A invasão russa da Ucrânia originou o maior êxodo humano na Europa desde a II Guerra Mundial. Para os ucranianos que ficaram no país, o quotidiano é de sobrevivência e resiliência
PRECES — Aos sons das sirenes, esta ucraniana de Kiev deposita em Deus a esperança do regresso à paz, num conflito que opõe irmãos da mesma fé DANIEL LEAL / AFP / GETTY IMAGES
ÊXODO — Mulheres e crianças, como estas já a salvo do outro lado da fronteira com a Eslováquia, receberam ordem para partir. Os homens ficaram, para defender o país PETER LAZAR / AFP / GETTY IMAGES
SOBREVIVÊNCIA — Um esforço para cumprir rituais quotidianos de sempre, por ruas ladeadas por edifícios esventrados e sem vida DIMITAR DILKOFF / AFP / GETTY IMAGES
ESPERA — Este ucraniano de Kharviv acredita que a sua cidade tem defesa possível, apesar de russófona e da proximidade ao território da Rússia SERGEY BOBOK / AFP / GETTY IMAGES
DOR — Os olhos desta mulher fecham-se intuitivamente, como que a negar toda a tragédia que se abateu sobre Irpin, acabada de ser bombardeada ARIS MESSINIS / AFP / GETTY IMAGES
CAOS — Palco de um massacre de civis ucranianos, a cidade de Bucha tornou-se também um cemitério de equipamentos militares russos ARIS MESSINIS / AFP / GETTY IMAGES
FUGA — Aproveitando uma trégua nos combates, habitantes de Irpin fogem através de uma ponte partida, levando pouco mais do que a roupa do corpo DIMITAR DILKOFF / AFP / GETTY IMAGES
DESPEDIDA — É um ‘até já’ incerto, na estação ferroviária de Odessa. A menina vai para porto seguro, o pai fica para ir à guerra BULENT KILIC / AFP / GETTY IMAGES
SOBERANIA — As cores da Ucrânia galgaram fronteiras e tornaram-se símbolo de resistência, em todo o mundo ALEXEY FURMAN / GETTY IMAGES
MORTE — Neste cemitério de Kharkiv, as bandeiras da Ucrânia identificam as sepulturas de militares, que deram a vida pelo país DIMITAR DILKOFF / AFP / GETTY IMAGES
DESORIENTAÇÃO — Uma mão amiga transmite segurança a uma idosa assustada, durante a evacuação de Irpin ANDRIY DUBCHAK / GETTY IMAGES
RESILIÊNCIA — É o que parece transmitir o ciclista ao atravessar uma rua de Bucha obstruída por destroços de veículos militares CHRIS MCGRATH / GETTY IMAGES
FUTURO — O baloiço sobreviveu intacto à guerra, em Borodianka, permitindo que as crianças continuem a sorrir CHRISTOPHER FURLONG / GETTY IMAGES
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 24 de agosto de 2022. Pode ser consultado aqui e aqui
Os mares são verdadeiras autoestradas que aproximam povos e possibilitam o transporte de bens até ao outro lado do mundo. Também produzem alimento, sustentam comunidades e alimentam o planeta acolhendo plataformas de exploração energética. Permitem que entremos neles e nos deslumbremos com as suas maravilhas subaquáticas. Mas são também fonte de enorme preocupação. São nos oceanos que se manifestam algumas das mais galopantes evidências da degradação ambiental terrestre e são cada vez mais usados para preparar e lançar ataques bélicos. Várias facetas do mar em 25 imagens
SEGURANÇA. Um navio caça-minas da Marinha turca zela pela proteção da navegação e “varre” as águas junto a Erdek, na região de Mármara ALI ATMACA / ANADOLU AGENCY / GETTY IMAGES
ENERGIA. Uma estação e turbinas eólicas evidenciam uma aposta nas renováveis ao largo da Península de Shandong (China) GETTY IMAGES
ALIMENTO. Numa praia de Muanda (República Democrática do Congo), um grupo de pescadores prepara as redes para mais um dia na faina ALEXIS HUGUET / AFP / GETTY IMAGES
COMUNIDADE. Entre o povo Moken, chamado “ciganos do mar”, a pesca é subaquática, neste caso ao largo da ilha de Phuket (Tailândia) LILLIAN SUWANRUMPHA / AFP / GETTY IMAGES
DESCONTRAÇÃO. Na Faixa de Gaza, surfistas palestinianos preparam-se para apanhar as ondas do Mediterrâneo MAJDI FATHI / NURPHOTO / GETTY IMAGES
