Polícia de Baltimore absolvido da morte de jovem negro

Edward Nero era um dos cinco agentes acusados da morte do afroamericano Freddie Gray, em abril de 2015, quando estava sob custódia policial. O caso desencadeou a violência nas ruas de Baltimore. Conhecida a sentença, esta segunda-feira, a “mayor” da cidade já veio apelar à calma

Um tribunal de Baltimore ilibou Edward Nero, um dos seis polícias acusados da morte do jovem negro Freddie Gray, em abril de 2015. O caso desencadeou atos de violência naquela cidade do estado de Maryland e trouxe para as ruas o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Contam), que considerou esta morte um crime racista.

Conhecido o veredito, esta segunda-feira, um grupo de manifestantes perseguiu familiares do agente num parque de estacionamento gritando: “Se não há justiça, não há paz”.

Stephanie Rawlings-Blake, “mayor” de Baltimore, também ela negra como a maioria dos 620 mil habitantes da cidade, emitiu um comunicado apelando à calma. “Hoje o juiz Barry G. Williams considerou o agente Edward Nero não culpado de todas as acusações. Este é o sistema de justiça norte-americano e os polícias têm a garantia do mesmo tratamento que qualquer outro cidadão na cidade, no estado, no país. Agora que o processo criminal chegou ao fim, o agente Nero irá enfrentar um processo administrativo no Departamento de Polícia. Mais uma vez apelamos aos cidadãos que sejam pacientes e que permitam que todo o processo seja concluído. No caso de qualquer distúrbio na cidade, estamos preparados para responder. Iremos proteger os nossos bairros, os nossos negócios e o povo da nossa cidade.”

Freddie Gray, de 25 anos, foi detido a 12 de abril de 2015 e morreu uma semana depois. A acusação alega que sucumbiu na sequência de uma lesão na espinal medula infligida quando estava dentro de uma carrinha, sob custódia da polícia. A procuradora estadual Marilyn Mosby disse que Gray foi detido sem razões.

Perante uma sala de audiências a abarrotar, o juiz Williams considerou que o agente Nero, de 30 anos, que enfrentava acusações de agressão em segundo grau, descuido e má conduta, atuou como qualquer outro o teria feito. “Com base nas provas apresentadas, este tribunal considera que o estado não fez o ônus da prova, para além de qualquer dúvida razoável, relativamente aos crimes imputados. Por isso, o veredito para cada acusação é não culpado”, declarou.

Juntamente com Nero, outros cinco polícias foram acusados da morte de Gray. Anteriormente, o julgamento de outro agente, William G. Porter, foi declarado invalido por erros processuais e reagendado para setembro. A 6 de junho próximo, começará o julgamento do condutor da carrinha, Caesar Goodson Jr, acusado de assassínio em segundo grau.

A morte de Freddie Gray causou uma grande revolta entre a população negra de Baltimore, desencadeando atos violentos que danificaram ou destruiram perto de 400 edifícios. O caso contribuiu também para o debate nacional sobre o policiamento junto de comunidades minoritárias.

“Isto vem a acontecer há muito tempo. Não é novo, e não devemos fingir que é novo”, afirmou Barack Obama numa reação ao caso Freddie Gray. “A boa notícia é que talvez haja alguma consciência recém-descoberta, por causa das redes sociais e das câmeras de vídeo, no sentido de que existem problemas e desafios quando se trata do policiamento e da aplicação das leis em determinadas comunidades. Temos de prestar atenção a isso.”

O nome de Freddie Gray integra uma lista de mortes de afroamericanos em ações ou em custódia policial desde meados de 2013 e que revoltaram a população negra dos Estados Unidos. Nessa lista constam também Jonathan Ferrell, 24 anos (Charlotte, 14 de setembro de 2013), Eric Garner, 44 anos (Nova Iorque, 17 de julho de 2014), Michael Brown, 18 anos (Ferguson, 9 de agosto de 2014), Tamir Rice, 12 anos (Cleveland, 23 de novembro de 2014), Eric Harris, 44 anos (Tulsa, 2 de abril de 2015), Walter Scott, 50 anos (North Charleston, 4 de abril de 2015), Sandra Bland, 28 anos (Waller County, 13 de julho de 2015) e Samuel DuBose, 43 anos (Cincinnati, 19 de julho de 2015).

