Retrato de Putin na galeria dos Presidentes… norte-americanos

Uma fotografia do líder russo surgiu no Capitólio de Denver, no lugar destinado a uma fotografia de Trump. Brincadeira ou protesto?

E depois de Barack Obama, o Presidente dos Estados Unidos que se segue é… Vladimir Putin. Pelo menos a atentar na sucessão de retratos que, ainda que brevemente, adornaram a galeria presidencial do Capitólio da cidade norte-americana de Denver, estado do Colorado.

A foto do chefe de Estado da Rússia foi colocada num tripé por baixo do retrato de Barack Obama e de um espaço em branco na parede destinado ao retrato de Donald Trump, numa área que pode ser visitada pelo público.

Foi posteriormente retirada daquela galeria, situada no terceiro andar do edifício, mas não sem antes o senador estadual Steve Fenberg (democrata) ter registado o insólito para a posteridade.

A CNN diz que a foto de Putin foi ali colocada na quinta-feira passada por “um brincalhão desconhecido”, citando a organização Colorado Citizens for Culture, responsável pela recolha de donativos para os retratos presidenciais.

Segundo a publicação “Huffington Post”, até este episódio, a associação ainda não tinha recebido um único dos 10 mil dólares (8600 euros) necessários para mandar fazer o retrato de Trump, enquanto quer no caso de George W. Bush quer no de Barack Obama, a totalidade do dinheiro demorou apenas quatro semanas a aparecer.

Mas, com esta “ajuda de Putin”, a sorte de Trump começa a mudar… Até ao meio-dia de sábado, dois doadores já se tinham chegado à frente para contribuir para o retrato do 45.º Presidente dos EUA, com um total de 45 dólares (39 euros).

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 29 de julho de 2018. Pode ser consultado aqui

Com fé na Igreja e descrença no Presidente

Milhares de nicaraguenses saíram às ruas de Manágua, este sábado, solidários com os esforços da Igreja Católica para acabar com a crise política no país. O protesto tornou-se uma grande peregrinação

Foi, na sua essência, uma manifestação antigovernamental, mas o cortejo de milhares de nicaraguenses, este sábado, pelas ruas de Manágua, mais se assemelhou a uma gigantesca peregrinação.

A marcha foi uma mostra de solidariedade para com a Conferência Episcopal da Nicarágua, que tem tentado atuar como mediadora numa crise política — entre Governo e oposição — que se arrasta desde abril e que já provocou quase 300 mortos.

A Igreja apelou a uma reforma política e à antecipação em dois anos das eleições gerais previstas para 2021.

O Presidente Daniel Ortega recusou as propostas da Igreja, considerando-as “golpistas” e acusou os bispos de participarem numa “conspiração” para o destituir do cargo.

A bandeira da Nicarágua numa mão e a imagem de Cristo na outra JORGE CABRERA / REUTERS
Um apelo à demissão do Presidente junto a um andor da Virgem Maria OSWALDO RIVAS / REUTERS
A caveira que alude ao Presidente e um desenho de agradecimento ao cardeal Leopoldo Brenes, que preside à Conferência Episcopal da Nicarágua JORGE CABRERA / REUTERS
A caveira que alude ao Presidente e um desenho de agradecimento ao cardeal Leopoldo Brenes, que preside à Conferência Episcopal da Nicarágua JORGE CABRERA / REUTERS
“Ortega e Murillo assassinos”, lê-se nesta tarja que visa o Presidente e a sua mulher, Rosario Murillo, que é vice-presidente do país desde janeiro de 2017 MARVIN RECINOS / AFP / GETTY IMAGES
Evangélicos nicaraguenses solidários com os católicos. “Somos irmãos. Somos Nicarágua” MARVIN RECINOS / AFP / GETTY IMAGES
Imitação de uma arma a que este manifestante chamou de “mata sapos”. Os “sapos” são paramilitares que percorrem as ruas para apanhar estudantes envolvidos na contestação ao Presidente OSWALDO RIVAS / REUTERS
“Não matarás.” O quinto dos dez mandamentos católicos aqui dirigido a Daniel Ortega MARVIN RECINOS / AFP / GETTY IMAGES
Com uma máscara de Daniel Ortega, este manifestante acusa o Presidente de ser “ditador, genocida, violador, traficante, ladrão e mórbido” OSWALDO RIVAS / REUTERS
OSWALDO RIVAS / REUTERS
“Nicarágua, quero-te livre.” OSWALDO RIVAS / REUTERS
JORGE CABRERA / REUTERS

