Obama não é Mandela

O ex-Presidente dos EUA é o orador convidado pela Fundação Mandela para proferir a conferência anual da instituição, este ano agendada para a véspera do 100.º aniversário de “Madiba”. Mas a escolha de Obama está a motivar críticas

Nas vésperas de viajar até Portugal — onde a 6 de julho dará uma conferência no Coliseu do Porto sobre alterações climáticas —, Barack Obama está confrontado com uma contestação pouco habitual.

O 44.º Presidente dos Estados Unidos — o primeiro negro a ocupar a Casa Branca — é o orador convidado pela Fundação Mandela para proferir a sua palestra anual, agendada para 17 de julho, em Joanesburgo. A escolha de Obama para homenagear “Madiba”, como é carinhosamente tratado pelos sul-africanos o líder da luta contra o “apartheid” falecido em 2013, não é, porém, consensual.

Numa carta aberta endereçada à Fundação Mandela, a organização CAGE Africa — que trabalha no sentido de reverter as narrativas da “guerra contra o terrorismo” que prevalecem no continente africano — apela a que seja “retirado o convite” a Barack Obama.

“Várias notícias e relatórios independentes, investigações criminais e processos em tribunal relacionaram Obama, enquanto comandante-chefe das Forças Armadas dos Estados Unidos entre 2009 e 2017, com crimes de guerra, incluindo tortura, prisões arbitrárias e rendição, e execuções extrajudiciais através de indiscriminados ataques aéreos e com recurso a drones que provocaram a morte de milhares de civis inocentes, sobretudo muçulmanos, em nome do ‘combate ao terrorismo’”, lê-se na carta com data de 5 de junho.

“Isto é especialmente pertinente dado o legado de Nelson Mandela como um indivíduo que também foi, em tempos, designado de ‘terrorista’ e foi torturado e preso, e que agora é visto como uma das figuras proeminentes para a justiça em todo o mundo.” Nos EUA, o nome de Mandela apenas foi retirado da lista negra de terroristas em 2008 — 15 anos após receber o Nobel da Paz.

Erros e arrependimentos

Durante os oito anos de Barack Obama na Casa Branca, os Estados Unidos intervieram militarmente em pelo menos seis países. “Obama, ao contrário da sua imagem pacífica, realizou 10 vezes mais ataques com drones do que o seu antecessor [George W.] Bush, matando milhares de civis no Afeganistão, Iémen, Paquistão, Síria, Iraque e Somália durante o seu mandato presidencial.”

Em declarações à Al-Jazeera, o porta-voz da Fundação Mandela, Lunga Nene, disse que o ex-Presidente sul-africano tinha um “grande respeito” por Obama e que o próprio legado de Mandela tem sido objeto de contestação “particularmente por parte dos mais jovens”. Nene disse que a Fundação pediu a Obama que abordasse as suas reflexões pós-presidência “relativas a erros e arrependimentos”.

Tributo musical em Matosinhos

palestra da Fundação Mandela deste ano é a 16.ª desde o começo da iniciativa, em 2003, ano em que um antecessor de Obama, Bill Clinton, foi o orador convidado. A edição de 2018 é especial já que se realiza na véspera do 100.º aniversário do nascimento de “Madiba”, a 18 de julho de 1918.

Em Portugal, a efeméride será assinalada em Matosinhos, num tributo musical na Praia do Aterro. Entre 18 e 20 de julho, subirão ao palco Bob Geldof, Pablo Alborán, Kaiser Chiefs, Steven Tyler, Rui Veloso, Youssou N’Dour, entre muitos outros. E também o Soweto Gospel Choir.

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 26 de junho de 2018. Pode ser consultado aqui

Porque fogem os rohingya?

A minoria muçulmana da antiga Birmânia é das mais perseguidas à face da Terra. Dos cerca de um milhão de rohingya, 700 mil já fugiram do país. Não se via um êxodo humano tão rápido desde o genocídio no Ruanda. 2:59 PARA EXPLICAR O MUNDO

Os rohingya são dos povos mais perseguidos à face da Terra. Em Myanmar, a antiga Birmânia, vivem subjugados por uma repressão generalizada que os torna párias no país que sentem como seu e onde nem o Estado nem a restante população os reconhecem. Apontados a dedo como um povo menor, chamam-lhes pulgas, ogres, são frequentemente alvo de violência organizada por parte das forças do Estado.

