As eleições municipais em Israel ditaram a necessidade de uma segunda volta na Cidade Santa, que se realiza dentro de duas semanas
As eleições municipais israelitas, que se realizaram na terça-feira, ditaram a necessidade de um “tira teimas” na Cidade Santa, já que nenhum candidato obteve os 40% necessários para evitar uma segunda volta.
A corrida trava-se entre um candidato conservador — Moshe Lion, de 57 anos, ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu — e um candidato secular — Ofer Berkovitch, de 35 anos. Este é fundador do movimento “Hitorerut in Jerusalem” (Acorda Jerusalém), que se apresenta como “o maior partido pluralista sionista de Jerusalém. Trabalhamos na cidade e no Governo para ajudar a população sionista de Jerusalém, ao secular à religiosa sionista, a prosperar”.
Com 96% dos votos contados, Lion — que contou com o apoio expresso dos partidos ultraortodoxos Shas e Degel HaTorah — tinha garantidos 33.3% (cerca de 80 mil votos). Berkovitch tinha recebido 28.8% (à volta de 70 mil).
Ambos voltam a disputar as preferências do eleitorado de Jerusalém a 13 de novembro. Berkovitch, que parte atrás, já pediu apoio aos candidatos derrotados na primeira volta. Entre eles está Ze’ev Elkin, o atual ministro dos Assuntos de Jerusalém que, apesar do apoio do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, não foi além do terceiro lugar (19,8%). Durante a campanha, Elkin apresentou um plano de construção de um novo muro visando isolar todos os bairros árabes de Jerusalém Oriental, num novo município.
Em quarto lugar, ficou o candidato ultraortodoxo Yossi Deitch, com 17% dos votos.
Uma mulher em Haifa, pela primeira vez
Segundo números do Ministério do Interior, votaram nestas eleições 3.637.247 israelitas, o que corresponde a 55,1% do eleitorado. Esta percentagem representa uma subida de 10,5% em relação à taxa de afluência nas últimas municipais, em 2013.
Para este aumento não foi alheio o facto de, pela primeira vez no país, ter sido declarado dia de folga, uma medida tomada para combater a indiferença com que a maioria dos israelitas encarava estas eleições.
Ao nível das principais cidades, a capital Telavive manteve a confiança em Ron Huldai, “mayor” desde 1998. Já Haifa optou pela mudança e, pela primeira vez, elegeu uma mulher, a trabalhista Einat Kalisch Rotem, que derrotou Yona Yahav, que liderava a Câmara desde 2003.
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 31 de outubro de 2018. Pode ser consultado aqui