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 29 de julho de 2018. Pode ser consultado aqui

‘Manobras’ militares nos bastidores do poder

Exército não apela ao voto mas tem sempre favorito, que costuma ganhar. Foi assim com Khan, mas este pode surpreender

MAX PIXEL

Desde que se tornou independente da coroa britânica, em 1947, o Paquistão já foi governado por militares durante três períodos: 1958-1969 (Muhammad Ayub Khan), 1977-1988 (Muhammad Zia-ul-Haq) e 1999-2008 (Pervez Musharraf). Há dez anos, pois, que os generais estão arredados do palco da política. Mas se é verdade que as eleições desta semana confirmaram o funcionamento da democracia — pela segunda vez consecutiva, um Parlamento levou o seu mandato até ao fim e, após eleições, o poder transitou entre civis —, é também evidente que os militares continuam influentes e que, mais uma vez, saiu vitorioso o candidato que preferiam.

“A democracia não tem tido êxito no país, devido aos eternos conflitos entre os governos eleitos e o forte aparelho militar”, diz ao Expresso Jassim Taqui, diretor do Instituto de Estudos Estratégicos Al-Bab, de Islamabade. “Os militares creem que são os guardiães e salvadores do Paquistão. Suspeitam das intenções dos políticos quando estes tentam normalizar as relações com a Índia. Para o aparelho militar, a Índia é uma ameaça existencial”, o que levou o aliado norte-americano a desembolsar mais de $33 mil milhões (€28 mil milhões) em ajuda militar, nos últimos 15 anos. “Porém, os políticos acham que os militares estão mais interessados no poder e que estragam a democracia agindo como ‘um estado dentro do Estado’.”

Esta equação ganha especial visibilidade em época eleitoral. Oficialmente, os militares não declaram apoio a qualquer candidato, mas têm sempre um favorito. No passado, um dos eleitos foi Nawaz Sharif, da Liga Muçulmana do Paquistão Nawaz (PML-N), que chefiou o Governo três vezes e venceu as últimas eleições, em 2013. “Sharif foi levado ao poder pelos militares”, continua Taqui. “Mas pisou todas as linhas vermelhas traçadas pelo exército ao investir secretamente na Índia.” Sharif foi à Índia em 2014 e recebeu o homólogo Narendra Modi no ano seguinte. Depois, caiu em desgraça.

“Os militares suspeitam dos políticos quando estes tentam normalizar as relações com a Índia”

Em 2016, os “Panama Papers” expuseram a sua riqueza e Sharif ficou com a justiça à perna. No ano seguinte, o Supremo Tribunal desqualificou-o para cargos políticos e, há três semanas, foi condenado a dez anos de prisão por corrupção. “Tem sorte por só ter sido afastado do poder pelo Supremo Tribunal”, diz Jassim Taqui, que recorda o destino de Benazir Bhutto, a primeira mulher a chefiar um governo num país muçulmano. “Foi assassinada em 2007 por um bombista suicida em circunstâncias misteriosas. O seu partido acusou o Presidente de então de ser o cérebro por detrás da sua morte.” O chefe de Estado era o general Pervez Musharraf.

Um ‘golpe judicial’

Nas eleições desta semana, “Imran Khan, líder do Movimento para a Justiça do Paquistão, é quem melhor serve os interesses do exército”, comenta ao Expresso a investigadora Shairee Malhotr, do Instituto Europeu para os Estudos Asiáticos. “Ao contrário do líder deposto Nawaz Sharif, é menos provável que Khan enfrente os militares em assuntos de política externa [sector que tem permanecido sob alçada dos militares]. Há a convicção generalizada de que o exército conspirou com o poder judicial naquilo que muitos designam como um ‘golpe judicial’ para afastar Sharif e, simultaneamente, impulsionar Khan para chegar ao poder. O exército quer um governo fraco, sem força nem poder para alterar o equilíbrio entre civis e militares no país, e que continua fortemente favorável aos militares.”