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 24 de maio de 2016. Pode ser consultado aqui

O gesto é tudo

Na Tailândia, manifestantes recorreram ao gesto de resistência da saga Hunger Games para desafiar o Governo. Nas ruas árabes, os dedos em v uniram milhões de pessoas contra regimes déspotas. Dedos apontados para cima, para baixo, dedos juntos ou separados, mãos abertas viradas com a palma para a frente, punhos erguidos, polegares para baixo. Um pouco por todo o mundo, a mímica é uma arma. Nas ruas ou entre políticos, por vezes bastam gestos para passar mensagens importantes. Segue-se a prova em duas dúzias de imagens.

Perto da aldeia grega de Idomeni, um homem fecha as mãos e cruza os punhos incentivando ao bloqueio de uma linha de caminhos de ferro, junto à fronteira com a República da Macedónia. Migrantes e refugiados exigem que as fronteiras se abram para prosseguirem viagem até ao norte da Europa MARKO DJURICA / REUTERS
Investigado pela justiça brasileira por ocultação de património e lavagem de dinheiro, o ex-Presidente brasileiro Lula da Silva defende-se também nas ruas com o punho erguido da resistência. A imagem documenta uma manifestação pró-democracia em São Paulo, a 8 de abril NACHO DOCE / REUTERS
Populista e desbocado, o magnata norte-americano Donald Trump tem esbanjado confiança durante as primárias republicanas, o processo de escolha partidária que antecede as presidenciais nos Estados Unidos que, no caso republicano, termina a 7 de junho. Este comício em Buffalo, Nova Iorque, a 18 de abril, foi apenas um desses momentos CARLO ALLEGRI / REUTERS
Um manifestante desaprova a atuação da polícia de choque que intercetou a marcha de um grupo de pessoas a caminho da Arena Castelão, em Fortaleza (Brasil), onde se disputava um jogo da Taça das Confederações, em 2013. Exigiam melhores serviços públicos e protestavam contra os avultados gastos com os grandes eventos desportivos no país DAVI PINHEIRO / REUTERS
Jeroen Dijsselbloem (à direita) continua a presidir ao Eurogrupo, mas Yanis Varoufakis (à esquerda) já não é ministro das Finanças da Grécia. Bruxelas, porém, continua a cruzar os dedos na esperança que as políticas de Atenas levem o país a bom porto FRANÇOIS LENOIR / REUTERS
Ofensivo, obsceno, insultuoso. O significado do “dedo do meio” não é passível de equívocos. Várias teorias arriscam uma origem para este gesto fálico. Numa delas, antropólogos sustentam que é uma variação de uma estratégia agressiva de alguns primatas que mostravam o pénis ereto aos inimigos numa tentativa de intimidação RAFAEL MARCHANTE / REUTERS
Pode ser utilizado para apontar um caminho, mas também para visar alguém. Nas ruas, o dedo indicador é muitas vezes usado para denunciar. A foto mostra um protesto anti-corrupção em Banguecoque, capital da Tailândia, a 15 de novembro de 2013  CHAIWAT SUBPRASOM / REUTERS
Em riste, o dedo indicador assumiu, desde meados de 2014, um significado tenebroso — é juntamente com a bandeira negra um dos símbolos da propaganda do autoproclamado “Estado Islâmico” (Daesh). O gesto alude ao “tawhid”, um conceito central no Islão relativo à unicidade de Alá e que reporta à primeira metade da “shahada”, a afirmação de fé dos muçulmanos: “Não há outro deus senão Alá. Maomé é o seu mensageiro” REUTERS
Os dedos em “v” foram um dos símbolos da Primavera Árabe, exibidos por milhões de pessoas nos protestos que tomaram as ruas um pouco por todo o mundo árabe. A foto mostra Ahmed Néjib Chebbi, advogado e político tunisino, num protesto pró-democracia na Avenida Bourguiba, em Tunis. Várias teorias tentam identificar a origem deste gesto. Uma delas arrisca que terá surgido durante a batalha de Azincourt em 1415, na Guerra dos 100 Anos, quando soldados franceses ameaçavam cortar os dois dedos de arqueiros ingleses feitos reféns para os impedir de disparar o arco. Em sinal de provocação, os ingleses acenavam aos inimigos com os dedos ameaçados. Durante a II Guerra Mundial, este foi um sinal usado profusamente. Quando as tropas nazis marchavam pelas ruas de Paris e o Reino Unido era o último reduto contra Hitler, o Comando Britânico esboçou a campanha de resistência “V for Victory” nos países ocupados. Aos microfones da BBC, o editor Douglas Ritchie — que surgia com a alcunha de “Colonel Britton” — apelava a que o “v” fosse usado como “símbolo da vontade invencível dos territórios ocupados”. O sinal começou a surgir a giz nos pavimentos, pintado em paredes ou em carros alemães. O gesto seria popularizado pelo primeiro-ministro Winston Churchill, o que lhe valeu fama mundial ZOUBEIR SOUISSI / REUTERS
