A reunificação da península coreana está refém do desinteresse dos jovens e do abismo entre um Norte fechado e obcecado com o nuclear e um Sul moderno e desenvolvido. Reportagem na Coreia do Sul
É noite escura na praia de Gyeongpo e há fogo de artifício no ar. Nada de especial se celebra nesta cidade sul-coreana, Gangneung, mas é hábito entre os seus habitantes lançarem-se foguetes durante os passeios noturnos no areal. Um jovem casal faz um piquenique frugal próximo da linha de mar. Mais adiante, uma família delicia-se com as corridas de uma criança pequena com um palito de fogo de artifício na mão.
Não muito longe dali, no paredão de frente para a ponte iluminada, cinco rapazes estão em silêncio junto a tantas outras canas de pesca. No chão, um smartphone vai debitando uma suave música ambiente. Há também garrafas de refrigerante abertas e uma frigideira sobre um fogareiro para uma patuscada mais dali a pouco. São amigos e todos eles estudantes de língua e cultura alemã na Universidade de Gangwon. Aquela pescaria é a melhor forma de iniciarem as férias de verão.
Portugal fica longe, mas estes jovens não ficam indiferentes à nacionalidade de quem os interpela. “Oooh, Cristiano Ronaldooooo”, dizem vários descompassadamente. Começam a disparar conhecimentos sobre o futebol português, mas não se ficam pela bola. “Há tempos vi um filme sobre Portugal. Gostei muito”, diz um deles. Não se lembra do nome, mas é ágil a procurar a resposta no telemóvel. No ecrã surge o trailer de “Comboio Noturno Para Lisboa”.
Os jovens revelam mais interesse em falar de Portugal do que do futuro do seu país. E não se mostram especialmente entusiasmados perante a ideia da reunificação com o norte da península. “Não gosto dos norte-coreanos”, atira um de pronto, logo interrompido por outro: “São a nossa cultura! Mas são um bocado malucos, não confio neles”. Um terceiro faz a síntese: “Nós queremos a união, mas há uma grande diferença entre um país e o outro. Não funciona.”

Norte e sul-coreanos vivem separados há praticamente 70 anos. Hoje quase só os mais velhos sentem essa distância como uma ferida no coração. Para as gerações mais novas, a reunificação é um assunto longínquo, histórias de família que ouviram contar, mas que pouco ou nada mexem com as suas emoções. “É verdade que os mais jovens não se importam com a reunificação. Esse assunto interessa sobretudo aos mais velhos”, diz Kwan-Sei Lee, vice-diretor do Instituto de Estudos do Extremo Oriente, da Universidade de Kyungnam. “A educação e sensibilização dos mais jovens para a questão da reunificação tem sido uma preocupação. Para os mais jovens, o mais importante é irem para a universidade, formarem-se e arranjarem empregos bem remunerados.”
O ‘divórcio’ entre Norte e Sul iniciou-se em 1948 quando a península coreana, ocupada pelo Japão desde 1910, pagou a fatura da derrota nipónica na II Guerra Mundial e foi dividida em dois — a República Popular Democrática da Coreia (Norte) e a República da Coreia (Sul). Esse afastamento acentuou-se dois anos depois, com a Guerra da Coreia (1950-1953), que mergulhou a península no caos e condenou muitas famílias à separação total — nalguns casos, marido e mulher, proibidos de trocarem cartas, de se falarem ao telefone, mais ainda de se encontrarem cara a cara.
Corrida contra o tempo
Outrora 130 mil, hoje são pouco mais de 60 mil os sul-coreanos que, segundo o Ministério da Unificação, fazem parte de famílias divididas. Aguardam por um contacto com alguém que está no Norte ou, tão-somente, pela possibilidade de lá irem visitar a campa de um familiar que já partiu. Desses 60 mil, 63% têm mais de 80 anos. Anualmente, morrem à volta de 3000, o que torna esta questão uma corrida contra o tempo.