DEGELO. A fragmentação das calotas de gelo, como na Gronelândia, é uma das manifestações mais visíveis das alterações climáticas ULRIK PEDERSEN / NURPHOTO / GETTY IMAGES
VULNERABILIDADE. Esta vista aérea sobre Funafuti, a capital do Tuvalu, revela a grande exposição do arquipélago à subida do mar MARIO TAMA / GETTY IMAGES
POLUIÇÃO. Um mar de lixo ao largo de Ortakoy, um bairro de Istambul SEBNEM COSKUN / ANADOLU AGENCY / GETTY IMAGES
ÊXODO. Um barco com dezenas de migrantes é escoltado pela guarda costeira italiana, junto à cidade siciliana de Catânia FABRIZIO VILLA / GETTY IMAGES
RELAXE. Mar e praia, dois dos ecossistemas mais procurados nas férias de verão TAYFUN COSKUN / ANADOLU AGENCY / GETTY IMAGES
DESASTRE. A praia de Mae Ramphueng (Tailândia) está interdita a banhos, após o derramamento de petróleo no mar ATHENS ZAW ZAW / GETTY IMAGES
TREINO. Duas embarcações participam no exercício militar “Escudo Protetor”, no Mar Negro, perto da Roménia MIHAI BARBU / AFP / GETTY IMAGES
VIDA. Uma tartaruga recém-nascida num centro de incubação da cidade de Chennai (Índia) “ganhou asas” e segue na direção do Golfo de Bengala ARUN SANKAR / AFP / GETTY IMAGES
INDÚSTRIA. Um drone capta uma piscicultura de atum, no Mar Egeu MAHMUT SERDAR ALAKUS / ANADOLU AGENCY / GETTY IMAGES
COMÉRCIO. Três porta-contentores, de outras tantas empresas de transporte marítimo internacional, atravessam o Mar do Norte JONAS WALZBERG / GETTY IMAGES
PRODUÇÃO. Vista aérea sobre barcos de pesca numa quinta de algas, na cidade portuária de Dalian (China) GETTY IMAGES
TURISMO. Uma fila de barcos de cruzeiro ancorados junto à cidade de Miami (Estados Unidos) JOE RAEDLE / GETTY IMAGES
CRENÇAS. Numa praia de Bali (Indonésia), devotos hindus lavam a cara com água do mar, durante uma cerimónia de purificação GARRY LOTULUNG / NUR PHOTO / GETTY IMAGES
EXPLORAÇÂO. Um mergulhador verifica o estado dos recifes de coral, nas Ilhas da Sociedade (Polinésia Francesa) ALEXIS ROSENFELD / GETTY IMAGES
COMPETIÇÃO. Prova de vela, nas águas da cidade de Kiel (Alemanha), junto ao Mar Báltico SASCHA KLAHN / GETTY IMAGES
ABASTECIMENTO. Um navio-tanque descarrega petróleo, num terminal do porto de Yantai (China) GETTY IMAGES
RECREAÇÃO. Um pescador solitário exibe a captura de um polvo, na baía de Akyaka (Turquia) ONUR DOGMAN / GETTY IMAGES
SOBREVIVÊNCIA. Nas Maldivas, ameaçadas pela subida do nível do mar, um grupo de mulheres antecipa adversidades futuras e aprende a nadar ALLISON JOYCE / GETTY IMAGES
TRABALHO. Em Izmir (Turquia), os mergulhadores são fundamentais à apanha do atum MAHMUT SERDAR ALAKUS / ANADOLU AGENCY / GETTY IMAGES
CENÁRIO. Onde quer que se localize, o mar é garantia de um pôr do Sol espetacular, como na ilha de Föhr (Alemanha), junto ao Mar do Norte CHRISTIAN CHARISIUS / GETTY IMAGES
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 29 de junho de 2022. Pode ser consultado aqui
As tropas russas ainda não entraram em Kiev, mas a capital ucraniana já não escapa à destruição da guerra. De Irpin chegam imagens de grande sofrimento humano, com população ansiosa à espera de uma trégua para fugir para um local mais seguro. A Ucrânia é um país cada vez mais despovoado e destruído
NEGRO. É o tom dos céus da Ucrânia e do futuro do país, num momento em que ainda não se adivinha o fim da guerra ARIS MESSINIS / AFP / GETTY IMAGES
ÊXODO. Podia ser apenas um dia de trânsito caótico em Kiev. É um gigantesco engarrafamento provocado por quem procura fugir à guerra PIERRE CROM / GETTY IMAGES
INOCÊNCIA. Vidas interrompidas, à espera de atravessar a fronteira para a Polónia. O mais novo entretido, a mais velha resignada com a partida forçada WOJTEK RADWANSKI / AFP / GETTY IMAGES
ADAPTAÇÃO. Na normalidade possível num país em guerra, uma criança diverte-se num baloiço que sobreviveu intacto aos combates, em Kiev PIERRE CROM / GETTY IMAGES
