Cimeira sueca para Kim e Trump?

O chefe da diplomacia norte-coreana esteve, esta semana, na Suécia, país que representa os Estados Unidos em Pyongyang

A Coreia do Norte reagiu com silêncio ao “sim” de Donald Trump a um encontro com Kim Jong-un e logo surgiram receios de que o convite de Pyongyang pudesse não passar de uma cortina de fumo para afastar a tensão da Península Coreana. Esta semana, porém, foram dados passos que indiciam que esse encontro está a ganhar forma. Ontem, o ministro norte-coreano dos Negócios Estrangeiros, Ri Yong-ho, foi recebido, em Estocolmo, pelo primeiro-ministro sueco. “Não vamos divulgar sobre que falaram”, disse o porta-voz de Stefan Lofven à AFP.

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Artigo publicado no “Expresso Online”, a 17 de março de 2018. Pode ser consultado aqui

As cidades mais cantadas

Uma análise a cerca de 14 milhões de canções, em várias línguas, revela que Nova Iorque é a cidade mais homenageada pela música. Lisboa, a metrópole portuguesa mais cantada, surge em 54º lugar entre 300 cidades pesquisadas. Este artigo lê-se em poucos minutos, mas demora mais de duas horas a ouvir

Nova Iorque é a metrópole que mais inspira os letristas em todo o mundo. Imortalizada pela voz de Liza Minnelli, no filme “New York, New York” (1977), de Martin Scorsese, a Grande Maçã é citada num total de 30.867 canções. De longe, seguem-se duas cidades europeias: Paris e Londres, com 20.007 e 14.805 referências, respetivamente.

As conclusões resultam de uma análise a mais de 14 milhões de letras, elaborada pela empresa Holidu, um motor de busca para casas de férias, com sede em Munique, e Musixmatch, o maior catálogo mundial de letras de músicas e respetivas traduções.

Entre as dez cidades mais mencionadas nas letras de músicas, metade são norte-americanas. Para além de Nova Iorque, Nova Orleães — considerada a capital mundial do jazz — ocupa o quinto lugar, com 8798 referências, e a solarenga Miami aparece na posição seguinte, mencionada em 7809 canções. Em oitavo lugar, surge Atlanta, seguida de Houston.

As restantes cinco do top-10 absoluto são maioritariamente europeias. Para além das capitais francesa e britânica, também a italiana e a alemã inspiram os compositores: Roma surge em quarto lugar (11.859 referências) e Berlim em sétimo (6267).

Num ranking exclusivamente europeu, após Paris, Londres, Roma e Berlim, completam o top-10 MilãoVienaAmesterdãoMadridVeneza e Barcelona.

A primeira cidade fora dos continentes europeu e americano aparece em décimo lugar. Tóquio, a capital japonesa, é citada em 4719 músicas.

A primeira cidade portuguesa surge na 57ª posição. Lisboa é mencionada em 538 canções, seguida por Coimbra, com 49 referências. A tradição fadística contribui fortemente para a distinção de ambas, mas não a esgota, especialmente no caso da capital, como o prova “Lisboa”, de Charles Aznavour. No ranking português, o terceiro lugar é ocupado por Sintra, citada em 44 letras.

Em declarações ao Expresso, Fernando Esteves, “country manager” da Holidu, defende que a música pode ser um bom indutor no momento de escolher um destino de férias. E Lisboa é “um excelente exemplo. Além da arquitetura, história e culinária, muito viajantes escolhem a capital portuguesa devido ao Fado, um estilo musical único que tem as suas raízes nos bairros da cidade. Muitos viajantes têm o primeiro contacto com Lisboa através da música de Amália Rodrigues”.

Outras cidades são encaradas como destinos de sonho por parte de fãs desejosos de calcorrearem os lugares dos seus ídolos musicais. São exemplos a norte-americana Memphis, onde a propriedade de Elvis Presley é um verdadeiro local de peregrinação — em maio de 2016, Graceland recebeu o visitante 20 milhões —, ou a britânica Liverpool, onde nasceram The Beatles. Neste ranking, Memphis surge na 13ª posição e Liverpool na 40ª.

Havana, a mais recente homenagem

Para este estudo, foram inseridos os nomes de 300 cidades, escritos em inglês, português, italiano, alemão, francês e espanhol. No caso de Lisboa, a pesquisa foi feita também por “Lisbon”, “Lisbona”, “Lissabon” e “Lisbonne”.

De fora ficaram metrópoles cujo nome pode sugerir algo mais do que o nome de uma cidade. Foi o caso da Invicta. Se em “Porto Sentido” não há dúvidas em relação à intencionalidade das palavras de Rui Veloso, já no tema “Ti Porto Via Con Me”, de Jovanotti, a palavra é um tempo verbal — “Levo-te comigo”.

