULTURA DE CONSUMO — No esgotado campo de exploração petrolífera de Kern River, no estado norte-americano da Califórnia, parece não haver espaço para mais “derricks”. “No mundo desenvolvido, a única solução para os problemas do mundo em desenvolvimento é exportar o mesmo modelo económico insustentável, alimentando o consumo excessivo do Ocidente.” (Kavita Ramdas, ativista indiana) MARK GAMBA / CORBIS / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
MARÉS NEGRAS — Mancha de crude em chamas, após a explosão, seguida de afundamento, em 2010, da plataforma de exploração petrolífera Deepwater Horizon, no Golfo do México. “Temos de compreender não só que cada área tem uma capacidade de carga limitada, como também que essa capacidade está a diminuir e a procura está a aumentar. Até esse entendimento ser parte intrínseca do nosso pensamento e exercer uma forte influência na formação de políticas nacionais e internacionais, dificilmente veremos em que direção o nosso destino vai.” (William Vogt, ecologista norte-americano) DANIEL BELTRA / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
PAISAGEM TÓXICA — Vista aérea sobre uma região fértil em areias betuminosas, em Alberta, Canadá, onde se veem lagoas de detritos decorrentes da extração mineira. “Todos os problemas ambientais atuais são consequências más e imprevisíveis da tecnologia de que dispomos. Não há forma de acreditar que a tecnologia vai milagrosamente parar de causar problemas novos e imprevistos ao mesmo tempo que vai resolver os problemas que criou anteriormente.” (Jared Diamond, cientista norte-americano) GARTH LENTZ / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
ÁGUA IMUNDAS — Um pastor chinês tapa o nariz com a mão, não aguentando o cheiro nauseabundo que vem do Rio Amarelo, na província da Mongólia Interior. LU GUANG / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
MAQUINARIA GIGANTE — Considerada a maior máquina móvel do mundo, a Bagger 288 desbrava terreno antes de se iniciar a extração de carvão, no complexo mineiro de Tagebau Hambach, Alemanha. “Ao longo da História, a exploração da Terra pelo Homem produziu esta progressão: colonização – destruição – abandono.” (Garrett Hardin, ecologista norte-americano) ACHIM BLUM / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
CIDADES SEM FIM — Casas a perder de vista, nas colinas da Cidade do México, uma das megacidades mundiais. Com uma população superior a 20 milhões de pessoas, a capital mexicana tem uma densidade de 63.700 pessoas por quilómetro quadrado. “Infraestruturas públicas em todo o mundo estão a enfrentar uma pressão sem precedentes, com furacões, ciclones, inundações e incêndios florestais com crescente frequência e intensidade. É fácil imaginar um futuro em que cada vez mais cidades terão as suas frágeis e negligenciadas infraestruturas golpeadas por desastres e depois serão deixadas a apodrecer, sem os seus serviços centrais reparados ou reabilitados.” (Naomi Klein, ativista canadiana) PABLO LOPEZ LUZ / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
AGRICULTURA INTENSIVA — Estufas cobrem a paisagem de Almeria, Espanha. “Somos escravos no sentido em que dependemos, para a nossa sobrevivência diária, de um império agro-industrial que ou se expande ou acaba — uma máquina louca — e que os especialistas não entendem e os gestores não conseguem gerir. E que, além disso, devora os recursos mundiais a um ritmo exponencial.” (Edward Abbey, escritor eco-anarquista norte-americano) YANN ARTHUS BERTRAND / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
ATERROS TECNOLÓGICOS — Toneladas de computadores obsoletos e destroços de outros equipamentos informáticos são enviados por barco do primeiro mundo para países subdesenvolvidos, para triagem ou para serem destruídos. A fotografia mostra uma lixeira em Acra, a capital do Gana. “Mesmo como local de eliminação de resíduos, o mundo é finito.” (William R. Catton Jr., sociólogo norte-americano) PETER ESSICK / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
FLORESTAS DECAPITADAS — Troncos de árvores nivelados quase pela base denunciam o local de uma antiga mata, na Floresta Nacional Willamette, no Oregon, Estados Unidos. “Não compreendo porque quando nós destruímos algo que criamos falamos de vandalismo, mas quando destruímos algo criado pela natureza chamamos progresso.” (Ed Begley Jr., ator e ambientalista norte-americano) DANIEL DANCER / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT
CAÇA ILEGAL — Carcaça de um elefante abatido por caçadores furtivos, no norte do Quénia. “Hoje, existem menos de 3500 tigres pantera na natureza, o que corresponde a menos de 7% da sua extensão histórica. Com os tigres, testemunhamos o trágico desaparecimento de um dos animais mais apreciados do planeta, nessa gama. Toda a população de uma vez.” (Elizabeth L. Bennett, zoóloga norte-americana) KRISTIAN SCHMIDT / WILD AID / GLOBAL POPULATION SPEAK OUT

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 4 de agosto de 2015, onde constam as 15 imagens, e republicado a 30 de novembro de 2015. Pode ser consultado aqui e aqui e aqui