INFERNO. Um edifício de apartamentos consumido pelas chamas, na capital ucraniana, após um bombardeamento. A guerra não distingue alvos militares de civis ARIS MESSINIS / AFP / GETTY IMAGES
VAZIO. Está longe o olhar (e o pensamento) deste ucraniano, ferido durante os combates com os russos, na região de Luhansk ANATOLII STEPANOV / AFP / GETTY IMAGES
SOBREVIVÊNCIA. É tudo o que significa a ajuda deste militar a uma mulher idosa, na cidade de Irpin ARIS MESSINIS /AFP / GETTY IMAGES
DOR. No corpo e na alma desta mulher de Chuguiv, no leste da Ucrânia, por ver o seu país atacado e destruído ARIS MESSINIS / AFP / GETTY IMAGES
SOCORRO. Para os militares ucranianos, fazer a guerra é também ajudar a transferir os mais vulneráveis das zonas dos combates SERGEI SUPINSKY / AFP / GETTY IMAGES
SEPARAÇÃO. Mulheres e crianças partiram. Os homens entre os 18 e os 60 anos ficaram para servir na guerra. Não há garantias de que se voltem a encontrar BULENT KILIC / AFP / GETTY IMAGES
SOLIDÃO. A presença do fiel amigo não ilude o isolamento e a expressão de tristeza desta idosa ARIS MESSINIS / AFP / GETTY IMAGES
FUGA. A ponte já não está intacta, mas ainda assim é uma escapatória preciosa para permitir a evacuação de Irpin ARIS MESSINIS / AFP / GETTY IMAGES
CAOS. Destruição total na cidade de Bucha, a oeste de Kiev ARIS MESSINIS / AFP / GETTY IMAGES
PARTIDA. Este autocarro leva ucranianos para a vizinha Moldávia. Ficar pode ser sinónimo de morte NIKOLAY DOYCHINOV / AFP / GETTY IMAGES
DESTRUIÇÃO. Imagens obtidas por satélite mostram um ataque a uma zona residencial, em Chernihiv GETTY IMAGES
SUSTO. Parece um ataque acidental a um prédio de Kiev. Mas na “guerra de Putin” , como muitos lhe chamam, tudo pode ser um alvo DANIEL LEAL / AFP / GETTY IMAGES
DESÂNIMO. A casa deste homem, na região de Chuguiv, no leste da Ucrânia, ficou transformada num monte de escombros ARIS MESSINIS / AFP / GETTY IMAGES
RESILIÊNCIA. Um homem limpa destroços junto a um prédio de apartamentos, num subúrbio da capital ucraniana DANIEL LEAL / AFP / GETTY IMAGES
FÉ. Preces a Deus para que ponha fim a uma guerra travada entre dois países cristãos (ortodoxos) DANIEL LEAL / AFP / GETTY IMAGES
ESPERA. Em redor da praça junto à Câmara Municipal de Kharkiv, há ucranianos armados à espera que os russos apareçam SERGEY BOBOK / AFP / GETTY IMAGES
ANSIEDADE. Abrigados sob uma ponte destruída, aguardam por uma trégua nos combates para saírem de Irpin para um sítio mais seguro DIMITAR DILKOFF / AFP / GETTY IMAGES
ATAQUE. Bombardeamento contra uma zona industrial, em Chernihiv. O fumo negro sai de tanques de armazenamento de petróleo GETTY IMAGES
ARMA. Garrafas usadas por voluntários para produzir cocktails Molotov, em Lviv DANIEL LEAL / AFP / GETTY IMAGES
ESTRAGOS. Este apartamento, em Kiev , escapou ao embate de um míssil, intercetagdo pelas forças ucranianas, mas não ao impacto dos estilhaços CHRIS MCGRATH / GETTY IMAGES
DESORIENTAÇÃO. Uma mão amiga transmite segurança a uma idosa visivelmente assustada, durante a evacuação de Irpin ANDRIY DUBCHAK / GETTY IMAGES
DEVASTAÇÃO. Na cidade de Moschun, não parece haver mais vida GETTY IMAGES
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 24 de março de 2022. Pode ser consultado aqui
Se o assalto ao Capitólio, nos Estados Unidos, por parte de apoiantes de Donald Trump, marcou o início de 2021, o ano termina sob o signo de uma grande tragédia chamada Afeganistão. Pelo meio, múltiplos eventos climáticos extremos confirmaram que as alterações climáticas não são ficção. A nível individual, destaca-se a coragem de Simone Biles, a descontração de Bernie Sanders e o reconhecimento feito pelo Papa Francisco a um super-herói
