Iraniana acusada de adultério poderá ser executada amanhã. Denúncia é feita pelo Comité Internacional contra a Lapidação
A execução da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, por apedrejamento, poderá estar iminente. Segundo o Comité Internacional contra a Lapidação, “as autoridades de Teerão deram luz verde à prisão de Tabriz [onde a iraniana de 43 anos está detida] para que realize a execução”.
No comunicado, a organização refere que a execução está prevista para quarta-feira de manhã.
O Comité apela à participação na manifestação em frente à embaixada do Irão em Paris, prevista para terça-feira à tarde. E solicita ainda à libertação imediata e incondicional de Sajjad Ghaderzadeh, o filho mais velho da iraniana, de Hutan Kian, o seu advogado, bem como de dois jornalistas alemães que foram detidos quando os entrevistavam.
Caso ganhou visibilidade em julho
Viúva desde 2003, Sakineh Mohammadi Ashtiani havia sido previamente julgada por “relações ilícitas” (relações sexuais fora do casamento) e condenada a 99 chicotadas. Foi apenas durante o julgamento pelo assassinato do marido (processo no qual Sakineh não estava implicada) que um juiz suscitou a possibilidade de essas “relações ilícitas” terem acontecido antes da morte do marido.
Em 2006, Sakineh Mohammadi Ashtiani foi condenada por “adultério”, punível, pelo código penal iraniano com pena de lapidação. Após esgotar todos os recursos, o então advogado Mohammad Mostafei, tornou o caso público, em julho passado, atraindo a atenção mundial.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 2 de novembro de 2010. Pode ser consultado aqui