A verba cobrirá apenas “necessidades iniciais”, alertam seis líderes europeus numa carta conjunta. “Fabricar e entregar medicamentos à escala global exigirá recursos bem acima dessa meta”. A conferência de doadores, que decorre esta segunda-feira, é liderada pela União Europeia. António Costa representa Portugal
A corrida por uma vacina contra a covid-19 tem, esta segunda-feira, um impulso importante com a realização, esta segunda-feira, de uma conferência “online” de doadores (com início às 14 horas de Portugal Continental). A iniciativa, onde Portugal estará representado pelo primeiro-ministro António Costa) visa angariar 7500 milhões de euros para aplicar numa resposta global à covid-19.
“Nenhum de nós está imune à pandemia e nenhum de nós pode derrotar este vírus sozinho”, declararam, numa carta conjunta, o Presidente de França, a chanceler da Alemanha, os primeiros-ministros de Itália e Noruega, bem como os presidentes da Comissão e do Conselho Europeu.
“Os fundos que arrecadarmos” — que serão canalizados para reconhecidas organizações da área da saúde como CEPI, Gavi, Vaccines Alliance, Global Fund e Unitaid — “darão início a uma cooperação global sem precedentes entre cientistas e reguladores, indústria e governos, organizações internacionais, fundações e profissionais de saúde”, defendem os líderes europeus.
Emmanuel Macron, Angela Merkel, Giuseppe Conte, Erna Solberg, Ursula von der Leyen e Charles Michel, respetivamente, defenderam que este “desafio global” passa por “reunir as melhores e mais preparadas mentes do mundo para encontrar as vacinas, tratamentos e terapias de que necessitamos para tornar o nosso mundo novamente saudável”.
Em causa está não só o desenvolvimento rápido de uma vacina e tratamentos à covid-19 como também a garantia de acesso e da sua distribuição onde haja necessidade.
Na carta, os líderes europeus declararam apoio à Organização Mundial de Saúde (OMS) e anunciaram parcerias com organizações experientes como a Fundação Bill e Melinda Gates e o Wellcome Trust.
“Se conseguirmos desenvolver uma vacina que seja produzida pelo mundo e para todo o mundo, isso será um bem público global único do século XXI”, defenderam os líderes europeus, que alertam: “Sabemos que esta corrida será longa. A partir de hoje, correremos na direção do nosso primeiro objetivo, mas em breve estaremos prontos para uma maratona. A meta atual cobrirá apenas as necessidades iniciais: fabricar e entregar medicamentos à escala global exigirá recursos bem acima dessa meta.”
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 4 de maio de 2020. Pode ser consultado aqui