Igualmente, só foram contempladas referências explícitas às cidades. Ou seja, ainda que “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim, seja indissociável do Rio de Janeiro, não entra na contabilidade da cidade brasileira já que a letra de Vinicius de Moraes omite o seu nome.

“Garota de Ipanema” é “uma das canções mais interpretadas em todo o mundo em diversas línguas, o que contribuiu imensamente para a popularidade da cidade do Rio de Janeiro e das suas icónicas praias junto dos turistas estrangeiros”, diz Fernando Esteves. “Mas como a música não menciona exatamente o Rio de Janeiro não a contamos no número total para que fosse possível manter a mesma metodologia para todas as cidades.”

Rio de Janeiro surge em 29º lugar na lista das cidades mais musicadas, seis posições atrás da capital de Cuba, a mais recente metrópole a conquistar as “billboards”, pela voz de Camila Cabello e do tema “Havana”.

(Foto: Os arranha-céus de Nova Iorque  HOLIDU)

Artigo publicado no “Expresso Diário”, a 16 de março de 2018, e republicado no Expresso Online, a 18 de março de 2018. Pode ser consultado aqui e aqui

Derrota estrondosa das FARC na primeira vez que foi a votos

A antiga guerrilha colombiana, com que o Governo de Bogotá celebrou o acordo de paz de 2016, participou, este domingo, nas eleições para o congresso. Os eleitores mostraram que não esquecem os seus crimes

Os colombianos foram a votos, este domingo, pela primeira vez desde a assinatura do acordo de paz entre o Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a 24 de novembro de 2016, e deram a sua preferência às forças críticas a essa conquista histórica.

Em causa esteve a eleição de um novo Congresso (108 senadores e 166 deputados para a Câmara dos Representantes), num escrutínio que assinalou a participação inédita das FARC, transformadas em partido político após a conclusão do processo de desarmamento, conservando o mesmo acrónimo — Forças Alternativas Revolucionárias Comuns (FARC).

Com mais de 90% dos votos contados — os resultados finais são esperados esta segunda-feira —, os partidos conservadores de direita concentram as preferências de voto. O Centro Democrático, do ex-Presidente Álvaro Uribe — um feroz opositor ao acordo de paz —, foi o mais votado, com um total de 51 congressistas: 19 senadores e 32 deputados na câmara baixa. Álvaro Uribe foi reeleito senador.

Por força dos termos do acordo de paz, as FARC têm, à partida, 10 assentos garantidos — cinco em cada câmara legislativa —, qualquer que seja o resultado. Os parciais dizem que não deverão ir além dos 0,4% para o Senado e 0,3% para a Câmara dos Representantes.

A escassa confiança dada às FARC pelo eleitorado decorre de um sentimento predominante na sociedade colombiana segundo o qual, antes de poder ir a votos, a antiga guerrilha deveria pagar pelos crimes praticados durante 52 anos de guerra civil.

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 12 de março de 2018. Pode ser consultado aqui

Pingue-pongue para garantir a sobrevivência

Kim Jong-un convidou, Donald Trump aceitou. Primeira reunião de sempre entre Presidentes dos dois países pode ser já em maio

A realizar-se e a correr bem, a cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un — anunciada ontem e agendada para maio — pode valer a ambos… o Prémio Nobel da Paz. Nunca antes foi possível um encontro entre os líderes dos Estados Unidos da América e da Coreia do Norte. Atirados pela Guerra Fria para lados opostos da barricada, os dois países nunca conseguiram libertar-se desse estigma, mesmo após a queda do Muro de Berlim.

Nos últimos meses, Washington e Pyongyang mais pareciam à beira de uma guerra do que de qualquer entendimento. Em setembro passado, na tribuna da Assembleia Geral das Nações Unidas, e após sucessivos testes nucleares norte-coreanos que puseram o mundo à beira de um ataque de nervos, Trump prometeu a “destruição total da Coreia do Norte”. Em resposta, foi ameaçado com “um mar de fogo inimaginável”.

Até que, em Pyongyang, a realpolitik falou mais alto e Kim deu um passo no sentido da aproximação a Trump, fazendo chegar a Washington, na quinta-feira, um convite para um encontro cara a cara. O mensageiro foi o chefe do Gabinete de Segurança Nacional da Coreia do Sul, que se reunira com Kim Jong-un três dias antes, em Pyongyang (ver texto ao lado).

Ontem, numa declaração à saída da Casa Branca, Chung Eui-yong foi o porta-voz do líder norte-coreano: “Comuniquei ao Presidente Trump que, no nosso encontro [na capital norte-coreana], Kim Jong-un disse-nos que está comprometido com a desnuclearização [a Coreia do Norte é uma das nove potências nucleares mundiais], que prometeu que a Coreia do Norte vai conter-se na realização de novos testes com mísseis e nucleares e que entende que os exercícios militares conjuntos regulares entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos têm de continuar. E sublinhou o seu anseio por encontrar-se com o Presidente Trump, assim que for possível”.

