Esta segunda-feira, surgiram, nas ruas de Jerusalém, as primeiras placas de trânsito indicativas da futura localização da nova embaixada dos EUA em Israel. Transferida de Telavive após o reconhecimento da Cidade Santa como capital de Israel, será inaugurada na próxima segunda-feira, 14 de maio
Ainda não foi inaugurada, mas já há indicações de trânsito a sinalizar o local — para que não haja dúvidas de que vai mesmo avante. Esta segunda-feira, em Jerusalém, começaram a ser instaladas, nas ruas da Cidade Santa, placas informativas indicando a localização da futura embaixada dos Estados Unidos em Israel.
Escritas em inglês, hebraico e árabe, as placas apontam na direção do atual consulado dos Estados Unidos em Jerusalém, na parte sul da cidade.
Nir Barkat, o presidente da Câmara, arregaçou as mangas e associou-se aos trabalhos dos funcionários camarários. No Twitter, expressou a importância política daquele gesto: “Isto não é um sonho — é realidade! Esta manhã, instalei os sinais indicativos da nova embaixada dos EUA em Jerusalém! Jerusalém é a eterna capital do povo judeu — e o mundo começa a reconhecê-lo!”
https://twitter.com/ArchiveNir/status/993397248791924736?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E993397248791924736%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fexpresso.pt%2Finternacional%2F2018-05-07-Nova-embaixada-dos-EUA-em-Jerusalem-e-por-ali
A 6 de dezembro de 2017, numa decisão polémica, e amplamente condenada fora de portas, a Administração Trump reconheceu a Cidade Santa como capital do Estado de Israel e ordenou a transferência da sua representação diplomática de Telavive para Jerusalém.
Para os palestinianos — que sonham com Jerusalém como capital do seu futuro Estado —, essa decisão foi uma demonstração de que os Estados Unidos de Donald Trump não são mais um mediador credível para o processo de paz israelo-palestiniano.
A inauguração da nova embaixada dos EUA em Israel está marcada para a próxima segunda-feira, 14 de maio, dia em que o Estado judeu comemora 70 anos de vida.
A efeméride coincidirá com o fim da Grande Marcha do Regresso — em curso na Faixa de Gaza desde 30 de março —, com que os palestinianos pretendem lembrar que o Estado israelita, criado em 1948, se ergueu sobre terras que eram suas. A inauguração da nova embaixada dos EUA promete ter o efeito de um bidão de gasolina lançado sobre uma grande fogueira.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 7 de maio de 2018. Pode ser consultado aqui