Ficou conhecido como a saudação “três Shalits” e foi usado como símbolo de propaganda pelo movimento islamita palestiniano Hamas, após o rapto de três jovens israelitas, a 12 de junho de 2014, perto de um colonato no território palestiniano da Cisjordânia. Gilad Shalit foi um famoso soldado israelita que esteve refém do Hamas entre 2006 e 2011 e que foi libertado em troca da saída de 1027 presos palestinianos das prisões israelitas MUSSA QAWASMA / REUTERS
A trilogia “Hunger Games”, adaptada ao cinema com grande sucesso, inspirou o movimento pró-democracia na Tailândia que saiu à rua em força após o golpe militar de 22 de maio de 2014. Na tela, a população da nação imaginária de Panem, que vivia na pobreza, revolta-se contra o poder central do abastado Capitólio que forçava jovens a competirem até à morte em concursos transmitidos pela televisão. Em sinal de unidade e solidariedade para com os jovens em lutam pela sobrevivência, a população do distrito 12 erguia o braço juntando os três dedos do meio. O gesto saltou dos ecrãs para a vida real e muitos tailandeses adotaram-no para desafiar a junta militar, que depois declarou-o ilegal CHAIWAT SUBPRASOM / REUTERS
No Egito, se dois dedos identificavam os opositores a Mubarak durante a revolução de 2011, quatro dedos passaram a identificar os apoiantes da Irmandade Muçulmana, após o seu Presidente Mohamed Morsi ter sido deposto por um golpe militar, em 2013. O gesto nasceu após um massacre — 1150 mortos segundo a Human Rights Watch — na Praça Rabi’a Al-Adawiya, em Nasr City, arredores do Cairo, onde milhares de “Irmãos” que acampavam em permanência foram dispersos com grande violência pelas forças da ordem. Rabaa al-Adawiya, que dá nome à praça, foi uma santa muçulmana e mística sufi do século VIII. Em árabe, “rabi’a” significa “quarto” (ordinal de quatro), daí os quatro dedos MUHAMMAD HAMED / REUTERS
A mão aberta é um clássico em protestos de natureza variada. Em Espanha, milhões de cidadãos abriram as duas mãos em manifestações sucessivas contra o terrorismo da ETA, a organização separatista basca fundada em 1959 e que cessou atividade em 2011 — Movimento ¡Basta Ya! Ainda em Espanha, o gesto foi usado, mais recentemente, nos protestos dos Indignados. Mas foi nos EUA que ganhou um cunho mais dramático. Na sequência da morte do jovem afro-americano Michael Brown, em Ferguson, Missouri, atingido a tiro por um polícia branco, a 9 de agosto de 2014, multiplicaram-se protestos sob o slogan “Hands up. Don’t Shoot” (Mãos ao alto. Não dispare). Negros marchavam de mãos abertas para demostrar intenções pacíficas para com a polícia CARLO ALLEGRI / REUTERS
Na imagem, apoiantes do Partido de Ação Nacionalista (MHP) fazem o sinal da “cabeça de lobo” numa iniciativa de rua em Ancara. Esta formação partidária é próxima dos “Lobos Cinzentos”, uma organização juvenil ultra-nacionalista e neo-fascista que visa, nomeadamente, os turcos de origem curda. Um dos seus membros era Mehmet Ali Agca que, em 1981, tentou assassinar o Papa João Paulo II, na Praça de S. Pedro UMIT BEKTAS / REUTERS
Liderado por Joshua Wong (ao centro, na foto), o movimento estudantil pró-democracia Scholarism (entretanto dissolvido para dar lugar a um partido político) desafiou o Governo chinês nas ruas de Hong Kong, sobretudo em 2014. O protesto ficou conhecido como Revolução dos Guarda-chuvas (usados para tentar conter o gás lacrimogénio lançado pelas forças de segurança), mas outros símbolos foram usados pelos manifestantes. “Cruzamos os braços para expressar a nossa insatisfação em relação ao Governo e para refletir a nossa desconfiança em relação ao Governo central chinês”, explicou Joshua Wong à CNN. Pequim aprovara legislação condicionadora da eleição do Governo daquela região administrativa especial chinesa ANTHONY KWAN / GETTY IMAGES