Em agosto de 2017, mais de 350 aldeias foram invadidas por homens armados. As propriedades pilhadas, casas queimadas, mulheres violadas e todos quantos tentaram fugir a esse inferno foram alvejados a tiro.

Muitos dos sobreviventes fizeram-se à estrada com a roupa do corpo e procuraram abrigo no Bangladesh. Não se via um êxodo humano tão rápido desde o genocídio do Ruanda, em 1994.

Hoje existem cerca de um milhão de rohingya e 700 mil vivem no Bangladesh, em acampamentos temporários, à mercê da ajuda internacional e expostos a novas crises. Recentemente, soaram dois alertas: as monções, que ameaçam fustigar os campos sobrelotados, e um “boom de bebés, fruto de violações em massa durante a fuga.

Mas porquê tanto ódio aos rohingya? Em primeiro lugar, a geografia. Os rohingya vivem sobretudo na parte ocidental de Myanmar, num estado fisicamente separado do resto do país pela cadeia montanhosa do Arakan Yoma. Ao longo dos tempos esse isolamento levou a menor investimento e originou mais pobreza em comparação com o resto do país.

A religião é outro fator potencial de conflito. Os rohingya são muçulmanos, ao contrário da esmagadora maioria dos birmaneses que é budista. Entre as principais vozes de ódio contra os rohingya está um monge budista a quem chamam “o Bin Laden birmanês.

O problema dos rohingya acentuou-se em 1982 quando uma nova Lei da Cidadania reconheceu 135 grupos étnicos, mas deixou-os de fora. Foi a machadada final numa comunidade sistematicamente privada de direitos básicos, como a possibilidade de trabalhar, aceder à educação, movimentar-se livremente, ser proprietário ou até casar.

Em 2014, no último censo realizado em Myanmar, só foram contabilizados os rohingya que aceitaram registar-se como bengalis. Quem se recusou, pura e simplesmente, não existe.

Ativistas e organizações presentes no terreno alertam para um genocídio em curso. Mas falar do assunto tornou-se incómodo num país onde o ódio à minoria muçulmana parece ser um sentimento nacional e rohingya uma palavra proibida.

Em novembro de 2017, o Papa Francisco visitou Myanmar e foi incapaz de condenar expressamente a violência contra os rohingya.

Do mesmo modo, Aung San Suu Kyi, a Nobel da Paz birmanesa que se tornou um símbolo mundial da luta pela democracia, viu a sua reputação arruinada fora de portas por nunca se ter insurgido contra a repressão de que esta comunidade é vítima.

Politicamente, a Birmânia vive um processo de transição entre uma ditadura militar e uma democracia que ninguém quer perturbar. E que por isso se sobrepõe à dignidade dos rohingya.

Episódio gravado por Pedro Cordeiro.

Artigo publicado no Expresso Online, a 21 de junho de 2018. Pode ser consultado aqui

“Jogos de guerra” suspensos, decretam Seul e Washington

Os exercícios militares conjuntos previstos para agosto entre sul-coreanos e norte-americanos não se irão realizar. As partes querem demonstrar boa fé nas negociações sobre a desnuclearização da Coreia do Norte

Coreia do Sul e Estados Unidos suspenderam a realização do exercício Ulchi Freedom Guardian, agendado para o próximo mês de agosto. A decisão foi justificada com a necessidade de apoiar o diálogo em curso com o regime de Pyongyang.

“Consideramos as negociações sobre a desnuclearização da Coreia do Norte cruciais”, afirmou Choi Hyun-soo, porta-voz do ministério da Defesa da Coreia do Sul. “Por isso, enquanto essas negociações continuarem, a decisão dos Governos da Coreia do Sul e Estados Unidos manter-se-á.”

O exercício em causa simula um cenário de invasão da Coreia do Sul por parte do vizinho do Norte, para grande desconforto de Pyongyang. No ano passado, o treino decorreu durante 11 dias e envolveu 17.500 soldados norte-americanos e 50.000 sul-coreanos. Participaram também tropas de países que apoiaram o Sul na Guerra da Coreia (1950-53), nomeadamente Austrália, Reino Unido, Canadá e Colômbia.

Na recente cimeira de Singapura entre Donald Trump e Kim Jong-un, faz esta terça-feira uma semana, o Presidente norte-americano admitiu planos para parar com os “jogos de guerra” que considerou “provocadores, inadequados e caros”.