A aflição perante a ameaça colocada pelas chamas a toda uma (longa) vida, na ilha grega de Evia KONSTANTINOS TSAKALIDIS / GETTY IMAGES
Vidas interrompidas também no Afeganistão, com o regresso ao poder dos talibãs. Milhares de pessoas optaram por tentar fugir do país MARCUS YAM / GETTY IMAGES
Talibãs divertem-se num parque de diversões, em Cabul. De volta ao poder, exibiram tanto de intolerância como de infantilidade MARCUS YAM / GETTY IMAGES
A casa da democracia dos EUA invadida por fanáticos apoiantes de Donald Trump, derrotado nas presidenciais. Foi a 6 de janeiro, um dia negro que entrou para a história do país WIN MCNAMEE / GETTY IMAGES
O desespero no interior do Capitólio, com deputados deitados no chão, em pânico, perante os gritos ameaçadores dos intrusos TOM WILLIAMS / GETTY IMAGES
A instabilidade política nos EUA não esmorece o sonho americano de migrantes como estes que seguem a pé, com crianças exaustas em carrinhos de supermercado, através do México DANIEL BECERRIL / REUTERS
Em fila para entrarem em autocarros, estes migrantes tiveram sorte diferente. Intercetados, aceitaram um visto humanitário para ficarem no México JOSÉ LUIS GONZÁLEZ / REUTERS
Na Europa, o epicentro da crise migratória foi a fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, onde milhares de pessoas acamparam em florestas para tentarem entrar na União Europeia REUTERS
Famílias inteiras, na sua maioria em fuga à miséria no Haiti, atravessam um de muitos rios que têm pela frente, na região de Darién, na Colômbia JOHN MOORE / GETTY IMAGES
No Mediterrâneo, um jovem utiliza garrafas de plástico para manter-se à tona e tentar alcançar a costa de Ceuta, território espanhol no norte de África JON NAZCA / REUTERS
Uma mulher é detida durante uma vigília em Londres, em memória de Sarah Everard, cujo sequestro, violação e assassínio às mãos de um polícia revoltou o Reino Unido HANNAH MCKAY / REUTERS
Por todo o mundo, vários vulcões entraram erupção com grande intensidade. Foi o caso do Fagradalsfjall, na Islândia CAT GUNDRY-BECK / REUTERS
A instabilidade da superfície terrestre manifestou-se também na aldeia de Nefyn, no País de Gales, com um aparatoso desabamento a ameaçar arrastar casas pelo precipício CARL RECINE / REUTERS
Elasticidade e… magia, no tapete do Palácio de Cultura e Desportos de Varna, na Bulgária, durante o Campeonato Europeu de Ginástica Rítmica SPASIYANA SERGIEVA / REUTERS
Poderia ter sido até à eternidade, mas o compromisso entre Lionel Messi e o Barcelona terminou aos 20 anos de vida. O futebolista argentino saiu em lágrimas ALBERT GEA / REUTERS
Mattia Villardita, um italiano que encarna o Homem-Aranha para espalhar alegria em hospitais pediátricos, é saudado pelo Papa Francisco, na Praça de São Marcos REMO CASILLI / REUTERS
No zoo de Bakhchisaray, na Crimeia, o herói é um gibão deambulante entre miniaturas. A escala da instalação expõe a insignificância humana perante a natureza ALEXEY PAVLISHAK / REUTERS
O Parque Nacional das Sequoias, no estado norte-americano da Califórnia, transformado num mar de chamas DAVID SWANSON / REUTERS
A natureza no seu esplendor, no rio Yamuna, em Nova Deli, enquanto pescadores alimentam gaivotas NAVESH CHITRAKAR / REUTERS
Militares etíopes do sexo feminino capturadas pelos rebeldes da Frente Popular de Libertação do Tigray, na região de Mekele YASUYOSHI CHIBA / AFP / GETTY IMAGES
Joe Biden e Kamala Harris cumpriram o primeiro ano à frente da Administração dos EUA, com rasgados sorrisos mas também grandes preocupações KEVIN LAMARQUE / REUTERS
Pelo segundo ano, a pandemia condicionou o funcionamento do mundo. Também na Sérvia, onde a Stark Arena, em Belgrado, transformou-se num hospital de campanha para doentes covid MARKO DJURICA / REUTERS
A dor incontrolável de uma jovem brasileira perante a morte da mãe, uma das mais de 5,4 milhões de vítimas mortais da covid-19, em todo o mundo BRUNO KELLY / REUTERS
