O novo primeiro-ministro sueco anunciou que o reino nórdico irá reconhecer o Estado da Palestina. Segundo Stefan Loefven, o conflito “só pode ser resolvido através da solução de dois Estados”
O novo primeiro-ministro da Suécia, que tomou posse sexta-feira, afirmou que o país vai reconhecer o Estado da Palestina. “O conflito entre Israel e a Palestina só pode ser resolvido através de uma solução de dois Estados, negociados de acordo com o direito internacional”, afirmou Setfan Loefven no seu discurso inaugural, no Parlamento.
“Uma solução de dois Estados requer reconhecimento mútuo e uma coexistência pacífica. A Suécia irá, por isso, reconhecer o Estado da Palestina.”
O governante não concretizou quando a decisão será tomada e se será submetida a votação parlamentar.
Stefan Loefven lidera um governo minoritário de coligação integrado pelo seu Partido Social-Democrata, que tem a maior bancada parlamentar, e pelos Verdes. No seu manifesto eleitoral, os social-democratas defenderam que “os crimes de guerra de Israel devem ser investigados e que a ocupação de Gaza deve acabar”.
A confirmar-se este reconhecimento, a Suécia tornar-se-á o primeiro país ocidental membro da União Europeia a reconhecer a Palestina. Margot Wallstroem, ministra sueca dos Negócios Estrangeiros, afirmou à estação pública Sveriges Radio que o país está “em boa companhia, uma vez que 130 países já fizeram o mesmo”.
A 29 de novembro de 2012, nas Nações Unidas, a Suécia já tinha votado favoravelmente à atribuição do estatuto de observador à Palestina.
Estado reconhecido por 134 países
Segundo o sítio da missão diplomática palestiniana nas Nações Unidas, o Estado palestiniano já foi reconhecido, a nível bilateral, por 134 Estados. Dos 28 membros da União Europeia, oito países reconheceram a Palestina na sequência da Declaração de Independência feita pelo Conselho Nacional da Palestina, em Argel, a 15 de novembro de 1988: Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia e Eslováquia.
Porém, os Estados membros da União Europeia que pertenciam ao antigo bloco de leste não se reveem nesse reconhecimento e alguns, como a República Checa, têm mesmo votado contra as pretensões palestinianas na ONU. Os reconhecimentos de Malta e Chipre são também anteriores à sua entrada na comunidade europeia.
Na Europa Ocidental, apenas a Islândia reconhece a independência palestiniana. Na América do Norte, Estados Unidos e Canadá não reconhecem, assim como a Austrália.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 3 de outubro de 2014. Pode ser consultado aqui