Dana White, porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, disse que a suspensão visa os exercícios de agosto, mas que não foi tomada qualquer decisão relativamente a outros treinos com a Coreia do Sul. Igualmente, mantêm-se os exercícios militares previstos com o Japão.

O ministro japonês da Defesa, Itsunori Onodera, disse compreender a suspensão dos exercícios entre Seul e Washington, que considerou “pilares importantes” na manutenção da paz e estabilidade regionais.

Enquanto a política tarda em marcar pontos na península coreana, o desporto continua a mostrar o caminho a seguir. Na segunda-feira, as duas Coreias concordaram em desfilar em conjunto, sob bandeira da Coreia Unificada, nas cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos Asiáticos, que decorrerão entre 18 de agosto e 2 de setembro, nas cidades indonésias de Jacarta e Palembang.

Reunidas em Panmunjom, a chamada “aldeia da trégua” junto ao paralelo 38, delegações dos dois países acordaram também a realização de torneios de basquetebol, primeiro em Pyongyang, em julho, e mais tarde em Seul.

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 19 de junho de 2018. Pode ser consultado aqui

Até à paz falta fazer tudo

Washington e Pyongyang enterraram o machado de guerra na cimeira de Singapura, mas o comunicado final é vago

Donald Trump e Kim Jong-un, Presidentes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte ILUSTRAÇÃO DONKEYHOTEY

Estavam Donald Trump e Kim Jong-un ainda resguardados no interior do Hotel Capella, em Singapura, a minutos de fazerem História com um simples aperto de mão, e nos ecrãs da CNN o ex-basquetebolista Dennis Rodman desfazia-se em lágrimas. “É um grande dia! Estou aqui para o presenciar. Estou muito feliz!” No rasto dos líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte, também a antiga estrela dos Chicago Bulls esteve, terça-feira, em Singapura “para dar qualquer apoio necessário aos amigos”, anunciou previamente no Twitter.

De óculos escuros, boné com o slogan eleitoral de Trump (“Make America Great Again”), piercings na boca e no nariz, tatuagens nas mãos, braços e pescoço e uma T-shirt com o logótipo do patrocinador da sua viagem — a criptomoeda PotCoin, criada para financiar a indústria da canábis —, o excêntrico Rodman surgia, ironicamente, como voz habilitada a comentar a cimeira, tão improvável como a sua personagem. Nos corredores de Washington, não havia diplomata que tivesse, como ele, privado com ambos os líderes: foi concorrente no programa “The Celebrity Apprentice”, apresentado por Trump, e esteve várias vezes em Pyongyang, uma delas liderando uma equipa de ex-estrelas da NBA, de que Kim é fã confesso.

Trump e Kim estiveram reunidos 40 minutos. No final, gestos de afabilidade entre ambos indiciavam que se tinham entendido. Mas logo o comunicado que assinaram diante das câmaras revelou que o caminho até à paz final entre ambos tem pedras que, em Singapura, os dois líderes não conseguiram remover. O texto — curto, genérico e vago — é mais um processo de intenções.

Uma desnuclearização vaga

“O mais importante é a cimeira ter tido lugar: é a primeira entre o Presidente dos EUA e o Presidente do Conselho de Estado da Coreia do Norte, que muitos tentaram impedir e quase todos consideraram impossível”, comenta ao Expresso Carlos Gaspar, do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI). “Os termos da declaração final são um primeiro passo para a normalização das relações bilaterais, processo que só é possível se existirem progressos no domínio nuclear — fim dos ensaios nucleares e de mísseis de longo alcance, fim da produção de armas nucleares — e no domínio diplomático, nomeadamente um tratado de paz entre os EUA, a China e as duas Coreias que ponha fim à Guerra da Coreia” (1950-1953), que terminou apenas com um armistício.

Na declaração conjunta, “a Coreia do Norte compromete-se a trabalhar no sentido da desnuclearização total da península coreana”. Ao abordar o programa nuclear de Pyongyang, questão que, não há muito tempo, parecia colocar os dois países na iminência de uma guerra, não explica, porém, o roteiro para a tornar pacífica. “Nesta fase das negociações o que importa, em primeiro lugar, é a aproximação das duas administrações e a promoção da confiança entre as partes”, sublinha Rui Saraiva, professor de Ciência Política na Universidade de Hosei (Japão). “O termo ‘desnuclearização’ é convenientemente amplo e dado a diversas interpretações”, consoante se esteja em Washington ou Pyongyang.