No passado, Norte e Sul já organizaram vários encontros de famílias divididas. São sempre momentos fortemente emotivos que indiciam um bom momento na relação entre os dois países. Talvez por isso, desde que Kim Jong-un foi entronizado Líder Supremo da Coreia do Norte, em finais de 2011, nenhum encontro se realizou. Desde 1948 que os Kim governam a Coreia do Norte ao estilo de uma república dinástica. O poder vai passando de pai para filho e o mandato só termina com a morte do titular: primeiro Kim Il-sung (de 1948 a 1994), depois Kim Jong-il (até 2011) e agora Kim Jong-un.
No país do qual pouco se sabe, mas que no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU de 2016 surge com uma esperança média de vida à nascença de 70,5 anos (contrastando com os 82,1 da Coreia do Sul), o poderio militar é cada vez mais sofisticado e ameaçador. “Kim Jong-un tem uma postura bastante diferente da do pai e do avô. Enquanto estes tinham alguma margem para negociar, ele acabou com a ambiguidade do programa nuclear norte-coreano reafirmando-o como um fim em si e não como uma moeda de troca”, explica Ko Yunju, vice-diretor-geral do Gabinete dos Assuntos do Nuclear Norte-Coreano, do Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano.
“Na revisão constitucional de 2012, Kim Jong-un introduziu a frase de que a Coreia do Norte é um ‘Estado com armamento nuclear’. Na carta do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, também estipulou a Linha Política Byung-Jin que busca, simultaneamente, o desenvolvimento económico e a defesa nuclear. Ele está a acelerar o programa nuclear e a aproximar-se da fase final do desenvolvimento de armas nucleares.”
Quem anda pelas ruas de Seul à procura de um ambiente de tensão ou de indícios de um conflito iminente corre o risco de achar que se enganou no país. Não há outdoors com mensagens bélicas a demonizar o Norte nem avisos com instruções de “como agir” na eventualidade de Pyongyang disparar um míssil na direção do Sul. Mais depressa se encontram propostas de viagem até à fronteira com a Coreia do Norte.
Nos escaparates de uma pequena agência turística perto da Praça de Seul, não faltam brochuras de tours até à zona desmilitarizada (DMZ), a “terra de ninguém” com quase 250 quilómetros de comprimento (de costa a costa) e quatro quilómetros de largura e que é o símbolo do único país dividido e tecnicamente em guerra à face da Terra — entre Norte e Sul apenas foi assinado o armistício de Panmunjom, nunca um tratado de paz.
A partir de 38 dólares (32 euros), os programas proporcionam visitas, por exemplo, ao 3º Túnel, escavado pelos norte-coreanos após o armistício a pensar num ataque surpresa contra o Sul. Nalguns pontos, recorrendo a binóculos, é possível avistar o misterioso país com algum pormenor. Aquela que é a fronteira mais militarizada do mundo é um verdadeiro museu a céu aberto para turistas, com observatórios, túneis, memoriais, checkpoints e povoações com importância histórica. Desembolsando um pouco mais, há a possibilidade de alguns tours serem feitos na companhia de um desertor norte-coreano.
Se o leitor ficou curioso, o YouTube disponibiliza um vídeo da visita do comediante norte-americano Conan O’Brien à DMZ. Pesquise por “Conan Stars In North Korea’s First Late Night Talk Show”. Especialmente hilariante é a visita à sala de conferências na Zona de Segurança Conjunta, onde norte e sul-coreanos se encontram sempre que necessário e possível, e onde a linha de fronteira — o paralelo 38 — passa pelo centro da mesa colocada no meio da sala.
No exterior, separados por escassos metros, militares dos dois lados, falantes da mesma língua, não trocam palavra nem olhar. Numa cultura onde, como diz o professor Kim Seong-Kon, ex-reitor da Universidade Nacional de Seul, “se chora por tudo e por nada” — de felicidade, de tristeza, de raiva, de gratidão —, os sul-coreanos usam óculos escuros para esconder as emoções. E intimidar os do Norte.