Desde que fundou o seu partido, em 1996 — apenas quatro anos após capitanear o Paquistão na conquista do Mundial de críquete —, Khan está determinado em sentar-se na cadeira do poder. “Ele poderá vir a ser alguém muito irritante para o exército”, conclui Jassim Taqui. “É destemido.”

(IMAGEM MAX PIXEL)

Artigo publicado no Expresso, a 28 de julho de 2018

Ataque contra centro de formação de parteiras

O último ataque no martirizado Afeganistão visou um centro de formação médica, em Jalalabad, onde 48 mulheres frequentam um curso na área da obstetrícia

Homens armados irromperam, este sábado, num centro de formação de parteiras, em Jalalabad (leste do Afeganistão), encurralando no seu interior dezenas de pessoas.

Segundo a televisão afegã Tolo News, as forças de segurança isolaram de imediato a área e garantiram o controlo da situação cerca de cinco horas depois. O ataque iniciou-se cerca de 11h30 locais (8h em Portugal Continental).

O mesmo órgão de informação diz que morreram pelo menos duas pessoas e cinco ficaram feridas.

Segundo a Al-Jazeera, foram resgatadas 69 pessoas do interior do edifício, onde 48 mulheres de áreas remotas da província de Nangarhar — de que Jalalabad é capital — frequentam um curso de dois anos na área de obstetrícia.

Numa mensagem enviada por WhatsApp aos jornalistas, os talibãs negaram qualquer envolvimento neste atentado, que não foi de imediato reivindicado. Tanto os talibãs como o Daesh (autodenominado “Estado Islâmico”) estão ativos nesta região afegã, fronteira ao Paquistão.

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 28 de julho de 2018. Pode ser consultado aqui

Cenas mediterrânicas nos (outrora gélidos) Norte e Centro da Europa

Por esta altura do ano, milhares de cidadãos destes oito países costumavam rumar a Sul em busca de calor e momentos de relaxamento junto a piscinas, rios e oceanos. Neste verão, não precisam… têm tudo isso à porta de casa

Uma gigantesca “piscina” junto à Torre Eiffel, em Paris, França BERTRAND GUAY / AFP /GETTY IMAGES
Banhos de sol junto ao canal Kattensloot, em Amesterdão, Holanda REMKO DE WAAL / AFP / GETTY IMAGES
“Praia” com vista para arranha-céus, no centro de Estocolmo, Suécia HOSSEIN SALMANZADEH / AFP / GETTY IMAGES
Praia sobrelotada, banhada pelo Mar Báltico, no município de Timmendorfer Strand, Alemanha FABIAN BIMMER / REUTERS
Mergulhos para a água na cidade costeira de Kastrup, nos arredores de Copenhaga, Dinamarca MADS CLAUS RASMUSSEN / AFP /GETTY IMAGES
Os habituais passeios por Hampstead Heath deram lugar a momentos de relaxamento sobre a relva, em Londres, Reino Unido TOLGA AKMEN / AFP / GETTY IMAGES
Uma mulher pratica remo em pé, no lago Pallasjarvi, na Lapónia, Finlândia OTTO PONTO / LEHTIKUVA / REUTERS
Brincadeiras diferentes para estas crianças belgas, junto aos chafarizes da Place La Monnaie, no centro de Bruxelas NICOLAS MAETERLINCK / AFP / GETTY IMAGES
Praia de Travemuende, norte da Alemanha FABIAN BIMMER / REUTERS

FALTA FOTO 10. Parisienses refrescam-se no Jardim do Trocadéro, França BERTRAND GUAY / AFP / GETTY IMAGES

Praia cheia em… Inglaterra, na zona de Clacton-on-Sea, condado de Essex, banhada pelo Mar do Norte NICK ANSELL / GETTY IMAGES
Saltos para a água nos canais de Amesterdão, Holanda REMKO DE WAAL / AFP / GETTY IMAGES
Casal de turistas em traje de praia tiram uma “selfie” sobre a Ponte do Milénio, em Londres, Reino Unido JONATHAN BRADY / GETTY IMAGES

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 28 de julho de 2018. Pode ser consultado aqui