Omã aposta forte no turismo. Distanciados entre si por cinco minutos de carro, dois hotéis de luxo disputam hóspedes milionários. A reportagem em Omã

Não tem a excentricidade do Burj Al Arab, o hotel de sete estrelas em forma de vela que se tornou a imagem de marca do Dubai. Mas é por muitos aceite como o melhor hotel do Médio Oriente. Chama-se Al Bustan (O Jardim, em língua árabe) e situa-se em Omã. Protegido por uma parede árida de montanhas a toda a volta e de frente para as águas azuladas do Golfo de Omã, o Al Bustan assemelha-se a um oásis estendido ao longo de 200 hectares.
Um amplo hall com um pé direito de 38 metros, assente em mármores brilhantes e adornado com lustros e uma fonte de cristal, rouba a respiração a quem entra. O luxo estende-se aos quartos, equipados com os mais variados serviços tecnológicos, varandas viradas para o mar e, os mais sofisticados, com jacuzi e saída directa para uma piscina exterior. Os turistas espalham-se pelas espreguiçadeiras colocadas em relvados refrescados por palmeiras, pelos vários restaurantes internacionais ou banham-se na Piscina Infinita, construída de forma a criar a ilusão de que entra pelo Golfo adentro.

Não longe do Al Bustan, o complexo Shangri-La, disputa-lhe a clientela. No interior, multiplicam-se cenários dignos das Mil e Uma Noites: pormenores arquitectónicos arabescos, tapeçarias coloridas, pátios interiores com fluxos de água e o cheiro a incenso. Há porta, um Bentley garante o transporte de clientes entre o hotel e o aeroporto de Mascate. “Eu já vivi aqui doze dias”, diz o marroquino Youness, o funcionário do hotel que guia a visita. “É política do hotel, de tempos a tempos, colocar funcionários seus a viver cá. Ao colocarmo-nos no papel de hóspedes, poderemos antecipar as suas necessidades.”
Dividido em três hotéis — o Al Bandar, um cinco estrelas destinado a homens de negócios, o Al Waha, um cinco estrelas para famílias, e o Al Husn, um seis estrelas —, o Shangri-La tem na Jabreen Royal Suite o seu maior luxo. Cada noite dormida neste quarto de 500 metros quadrados custa uns módicos 3.400.000 de reais omanitas (aproximadamente 7000 euros…) Youness comete uma inconfidência: “Há tempos, uma koweitiana ocupou-a durante dois meses…”
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 26 de abril de 2009. Pode ser consultado aqui