Pensar numa Coreia unificada implica arranjar fórmula para ultrapassar o abismo Norte-Sul em matéria de dinâmica política e desenvolvimento social. Se, em Pyongyang, criticar as autoridades ou clamar por liberdades pode condenar quem o faz a trabalhos forçados, em Seul protesta-se “por tudo e por nada”.
No centro da capital sul-coreana, a Avenida Sejong é uma passarela para manifestações sobre os mais diversos assuntos, umas individuais outras coletivas, umas mediáticas outras mais discretas. Junto à estátua do rei Sejong — o monarca que reinou entre 1418 e 1450 e criou o hangeul, o alfabeto coreano —, um homem está só no seu protesto. Sentado no chão, não fala uma palavra que não seja coreano. “Não a Trump. Não ao THAAD”, lê-se num cartaz em inglês ao seu lado.
Para que a mensagem passe com clareza, puxa de um caderno e abre numa folha onde um texto manuscrito em inglês diz: “Os Estados Unidos deslocaram o THAAD para a Coreia do Sul ilegalmente. Dizem que é necessário para defender dos mísseis da Coreia do Norte. Mas, na verdade, visa atacar a Coreia do Norte. O THAAD provoca a guerra na Coreia. Nós queremos uma Coreia pacífica. Não queremos a instalação do THAAD”.

THAAD é a sigla inglesa de Terminal de Defesa de Área de Alta Altitude e refere-se a um escudo antimíssil formado por radares de longo alcance e baterias de interceção de mísseis a grande altitude. Fabricado pela norte-americana Lockheed Martin, começou a ser instalado pelos EUA na Coreia do Sul no tempo da antiga Presidente Park Geun-hye (2013-2017) para defender o país de um eventual ataque do Norte.
Os sul-coreanos prezam a aliança com os norte-americanos, mas não a desejam a qualquer preço. Uma das primeiras medidas que Moon Jae-in ordenou após tomar posse como Presidente do país, a 10 de maio passado, foi suspender o processo de instalação do THAAD até à conclusão de um estudo de impacto ambiental. Porém, a recente batalha verbal entre Kim Jong-un e o homólogo norte-americano, Donald Trump, com ameaças de guerra de parte a parte, obrigou os sul-coreanos a fazerem cedências: o estudo ambiental continua, mas, dada a ameaça iminente de uma ação armada norte-coreana, o THAAD vai ser instalado na sua totalidade.
Continuando a descer a Avenida Sejong, a Praça Gwanghwamun — onde se ergue a estátua do mítico almirante Yi Sun-Sin — está ocupada por um conjunto de pequenas tendas pontiagudas que abrigam outro protesto ao estilo de uma exposição permanente. Aberta dia e noite, sete dias por semana, não deixa que uma grande tragédia recente caia no esquecimento: o naufrágio do ferry “Sewol”, a 16 de abril de 2014, onde morreram 304 pessoas, 250 das quais eram alunos e outros 11 professores na Escola Secundária Danwon, da cidade de Ansan. Iam numa viagem de férias para a ilha de Jeju.
Mais de três anos depois, há perguntas que continuam sem resposta relativas às razões do naufrágio e, sobretudo, do falhanço da operação de resgate. Jeong-yeon Lee, uma enfermeira de 50 anos, é voluntária, três dias por semana, numa das tendas da exposição. Tenta captar a atenção de quem passa e apela a que assine uma petição onde se pede uma investigação ao caso e a punição dos responsáveis. “Continuamos sem saber porque é que o ferry se afundou”, diz. “A guarda costeira resgatou a tripulação, não os passageiros. E a Presidente [Park Geun-hye] não deu qualquer ordem durante sete horas. Desapareceu!” Muitos cidadãos acusam a então chefe de Estado de obstrução às tentativas de investigação da tragédia.
Revolução das velas
Jeong-yeon Lee tem dois filhos adolescentes. “A maioria das vítimas é da idade deles. Ainda não apareceram cinco corpos. Encontrem-nos!”, exige com uma expressão de revolta. A enfermeira acredita que o novo Presidente, Moon Jae-in, um antigo advogado na área dos Direitos Humanos, vai levar o caso até às últimas consequências. “Ele prometeu!” Numa tenda ao lado, voluntários fazem pins em forma de laços amarelos, o símbolo da campanha. Noutra, forrada com as fotografias das vítimas, convida-se o visitante a entrar, a orar e a colocar uma flor sobre uma espécie de altar.