Na Índia, tomam-se os cuidados possíveis, durante um festival hindu, em Haridwar, nas margens do sagrado rio Ganges DANISH SIDDIQUI / REUTERS
Trabalho contínuo no crematório Sarai Kale Khan, devido à pandemia, na capital indiana, Nova Deli AMAL KS / GETTY IMAGES
Em Bruxelas, na Bélgica, uma manifestação em desafio às restrições justificadas com a covid-19 foi contrariada com jatos de água YVES HERMAN / REUTERS
Na África do Sul, a prisão de Jacob Zuma, motivou protestos de rua, reprimidos com violência. O ex-Presidente saiu, entretanto, em liberdade condicional SUMAYA HISHAM / REUTERS
Ainda que sem público nas bancadas, os Jogos Olímpicos de Tóquio decorreram com a espetacularidade de sempre HANNAH MCKAY / REUTERS
Uma “acrobacia” durante uma corrida de MotoGP, no circuito britânico de Silverstone. O “artista” não é Miguel Oliveira, mas antes o francês Fabio Quartararo ANDREW BOYERS / REUTERS
Raios cruzam os céus de Pequim, sobre edifícios com as fachadas transformadas em telas de ‘video mapping’, comemorativas do 100º aniversário do Partido Comunista Chinês NOEL CELIS / AFP / GETTY IMAGES
Em Beit Hanoun, no território palestiniano da Faixa de Gaza, o quotidiano continua a ser de destruição. Os mais pequenos enfrentam um futuro sem perspetivas FATIMA SHBAIR / GETTY IMAGES
Na Síria, as armas continuam a ditar o dia a dia, como o desta criança, na região de Idlib, que brinca junto a uma pilha de projéteis neutralizados AAREF WATAD / AFP / GETTY IMAGES
Em Myanmar, o projeto de democracia fez marcha-atrás, com o regresso dos militares ao poder e contestação nas ruas GETTY IMAGES
Esta nigeriana chora a fatalidade de duas filhas, levadas por homens armados de uma escola secundária de Jangebe KOLA SULAIMON / AFP / GETTY IMAGES
Sem lágrimas, Isabel II ‘chorou’ a morte do príncipe Filipe, o seu companheiro de vida, com quem esteve casada 73 anos JONATHAN BRADY / AFP / GETTY IMAGES
Bernie Sanders, ex-candidato à presidência dos EUA, tornou-se um meme nas redes sociais por causa desta pose, na cerimónia de tomada de posse de Joe Biden, em Washington DC BRENDAN SMIALOWSKI / AFP / GETTY IMAGES
Também Simone Biles incendiou as redes sociais ao abdicar de disputar a final individual dos Jogos Olímpicos. A ginasta supermedalhada optou por dar voz ao problema da saúde mental LOIC VENANCE / AFP / GETTY IMAGES
Em ano de cimeira da ONU sobre o clima, em Glasgow, os efeitos das alterações climáticas atingiram em força o centro da Europa. Na Bélgica, chuvas abundantes provocaram o caos FRANÇOIS WALSCHAERTS / AFP / GETTY IMAGES
No Quénia, as alterações climáticas manifestaram-se através de densos enxames de gafanhotos, que tudo destroem à sua passagem. Como este que rodeia um agricultor, em Meru YASUYOSHI CHIBA / AFP / GETTY IMAGES
Na ilha espanhola de La Palma, o vulcão Cumpre Vieja ‘adormeceu’ após 85 dias e 18 horas em erupção. Para trás, deixou um rasto de destruição, nesta pequena ilha do arquipélago das Canárias JORGE GUERRERO / AFP / GETTY IMAGES
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 31 de dezembro de 2021. Pode ser consultado aqui
Umas chegam acompanhadas por familiares, muitas outras seguem sozinhas. Há cada vez mais crianças a entrar ilegalmente nos Estados Unidos, vindas de países da América Central. O agravamento da crise migratória após a entrada de Joe Biden na Casa Branca obrigou o Presidente a recuperar as infames “gaiolas” que tantas críticas valeram a Donald Trump
Nunca houve tantas crianças ao deus-dará junto à fronteira entre os Estados Unidos e o México. Estatísticas do Serviço de Proteção das Alfândegas e Fronteiras dizem que só em março foram detetadas 18.890 crianças desacompanhadas, um recorde absoluto no contexto da crise migratória.