Gaspar explica as nuances, resumidas em dois adjetivos. “A ‘desnuclearização completa da península coreana’ — fórmula norte-coreana inscrita no comunicado conjunto — deve implicar não só o desmantelamento dos arsenais norte-coreanos como o fim da garantia nuclear dos EUA à Coreia do Sul, o que não implica a retirada das forças militares norte-americanas estacionadas na Coreia do Sul, uma vez que os EUA retiraram as suas armas nucleares da Coreia do Sul em 1991. A fórmula norte-americana, que não está na declaração final, reclama a ‘desnuclearização completa, verificável e irreversível’ da Coreia do Norte”.

Donald Trump e Kim Jong-un tornaram-se os primeiros líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte a encontrarem-se

Na quinta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, deixou claro que as sanções à Coreia do Norte só serão levantadas quando o processo de desnuclearização estiver concluído. No mesmo dia, as duas Coreias começavam a dar passos no sentido da desejada confiança entre as partes. Pela primeira vez desde 2007, Seul e Pyongyang reuniram-se na zona desmilitarizada, ao nível de generais, e acordaram o restabelecimento das linhas de comunicação militar.

Nesse encontro, e aproveitando uma deixa de Trump em Singapura — que admitiu suspender os exercícios militares com a Coreia do Sul, considerando-os “jogos de guerra muito caros e provocadores” —, os norte-coreanos pediram o fim desses treinos conjuntos. O próximo (o Ulchi Freedom Guardian, que simula um ataque da Coreia do Norte à do Sul) está marcado para agosto.

“O grande fator de mudança é o facto de os chefes de Estado e de Governo de ambos os países estarem dispostos a continuar a encontrar-se pessoalmente para resolver assuntos que importam a ambos os Estados, à região da Ásia-Pacífico e ao resto do mundo”, diz Saraiva.

Trump à defesa

Para a Coreia do Norte, a cimeira significou a quebra do isolamento internacional em que vive desde a sua criação, em 1948. Kim Jong-un foi ao estrangeiro pela primeira vez em março (de comboio até à China); no mês seguinte atravessou a pé o paralelo 38 em Panmunjom para se reunir com o homólogo sul-coreano, Moon Jae-in; foi outra vez à China; e esta semana voou até Singapura. Tudo contribui para que o líder norte-coreano tivesse considerado esta cimeira “histórica”.

Já Trump, sempre efusivo na hora de qualificar os seus feitos, não foi além de um “muito importante”, talvez ciente do que tem pela frente. Na quarta-feira procurou tranquilizar os americanos: “Antes de assumir o cargo as pessoas assumiam que estávamos a caminho de uma guerra com a Coreia do Norte”, escreveu no Twitter. “O Presidente Obama disse que a Coreia do Norte era o nosso maior e mais perigoso problema. Já não é — durmam bem esta noite!”

THE SINGAPORE MINT

CONTEXTO

Acordo
Trump e Kim assinaram uma declaração de quatro pontos, visando “uma nova relação”

Desnuclearização
Pyongyang promete “trabalhar no sentido da desnuclearização total da península coreana”. Versão dos EUA acrescentava “verificável” e “irreversível”

Irão
O texto não é comparável com o acordo do nuclear iraniano de 2015. Este tem 159 páginas (em inglês) e pormenoriza processo e calendário

Artigo publicado no Expresso, a 16 de junho de 2018

30 fotos planetárias que mostram o porquê de o futebol ser o desporto-rei

O Mundial da Rússia arranca esta quinta-feira com 32 países em competição. Mas o gosto pelo futebol contagia muitos mais. Dos parques dos Estados Unidos às estepes da Mongólia, passando pelas favelas do Brasil e pelas praias de Portugal, esta fotogaleria regista a paixão universal pelo “desporto-rei”

