O candidato socialista impôs-se ao rival popular no último debate televisivo, na segunda-feira à noite. Zapatero apresentou mais propostas para o futuro, Rajoy repetiu acusações
Era o teste final para os dois candidatos à presidência do Governo de Espanha e Rodriguez Zapatero impôs-se largamente a Mariano Rajoy. É a conclusão que resulta de duas sondagens divulgadas menos de meia hora após o fim do segundo e último cara-a-cara antes das eleições de domingo: Zapatero foi o preferido para cerca de 50% dos telespectadores e apenas 29% preferiram Rajoy.
Durante quase duas horas, os dois candidatos repetiram muitas ideias e acusações do primeiro embate, mas foi Zapatero quem, por mais vezes, fixando as câmaras de televisão, se dirigiu aos espanhóis com propostas concretas para a próxima legislatura: o pleno emprego com a criação de 2 milhões de novos empregos (1,2 milhões dos quais para as mulheres), a subida do salário mínimo para os 800 euros e três reuniões com os presidentes das comunidades autonómicas para debaterem três grandes desafios da sociedade espanhola: a violência de género, as alterações climáticas e a educação.
Por seu lado, Mariano Rajoy insistiu em acusações à “performance” do governo de Zapatero, designadamente o descontrolo da política de imigração, o aumento do preço de produtos básicos de consumo e acusou o líder socialista de ter mentido aos espanhóis ao negociar com a ETA após o atentado no aeroporto de Barajas. Falou pouco do seu programa para Espanha e não soube defender-se quando Zapatero o acusou de ter apoiado a guerra no Iraque.
Os espanhóis decidirão no próximo domingo.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 4 de março de 2008. Pode ser consultado aqui