O anterior máximo acontecera em maio de 2019, quando foram registados 11.475 menores junto à fronteira. No total, só em março, foram detidas mais de 172 mil pessoas após entraram nos EUA de forma ilegal.
As chamadas “caravanas de migrantes”, alimentadas por gente em fuga à pobreza, à violência do crime organizado e mesmo a desastres naturais, como furacões, intensificaram-se após a chegada de Joe Biden à Casa Branca. Partem do chamado Triângulo Norte da América Central (Guatemala, Honduras e El Salvador).
“Não venham”, pede Biden
No seu primeiro dia em funções, o novo Presidente reverteu várias medidas da política migratória de Donald Trump. Suspendeu a construção de novos troços do muro, na fronteira com o México, e introduziu legislação com vista à legalização de quase 11 milhões de pessoas que já vivem no país.
A vontade de Biden de lidar com a pressão migratória de uma forma mais digna fez disparar rumores nos países de origem dos candidatos a migrantes, e criou a ilusão de que as fronteiras dos Estados Unidos estavam escancaradas.
“Ouvi no outro dia que eles estão a vir porque sabem que eu sou um bom tipo e que não vou fazer o que Trump fez. (…) ‘Não venham.’ (…) ‘Não abandonem a vossa cidade ou comunidade.” (Joe Biden, em entrevista à ABC News, a 16 de março, dirigindo-se aos potenciais migrantes)
Pressionadas pelas dificuldades quotidianas, milhares de pessoas ignoraram os apelos de Biden e continuaram a fazer-se à estrada, a pé ou à boleia, muitas vezes colocando as suas vidas nas mãos de traficantes, na esperança de viverem o sonho americano.
Sem ter onde alojar tantos menores desacompanhados que seguem nessas caravanas, a Administração Biden reativou centros de instalação temporários, geridos pelo Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras, que tantos protestos provocaram durante a Administração Trump.
As paredes em plástico substituíram o gradeamento, mas o conceito de detenção é o mesmo, e o espaço continua a ser exíguo.
Durante a era Trump, por força de uma política de tolerância zero à imigração ilegal, os EUA passaram a criminalizar quem entrava à socapa no país. Os adultos eram detidos em estabelecimentos federais que não admitiam crianças e estas eram separadas das famílias e ficavam a viver em jaulas de arame.
Em junho de 2018, o próprio Trump assinou um decreto executivo e acabou com a separação das famílias. O aumento do número de menores desacompanhados revela que o problema está muito longe de estar resolvido.