Desde 14 de julho de 2014 que a Praça Gwanghwamun está ocupada por voluntários e familiares das vítimas do “Sewol”. Já fizeram greves de fome, marcharam até à Casa Azul (a sede da presidência sul-coreana), foram recebidos pela Papa Francisco quando da sua visita à Coreia do sul, em agosto de 2014, e alimentaram a Revolução das Velas, o maior movimento de contestação social da era democrática, que começou a “iluminar” a Coreia do Sul em finais de 2016.
Acusada de governar sob influência de uma guru e suspeita de receber dinheiro de grandes grupos industriais, a Presidente Park Geun-hye viu sair às ruas de todo o país, todos os sábados e durante semanas a fio, milhões de sul-coreanos com uma vela na mão. Acusavam a Presidente de estar a arruinar a democracia, permitindo que a sua amiga e confidente Choi Soon-sil interferisse em assuntos de Estado, e exigiam a sua demissão. Ela era também a odiada governante que falhara na gestão do naufrágio do “Sewol” e abrira as portas do país à instalação do polémico THAAD.
A contestação acabaria por levar à impugnação da Presidente no Parlamento, a 9 de dezembro de 2016, a um ano de terminar o mandato. Hoje está presa e a aguardar julgamento por abuso de poder, suborno e coerção. Se as gigantescas manifestações populares de junho de 1987 — sensivelmente a um ano dos Jogos Olímpicos de Seul — puseram fim à ditadura militar, forçando à realização de eleições democráticas, quase 30 anos depois milhões de sul-coreanos festejaram o impeachment de Park Geun-hye como um sinal de maturidade democrática.
Hoje, junto ao memorial às vítimas do “Sewol”, uma vela gigante feita de arame enfeitada com laços amarelos alude a esse movimento histórico. E inspira outras lutas sectoriais. É terça-feira e cerca de 8000 operários da construção civil seguem, avenida acima, na direção da Praça Gwanghwamun. Exigem que as empresas do sector contratem mais coreanos e não mão de obra ilegal. Vêm de todo o país. No final do dia, terminada a jornada de luta, espalham-se pelos espaços verdes e pelos passeios em cimento das imediações do Cheonggyecheon, o riacho urbanizado que atravessa o centro de Seul, e ali ficam a dormir ao relento. O regresso a casa fica para o dia seguinte.

Quando reflete sobre a evolução democrática do seu país, o cientista político Yeonho Lee, diretor do Centro Jean Monnet, da Universidade de Yonsei, diz que lhe vem à mente a odisseia de Bartolomeu Dias por terras africanas, em busca do Preste João e do reino cristão. “O mesmo tipo de experiência se passa hoje na Ásia: os europeus estão a encontrar aqui os seus valores, o capitalismo de mercado e a democracia política”, diz.
“A Coreia do Sul conquistou a democracia e o crescimento económico num período de tempo muito curto. Só iniciámos o processo de modernização ao estilo ocidental em 1945, após libertarmo-nos da ocupação japonesa. Os valores europeus floresceram na Ásia Oriental.” No Índice de Democracia de 2015 da revista “The Economist”, a Coreia do Sul surgia em 22º lugar (Portugal era 33º). A nível económico, em 2016, tinha o 29º PIB per capita mais alto do mundo.

Em 30 anos de democracia, os primeiros 10 foram de transição. A partir de 1997, a Coreia do Sul começou a produzir bens de primeira classe e a esculpir marcas globais, como a Samsung (líder mundial no segmento dos smartphones), a KIA e a Hyundai, na área automóvel, e a LG Electronics, no sector dos equipamentos eletrónicos e eletrodomésticos. Estas marcas são a espinha dorsal de uma economia exportadora, que é membro do G20.