FOTOGALERIA

TAILÂNDIA — Crianças jogam à bola num campo flutuante, na aldeia piscatória de Ko Panyi, no sul da Tailândia SOE ZEYA TUN / REUTERS
REINO UNIDO — Partida de futebol próximo de uma fábrica munida a carvão, na zona de Rugeley, centro de Inglaterra OLI SCARFF / AFP / GETTY IMAGES
CAMBODJA — Uma bola chega para divertir um grupo de crianças junto à estância de Koh Dach, nas margens do rio Mekong, arredores de Phnom Penh PRING SAMRANG / REUTERS
BRASIL — Ringue na favela Tavares Bastos, no Rio de Janeiro CARL DE SOUZA / AFP / GETTY IMAGES
ESPANHA — O adro de uma igreja de Olivença transformado num campo de futebol FRANCISCO LEONG / AFP / GETTY IMAGES
COREIA DO SUL — Ringues no telhado de um centro comercial de Seul, a capital sul-coreana JUNG YEON-JE / AFP / GETTY IMAGES
ITÁLIA — Campo pelado junto ao aqueduto Felice, em Roma FILIPPO MONTEFORTE / AFP / GETTY IMAGES
GANA — Terminadas as aulas nesta escola primária de Dambai, um conjunto de crianças entretem-se a jogar à bola FRANCIS KOKOROKO / REUTERS
ÁUSTRIA — Dois irmãos jogam futebol no jardim de sua casa, em Viena LEONHARD FOEGER / REUTERS
FILIPINAS — A chuva intensa (e um bebé às costas do menino) não demove três crianças de jogarem à bola, na cidade de Quezon, área metropolitana de Manila DONDI TAWATAO / REUTERS
ESTADOS UNIDOS — Ao cair da noite, relvados entre os arranha-céus de Nova Iorque enchem-se de praticantes de futebol HECTOR RETAMAL / AFP / GETTY IMAGES
RÚSSIA — Indiferentes às condições do terreno, um grupo de russos treina na lama, numa aldeia próxima de Leninegrado ANTON VAGANOV / REUTERS
MALI — Balizas sem rede, sandálias em vez de sapatilhas. Não existem obstáculos para estes jovens futebolistas dos arredores de Bamako ANN RISEMBERG / REUTERS
ÍNDIA — Pavilhão cercado de rede, em Bombaím, para impedir que as bolas pontapeadas com força se percam nos terrenos circundantes FRANCIS MASCARENHAS / REUTERS
MONGÓLIA — Um penalty sob os céus de Ulan Bator, a capital mongol RENTSENDORJ BAZARSUKH / REUTERS
MYANMAR — Em Rangum, cidade da antiga Birmânia, joga-se futebol junto ao pagode Botataung ANN WANG / REUTERS
INDONÉSIA — Adultos e crianças de Jacarta jogam à bola num parque de estacionamento instalado no topo de um edifício DARREN WHITESIDE / REUTERS
BÓSNIA HERZEGOVINA — Futebol num cenário histórico: a fortaleza Vranduk, construída no século XIV DADO RUVIC / REUTERS
CHINA — Relvado instalado num telhado de Xangai ALY SONG / REUTERS
CUBA — Fintas e correrias na baixa de Havana ALEXANDRE MENEGHINI / REUTERS
CHILE — Um lance disputado num terreno poeirento de Santiago do Chile IVAN ALVARADO / REUTERS
ARGÉLIA — O entusiasmo pelo futebol numa zona degradada de Argel ZOHRA BENSEMRA / REUTERS
JAPÃO — Neste laboratório da Universidade Poitécnica de Tóquio, quem joga são robôs TORU HANAI / REUTERS
VIETNAME — O pátio de um templo é “sagrado” para estas crianças da aldeia de Hoang Xa, arredores de Hanói NGUYEN HUY KHAM / REUTERS
ÁFRICA DO SUL — Um campo com marcações para a prática do basquetebol transformado num estádio de futebol, no Soweto, contíguo a Joanesburgo SIPHIWE SIBEKO / REUTERS
HAITI — Uma partida entre amigos num terreno sujo de Port-au-Prince ANDRES MARTINEZ CASARES / REUTERS
EL SALVADOR — Relvado cheio de praticantes, no Complexo Desportivo La Campanera, uma comunidade na área metropolitana de San Salvador visada pela violência dos gangues JOSE CABEZAS / REUTERS
QUÉNIA — Campo sujo e encharcado perto dos bairros de lata do vale Mathare, em Nairobi NJERI MWANGI / REUTERS
PORTUGAL — Arte e talento na praia de Espinho ALEX GRIMM / GETTY IMAGES

Artigo publicado na “Tribuna Expresso, a 14 de junho de 2018. Pode ser consultado aqui