Iraquianos formaram um Governo de unidade nacional. E Barack Obama prepara-se para apresentar a estratégia internacional de combate aos jihadistas no Iraque

O Iraque tem finalmente um Governo, mais de quatro meses após as eleições. Em Bagdade, o Parlamento aprovou segunda-feira um executivo liderado pelo xiita Haider al-Abadi, deixando para mais tarde a escolha dos titulares das pastas da Defesa e do Interior.
O novo primeiro-ministro nomeou três vices — um curdo (Hoshyar Zebari), um xiita (Baha Arraji) e um sunita (Saleh al-Mutlak) —, respondendo assim aos apelos internos e internacionais para que formasse uma equipa mais inclusiva e mais representativa da sociedade iraquiana.
A marginalização da minoria sunita tem sido apontada como uma das causas para a grande implantação do Estado Islâmico (EI, igualmente sunita), que a 29 de junho declarou um Califado no Iraque e na Síria e tem espalhado o terror nos territórios que controla.
À espera de Obama
A Casa Branca tem em curso a formação de uma coligação internacional para combater a ameaça jihadista. John Kerry, o chefe da diplomacia norte-americana, está de partida para o Médio Oriente, onde, entre quarta e quinta-feira, tem previstos encontros com os homólogos do Iraque, Egito, Jordânia, Líbano e dos seis países do Golfo (Arábia Saudita, Kuwait, Bahrain, Qatar, Omã e Emirados Árabes Unidos).
Esta quarta-feira, Barack Obama vai apresentar os detalhes dessa estratégia global. Durante o fim de semana, o Presidente norte-americano revelou as grandes fases dessa batalha: “Nos próximos meses, vamos enfraquecer sistematicamente as capacidades [do EI], vamos diminuir o território que eles controlam e, por último, vamos derrotá-los”.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 9 de setembro de 2014. Pode ser consultado aqui