Internet, prós e contras
Mais do que um país que vive assustado pela iminência de um conflito com o Norte, a Coreia do Sul é um país que procura destacar-se fora de portas pela excelência. O aeroporto de Incheon foi considerado o melhor do mundo por 12 anos consecutivos. O país tem a internet mais rápida de todo o planeta e WiFi sem interrupções nas carruagens de metro. Em Seul, a existência de um Centro de Prevenção de Dependência da Internet revela, porém, que aceder à net com tanta facilidade e rapidez pode também ser fonte de problemas…
Se o leitor tem ativadas, no seu “smartphone, as notificações da CNN é possível que, em julho, tenha recebido uma sugestão de leitura intitulada “50 razões pelas quais Seul é a melhor cidade do mundo”. Da lista não constam, mas poderia, o cuidado na recolha de lixo e a disciplina dos cidadãos nas filas dos transportes públicos desta cidade onde vivem aproximadamente tantas pessoas como em Portugal.

A mais de 10 mil quilómetros de distância, faltam pontes entre Portugal e a Coreia do Sul que ajudem a aproximar os povos e a esclarecer alguns equívocos, designadamente a perceção de muitos portugueses de que todos os sul-coreanos se chamam Kim… O exagero não é descabido. Segundo o professor Kim Seong-Kon, presidente do Instituto de Tradução de Literatura da Coreia e ex-reitor da Universidade Nacional de Seul, um quarto dos 50 milhões de habitantes do país chama-se, efetivamente, Kim. Há ainda muitos Lee e Park, sendo este último o nome mais comum, como é o caso do atual embaixador em Portugal, Park Chul-min.
Kim, Lee e Park são apelidos e não nomes próprios. De acordo com a tradição coreana, o nome de família vem em primeiro lugar. Colocado no fim, significa uma cedência à convenção ocidental, como é o caso de Ban Ki-moon, o ex-secretário-geral das Nações Unidas. Com o mesmo apelido, o Presidente Moon Jae-in segue a regra coreana.
Mas ainda que a questão dos nomes fique esclarecida, afinal, o que distingue verdadeiramente um coreano de um chinês ou de um japonês? “É verdade que aos olhos dos ocidentais todos os asiáticos parecem iguais”, explica o professor Kim Seong-Kon. “Para um ocidental é difícil distinguir o kung fu chinês do karate japonês ou do taekwondo coreano.
Mesmo os templos budistas dos três países parecem iguais. Nós partilhamos muitas coisas e temos muitas coisas em comum, no entanto há diferenças culturais. Diz-se, por exemplo, que a literatura chinesa é masculina, a japonesa feminina e a coreana fica no meio, metade masculina, metade feminina. Outra diferença: aquando dos protestos das velas, no centro de Seul para depor a Presidente, no ano passado, um milhão de manifestantes concentrou-se na Praça de Seul. No Japão, isso seria impensável. A sociedade coreana é muito orientada para os grupos, enquanto o Japão é um país individualista. Exemplo disso é a diferença entre os jogos solitários da japonesa Nintendo e os jogos de internet para vários jogadores em que os coreanos são muito bons.”
No início do século XX, após estalar a guerra russo-japonesa (1904-1905), o escritor e jornalista norte-americano Jack London aceitou cobrir o conflito para o jornal “San Francisco Examiner”. A passagem pela Ásia levou-o também à Coreia, onde não foi indiferente à tendência dos coreanos para os ajuntamentos: “Os coreanos parecem gostar de se reunir e assistir a espetáculos juntos. Quando há uma batalha entre as tropas japonesas e as tropas russas no seu solo, os coreanos fogem para a montanha, levando consigo magotes de refugiados. Em menos de meia hora, porém, eles voltam para assistir à batalha. Não iriam perder as cenas emocionantes.”
O Expresso viajou a convite da Korea Foundation
Artigo publicado na “E”, a 26 de agosto de 2017, e republicado no “Expresso Online”, a 3 de setembro de 2017. Pode ser consultado aqui







