Em zonas da Síria onde as armas já se calaram, os locais esforçam-se para que a vida regresse à normalidade. Sem grandes alternativas de divertimento, muitos jovens percorrem os escombros ao estilho dos melhores acrobatas
Usam as cicatrizes da guerra para passar o tempo e se divertirem. Edifícios bombardeados, paredes esventradas, telhados desfeitos, ruas esburacadas. Correm, saltam, trepam paredes, lançam o corpo em movimentos artísticos dignos dos melhores ginastas.
Em algumas regiões da Síria, onde as armas já se calaram, muitos jovens, que viram os seus últimos sete anos de vida condicionados e ameaçados pela guerra, dão asas à liberdade entregando-se ao parkour.
Esta técnica combina várias habilidades físicas com o objetivo de levar o praticante a percorrer uma distância de forma o mais rápida possível, ultrapassando com aparente facilidade os obstáculos que vão surgindo pelo caminho. Para estes jovens sírios, é também uma forma de celebrarem a paz no seu país.
Parkour em Inkhil, cidade da região de Daraa, sudoeste da Síria ALAA FAQIR / REUTERSDaraa chegou a ter escolas dirigidas pelo Governo de Assad, outras pelos rebeldes e outras ainda pelo Daesh ALAA FAQIR / REUTERSAcrobacias em Alepo, a cidade síria mais populosa GEORGE OURFALIAN / AFP / GETTY IMAGESO governo sírio retomou o controlo sobre Alepo em dezembro de 2016 GEORGE OURFALIAN / AFP / GETTY IMAGES“Magia” numa rua de Alepo, para espanto dos mais novos GEORGE OURFALIAN / AFP / GETTY IMAGESAcrobacias sobre um veículo militar sírio ALAA FAQIR / REUTERSParkour “nos céus” de Alepo GEORGE OURFALIAN / AFP / GETTY IMAGESSaltos e acrobacias nas ruas… GEORGE OURFALIAN / AFP / GETTY IMAGES… e sobre os telhados também GEORGE OURFALIAN / AFP / GETTY IMAGESEm Inkhil, os buracos transformaram-se em desafios ALAA FAQIR / REUTERSParkour sobre um bidão pintado com as cores de uma bandeira da oposição ao regime de Bashar al-Assad, em Daraa ALAA FAQIR / REUTERSEnquanto uns atuam, outros alimentam o sonho de os imitar GEORGE OURFALIAN / AFP / GETTY IMAGES“Homens aranha”, em Alepo GEORGE OURFALIAN / AFP / GETTY IMAGESDiversão em Alepo, junto a uma parede onde são visíveis buracos de bala GEORGE OURFALIAN / AFP / GETTY IMAGESO risco é relativo onde, outrora, caíram bombas GEORGE OURFALIAN / AFP / GETTY IMAGESAlepo, 7 de abril de 2018 GEORGE OURFALIAN / AFP / GETTY IMAGES
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 8 de abril de 2018. Pode ser consultado aqui
Jornalista de Internacional no "Expresso". A cada artigo que escrevo, passo a olhar para o mundo de forma diferente. Acho que é isso que me apaixona no jornalismo.