No Twitter, o líder norte-americano reafirmou e comentou os termos: “Kim Jong-un falou de desnuclearização com os representantes sul-coreanos, e não apenas de um congelamento [do programa nuclear]. Além disso, a Coreia do Norte não fará testes com mísseis durante este período. Grandes progressos estão a ser feitos mas as sanções continuarão [em vigor] até ser alcançado um acordo. Está a ser planeado um encontro!”

70 anos sob a dinastia Kim

“Se o diálogo sobre a desnuclearização significa a sobrevivência do regime, então isso passa a ser uma prioridade do interesse nacional norte-coreano”, explica ao Expresso Rui Faro Saraiva, professor de Ciência Política na Universidade de Hosei, em Tóquio (Japão). Por muito caduco que possa parecer aos olhos da comunidade internacional, o regime de Pyongyang age motivado pela sua própria sobrevivência e, nesse sentido, o programa nuclear funciona como seguro de vida.

Em setembro completam-se 70 anos desde que os Kim governam a Coreia do Norte de forma ininterrupta. No país fundado em 1948, o poder tem passado de pai para filho, ao estilo de uma república dinástica, de costas voltadas para a metade sul da península e no respeito pela ideologia juche (autossuficiência), introduzida por Kim Il-sung, o “pai fundador” do Estado e avô do atual líder. Morreu em 1994 e sucedeu-lhe o filho Kim Jong-il, falecido em 2011. Ambos foram declarados “líderes eternos”.

Em nome da perpetuação no poder, a última coisa que os Kim querem é guerra. Daí que a provocações militares geradoras de grande tensão internacional — como nos últimos meses, em que sucessivos testes nucleares envolvendo mísseis cada vez mais potentes elevaram a Coreia do Norte ao patamar dos países mais ameaçadores à face da Terra — se sucedam gestos de boa vontade, que voltam a colocar na agenda a reunificação com o sul e a aproximação aos Estados Unidos.

Americanos no quintal

Por ironia, se é com o Sul que o Norte continua tecnicamente em guerra — após o conflito de 1950-1953 as duas Coreias nunca assinaram um tratado de paz —, é com os Estados Unidos que o diálogo tem sido mais difícil. Mais de 300 mil soldados norte-americanos combateram na Coreia, em apoio do Sul. Hoje, mais de 20 mil continuam no território. “Para a Coreia do Norte, ter os EUA no seu ‘quintal’ tem sido uma ameaça constante desde a Guerra da Coreia. O ponto de partida do regime norte-coreano foi, primeiro, a descolonização e independência em relação ao Japão [conquistada após a derrota nipónica na II Guerra] e, depois, tendo em contas os ventos da Guerra Fria, a prossecução desses objetivos mediante um modelo comunista”, diz Rui Saraiva.

“Há um jogo na Ásia Oriental, que decorre dos tempos da colonização japonesa e da Segunda Guerra Mundial, com atores externos, como os Estados Unidos, a quererem estar presentes”, conclui o académico. “O jogo pela sobrevivência do regime norte-coreano é como uma partida de pingue-pongue”, em que num segundo se está à defesa e no seguinte ao ataque. “E, neste momento, Kim Jong-un está a marcar pontos.” Se Trump lhe apertar a mão, marcará pontos também.

UM ‘MILAGRE’ APÓS MESES EM QUE A GUERRA PARECIA CERTA

Pyongyang estendeu a passadeira a Seul e propôs a realização de uma cimeira intercoreana, em abril, na “aldeia da paz”

O Muro de Berlim caiu há quase 30 anos mas, no longínquo Oriente, uma cicatriz da Guerra Fria continua a rasgar a península coreana em dois. Dos dois lados dessa fronteira, dois países independentes desde 1948, unidos pelo coração, separados pela política. Na segunda-feira, quando recebeu uma missão sul-coreana enviada pelo Presidente Moon Jae-in — a mais importante a viajar de Seul a Pyongyang desde que Kim Jong-un subiu ao poder, em 2011 —, o líder norte-coreano disse ter vontade de “escrever uma nova história da reunificação nacional”.

A delegação — liderada por Chung Eui-yong, chefe do Gabinete de Segurança Nacional da Coreia do Sul — culminou um mês de gestos aparentemente simbólicos mas politicamente muito relevantes, que envolveram também os EUA (ver cronologia) e foram desbravando o caminho do relançamento do diálogo entre as Coreias.