Cruzados sobre o peito, os braços podem traduzir sentimentos carinhosos. É o que Hugo Chávez, o carismático e populista Presidente venezuelano falecido a 5 de março de 2013, pretendeu transmitir ao povo que o saudava junto à varanda do Palácio Miraflores, em Caracas. Chávez tinha acabado de regressar de mais uma viagem a Cuba, onde era tratado a um tumor, que se revelaria fatal CARLOS GARCIA RAWLINS / REUTERS
Nicolas Maduro herdou de Hugo Chávez não só a presidência da Venezuela como o jeito para comunicar com o povo de forma afetiva. Na foto, ele recorre à mímica para fazer um coração direcionado a um grupo de estudantes que o saudava no exterior do Palácio Miraflores, em Caracas CARLOS GARCIA RAWLINS / REUTERS
Petro Poroshenko, Presidente da Ucrânia, marca presença numa cerimónia de homenagem às vítimas da II Guerra Mundial, junto ao Túmulo do Soldado Desconhecido, em Kiev, a 22 de junho de 2015. A mão sobre o coração revela sentimento e respeito. Noutras circunstâncias, colocar a mão sobre o coração significa que aquilo que se diz é a mais pura das verdades. Para muitos povos, é um hábito que acompanha a interpretação do hino nacional, por exemplo REUTERS
As mãos juntam-se durante uma oração e também num desejo de paz. Esta é uma forma de saudação que caracteriza o líder espiritual dos tibetanos, Dalai Lama JESSICA RINALDI / REUTERS
Juntar as mãos em sinal de paz pode também ser um recurso quando, por algum motivo, os interlocutores estão impedidos de se tocarem, como acontece na situação da foto, relativa a um encontro em Nova Deli entre o iraniano Javad Zarif e a indiana Sushma Swaraj, a 14 de agosto de 2015. Na República Islâmica do Irão, por norma, um homem só deve tocar em mulheres da família ou naquela com quem vai casar. A prática é seguida à risca pelo protocolo iraniano, ainda que nas ruas haja cada vez mais cidadãos a ignora-la ADNAN ABIDI / REUTERS
De mãos dadas, revelador de unidade e coesão, um grupo de pessoas exige, junto ao Parlamento de Taiwan, a revisão da lei do referendo, para que os assuntos mais controversos possam ser submetidos a consulta popular. O protesto, a 10 de abril de 2015, inseria-se no chamado Movimento do Girassol, que contestava um acordo comercial celebrado com a República Popular da China e visto como uma ameaça à democracia em Taiwan PICHI CHUANG / REUTERS
Um casal de migrantes prossegue viagem perto de Gevgelija, na Macedónia, após atravessar a fronteira entre a Grécia, a 6 de setembro de 2015. De mãos entrelaçadas, ajudam-se e incentivam-se para ultrapassar o muito que ainda têm pela frente STOYAN NENOV / REUTERS
O gesto repete-se milhões de vezes todos os dias e em todo o mundo. Mas há situações que são mais especiais do que noutras. Com um simples apertar de mão e uma máquina fotográfica por perto, os Presidentes de Cuba e dos Estados Unidos, Raúl Castro e Barack Obama, mostraram ao mundo que a inimizade que caracterizou a relação bilateral desde a Revolução cubana de 1959 faz parte do passado. Este cumprimento aconteceu a 21 de março deste ano, durante a histórica visita de Obama a Cuba CARLOS BARRIA / REUTERS
Barack Obama não se dá mal com o humor e ao longo dos dois mandatos como Presidente dos Estados Unidos marcou presença nos “talk shows” humorísticos variadas vezes. A sua atitude descontraída contribuiu igualmente para que tirasse partido de situações inesperadas. Desafiado pelo cadete Robert McConnell a posar “à James Bond”, durante a cerimónia de atribuição de diplomas da Academia da Guarda Costeira dos EUA, a 20 de maio de 2015, Obama não desiludiu. A pensar numa carreira em Hollywood após deixar a Casa Branca? KEVIN LAMARQUE / REUTERS