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De aspeto adoentado, a pequena Jocelyn, uma hondurenha de seis anos, é confortada pela mãe enquanto espera por transporte da polícia norte-americana. As duas, e dezenas de outros migrantes, acabaram de entrar nos EUA, em jangadas ADREES LATIF / REUTERSEsta criança espera por vez para tomar um duche, nas instalações para menores desacompanhados, em Donna, no Texas DARIO LOPEZ-MILLS / AFP / GETTY IMAGESTem apenas quatro meses. Adormecida, a hondurenha Karli vai ao colo do pai, quando o grupo em que seguem é intercetado por uma patrulha fronteiriça, em Hidalgo, no Texas JOHN MOORE / GETTY IMAGESMuitos migrantes entram nos Estados Unidos em frágeis jangadas, através do Rio Grande, a fronteira natural entre EUA e México JOHN MOORE / GETTY IMAGESUm hondurenho carrega a filha às costas, após entrarem nos EUA. A sujidade nas vestes revela a dureza de uma longa caminhada que ficou para trás ADREES LATIF / REUTERSMuito cansaço acumulado após uma longa caminhada que os levou da América Central aos Estados Unidos JOHN MOORE / GETTY IMAGESUm grupo de migrantes faz uma pausa, em San Pedro Sula, nas Honduras, já com a fronteira com a Guatemala à vista, antes de retomar a marcha a pé a caminho dos EUA WENDELL ESCOTO / AFP / GETTY IMAGESTêm ambos um ano de idade e nasceram na Guatemala. Marvin e Brando seguem às cavalitas das mães a caminho do ‘sonho americano’ ADREES LATIF / REUTERSOscar segue só. Tem 12 anos, partiu da Guatemala e acabou de atravessar o Rio Grande, que separa México e Estados Unidos ED JONES / AFP / GETTY IMAGESUm grupo de migrantes aguarda, num campo do Texas, que a polícia norte-americana os recolha e os leve para centros de acolhimento ADREES LATIF / REUTERSApós entrar nos EUA, muitos migrantes procuram a polícia para se entregarem e pedir asilo JOSE LUIS GONZALEZ / REUTERSMuitos migrantes são oriundos das Honduras. De Tegucigalpa, a capital, até território norte-americano são mais de 2500 quilómetros JOHN MOORE / GETTY IMAGESO descanso possível após muitos quilómetros nas pernas ADREES LATIF / REUTERSChegados aos Estados Unidos, vindos da Guatemala, pai e filho esperam que o seu pedido de asilo seja apreciado JOHN MOORE / GETTY IMAGESUma menina rasga um pedaço de papel higiénico, num ginásio de Ciudad Juarez, no México, convertido num centro de acolhimento de migrantes expulsos dos EUA PAUL RATJE / AFP / GETTY IMAGESDepois da longa aventura da viagem, começa a espera pela conclusão do processo burocrático, em solo americano ADREES LATIF / REUTERSEsta mulher, com um filho pequeno ao colo, foi largada na margem do Rio Grande. Os perigos que enfrenta são múltiplos JOHN MOORE / GETTY IMAGESA hondurenha Jennifer e o seu filho Carlos, de seis anos, descansam entre o feno, num campo texano, após entrar nos Estados Unidos ADREES LATIF / REUTERSFrancisco e Megan, pai e filha. Dois entre milhares de nomes que partiram das Honduras a caminho dos Estados Unidos ADREES LATIF / REUTERSCrianças contra o “muro”, uma batalha impossível de vencer JOSE LUIS GONZALEZ / REUTERSDe mão dada à mãe, Taznari, uma pequena hondurenha de três anos, prossegue caminho ADREES LATIF / REUTERSO carinho possível no seio de uma família guatemalteca, em Penitas, Texas JOHN MOORE / GETTY IMAGESO sonho terminou para estas crianças e respetivas famílias, sentadas num parque público de Reynosa, no México, após serem expulsas dos Estados Unidos DANIEL BECERRIL / REUTERSA noite foi passada a tentar dormitar, encostados ao gradeamento de um campo de beisebol, em La Joya, Texas ADREES LATIF / REUTERSPequenas mãos “espreitam” por entre as lâminas do “muro” entre os Estados Unidos e o México ADREES LATIF / REUTERSUm agente da polícia de fronteira dos EUA ajuda um insuflável que transporta migrantes a atracar, no fim da travessia do Rio Grande GO NAKAMURA / REUTERSPara esta criança e sua mãe, a viagem chegou ao fim. A polícia americana deixou-os numa paragem de autocarro entre Brownsville, no Texas, e a cidade mexicana de Matamoros, para que regressem a casa CHANDAN KHANNA / AFP / GETTY IMAGESEste pai e o seu filho bebé foram deportados dos EUA. Este repouso, num centro de acolhimento mexicano, não está isento de preocupações JOSE LUIS GONZALEZ / REUTERSNão é este o caso, mas há cada vez mais crianças desacompanhadas a chegar aos Estados Unidos ADREES LATIF / REUTERSApós atravessarem o Rio Grande pela calada da noite, estes migrantes escutam as instruções da polícia. Começa a batalha pela legalização GO NAKAMURA / REUTERS
Artigo publicado no “Expresso Online”, a 22 de abril de 2021. Pode ser consultado aqui
Jornalista de Internacional no "Expresso". A cada artigo que escrevo, passo a olhar para o mundo de forma diferente. Acho que é isso que me apaixona no jornalismo.