Além do convite a Trump, que os sul-coreanos trouxeram de Pyongyang, o líder norte-coreano estendeu a passadeira ao homólogo sul-coreano, propondo-lhe uma cimeira intercoreana, a realizar-se em maio (mês também apontado para a reunião com o líder americano) em Panmunjom, a chamada “aldeia da paz”, onde foi assinado o armistício de 1953. Nascido nesse ano, Moon Jae-in é filho de um casal de refugiados do Norte e, desde sempre, acérrimo defensor do diálogo entre as duas Coreias, que tem sido escasso.

“O encontro de maio será registado como um marco histórico que realizou a paz na península coreana”, reagiu ontem o chefe de Estado sul-coreano. “Se o Presidente Trump e o Presidente Kim se encontrarem na sequência se uma cimeira intercoreana, a desnuclearização completa da península coreana será posta no caminho certo.” Moon acrescentou que a Coreia do Sul tentará aproveitar esta “oportunidade que surgiu como um milagre”.

A realizar-se, será apenas a terceira cimeira de sempre entre Seul e Pyongyang — as anteriores aconteceram em 2000 e 2007, na capital norte-coreana, mandava em Pyongyang Kim Jong-il, pai do atual líder.

Sorrisos à mesa do jantar

Numa das fotografias tiradas no decurso da visita sul-coreana de segunda-feira a Pyongyang — de onde, geralmente, só chegam imagens de um Kim Jong-un confiante após mais uma conquista bélica norte-coreana —, doze pessoas sorridentes estão sentadas à volta de uma mesa posta, como que preparados para um jantar de amigos. Um deles é Kim Jong-un, sentado entre Chung Eui-yong, chefe da delegação sul-coreana, e a mulher, Ri Sol-ju, que raramente aparece. “Foi também a primeira vez que Ri se encontrou com sul-coreanos desde 2005, quando viajou ao sul como membro de um grupo de majoretes para os Campeonatos Asiáticos de Atletismo, em Incheon”, recorda o jornal “The Korea Times”. Houve outra mulher no jantar: Kim Yo-jong, irmã mais nova e próxima do líder norte-coreano, que assistiu à cerimónia de inauguração dos Jogos Olímpicos de Pyeongchang.

Segundo a imprensa coreana, o jantar durou quatro horas e doze minutos, sem necessidade de tradutores… “Imaginemos Portugal divido em dois, no pós-Segunda Guerra”, sugere Rui Faro Saraiva, professor de Ciência Política na Universidade japonesa de Hosei. “Passados 75 anos, independentemente das diferenças ideológicas, os portugueses do norte e do sul serão sempre portugueses, sangue do nosso sangue, com história e fronteiras partilhadas, a mesma língua.” Da mesma forma, “a afinidade entre norte e sul-coreanos será sempre maior do que com representantes de países de outros continentes, culturas, línguas.” Não fossem os interesses — os geopolíticos e os da família Kim — e talvez o paralelo 38 já se tivesse apagado.

A ROTA DA PAZ

9 DE JANEIRO
Delegações das duas Coreias encontram-se na zona desmilitarizada junto à fronteira entre ambas. O Norte concorda em enviar atletas aos Jogos Olímpicos de Inverno organizados pelo Sul

9 DE FEVEREIRO
Kim Yo-jong, irmã mais nova do líder norte-coreano, assiste à abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang (Coreia do Sul). Na tribuna, a poucos centímetros, está o vice-presidente dos EUA, Mike Pence. Num encontro com o Presidente sul-coreano, a enviada de Kim entrega-lhe uma carta do irmão propondo um encontro

25 DE FEVEREIRO
Ivanka Trump, filha do Presidente dos Estados Unidos, marca presença na cerimónia de encerramento dos Jogos de PyeongChang

5 DE MARÇO
Uma delegação sul-coreana, liderada pelo chefe de Gabinete de Segurança Nacional, viaja até Pyongyang para um encontro inédito com Kim Jong-un. De lá traz propostas de uma cimeira intercoreana e outra entre Trump e Kim

8 DE MARÇO
Trump recebe, das mãos dos sul-coreanos, o convite enviado por Kim, que aceita

Artigos publicados no Expresso, a 10 de março de 2018

Kim e Trump: das ameaças de morte à cimeira histórica

Cimeira Kim Jong-un convidou, Donald Trump aceitou. Primeira reunião de sempre entre Presidentes dos dois países pode ser já em maio

A realizar-se e a correr bem, a cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un — anunciada ontem e agendada para maio — pode valer a ambos… o Prémio Nobel da Paz. Nunca antes foi possível um encontro entre os líderes dos Estados Unidos da América e da Coreia do Norte. Atirados pela Guerra Fria para lados opostos da barricada, os dois países nunca conseguiram libertar-se desse estigma, mesmo após a queda do Muro de Berlim.

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Artigo publicado no “Expresso Online”, a 10 de março de 2018. Pode ser consultado aqui