Artigo publicado no Expresso Diário, a 16 de maio de 2016. Pode ser consultado aqui

Filho de Bin Laden apela à união jiadista na Síria

Na velha tradição do pai Osama, Hamza bin Laden divulgou uma gravação áudio onde defende que a guerra na Síria é “o melhor campo de batalha” para “a libertação da Palestina”

Osama bin Laden morreu há cinco anos, mas deixou sucessores em matéria jiadista. Um dos seus 24 filhos, Hamza bin Laden, gravou uma mensagem de áudio, divulgada na internet, onde apela à união jiadista na Síria que considera ser o “melhor campo de batalha” para “libertar Jerusalém”.

“A estrada para a libertação da Palestina é hoje muito mais curta do que antes da sagrada revolução síria”, disse. No conflito sírio, a Frente Al-Nusra é o grupo mais próximo da Al-Qaeda. Este grupo jiadista combate o regime de Bashar al-Assad e também o autoproclamado Estado Islâmico (Daesh).

“A ummah [nação islâmica] devia concentrar-se na jihad [guerra santa] no Levante e unir as suas hostes de mujahidin [combatentes] nessa zona”, disse o filho do fundador da Al-Qaeda. “Não há mais desculpas para aqueles que insistem em divisões e disputas numa altura em que todo o mundo mobilizou-se contra os muçulmanos.”

Hamza bin Laden nasceu em 1991 e, cre-se, era o favorito de Osama. À semelhança do que acontecia com o pai, o seu paradeiro não é conhecido. A mãe, Khairiah Sabar, era uma das três esposas que viviam com Osama na cidade paquistanesa de Abbottabad, onde foi abatido por forças especiais dos EUA, a 2 de maio de 2011.

Esta não é a primeira vez que Hamza bin Laden faz ouvir a sua voz. Em agosto de 2015, contas jiadistas no Twitter divulgaram uma mensagem em que apelava a ataques contra o Ocidente, especificando algumas cidades-alvo: Londres, Washington, Paris e Telavive.

A mensagem de Hamza bin Laden segue-se a uma outra no mesmo sentido gravada por Ayman al-Zawahiri, o médico egípcio que sucedeu a Osama na liderança da Al-Qaeda, e divulgada no domingo. Após vários meses de silêncio, Al-Zawahiri — que, no passado, criticou o extremismo do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) — disse: “Atualmente, a unidade é uma questão de vida e morte. Ou nos unimos para vivermos com dignidade enquanto muçulmanos, ou lutamos e separamo-nos e somos comidos um por um”.

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 10 de maio de 2016. Pode ser consultado aqui