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Mundo ansioso à espera de um mestre na arte de agitar águas

Donald Trump tem à espera problemas herdados e outros criados por si após ser eleito

Donald Trump venceu as eleições há mais de dois meses e, apesar de só na segunda-feira se tornar o 47º Presidente dos Estados Unidos, parece estar em funções há muito tempo. O cessante Joe Biden já pouco se ouve e muito do que Trump diz assume importância de Estado.

A imprevisibilidade com que governou entre 2017 e 2021 — que o levou a aproximar-se da Coreia do Norte, mas também a ameaçar desproteger aliados da NATO — gera agora ansiedade, potenciada pela sua tendência para simplificar a abordagem de problemas complexos. Da invasão russa da Ucrânia à cobiça do Canal do Panamá, tem-se revelado um mestre na arte de agitar águas à custa de argumentos pouco consistentes, que ele vai adaptando ao sabor da maré.

UCRÂNIA

Em março de 2023 Trump começou a dar sinais de que tencionava voltar à Casa Branca e escolheu a guerra na Ucrânia para puxar dos galões. Em entrevista à Fox News disse que resolveria o conflito “em 24 horas”, sem revelar como. Garantiu também que as negociações com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky seriam “fáceis”. A 7 de janeiro, numa conferência de imprensa em Mar-a-Lago, refez o calendário: “Espero ter… seis meses.” A determinação em acabar com a guerra mantém-se, o que obrigou Zelensky a mudar de discurso. Se o seu Plano de Paz de 10 Pontos omitia qualquer negociação, com Trump em cena o ucraniano passou a admitir a necessidade de “meios diplomáticos” para alcançar “uma paz duradoura”. Em Moscovo, a 19 de dezembro, na sessão anual com jornalistas e cidadãos, Putin disse estar disposto a reunir-se com Trump: “Estamos prontos, mas o outro lado precisa de estar pronto para negociar e para um compromisso.”

GAZA

Com o anúncio do cessar-fogo entre Israel e o Hamas (ver texto nesta edição), Trump averbou uma vitória antes mesmo de entrar na Casa Branca. Depois de ganhar as eleições, ameaçara fazer “rebentar o inferno no Médio Oriente” se os reféns não fossem libertados antes da tomada de posse. O acordo deveria entrar em vigor na véspera. Nas negociações em Doha, no Catar, além da equipa de Biden, participou Steve Witkoff, empresário judeu que Trump nomeou enviado especial para o Médio Oriente. Foi ele quem voou de Doha até Jerusalém e forçou Benjamin Netanyahu a quebrar o shabbat para discutir o acordo. A imprensa israelita diz que a conversa foi “tensa”.

CHINA

O primeiro Governo de Trump foi marcado por uma guerra comercial e tecnológica com a China. A disputa foi tal que durante a pandemia Trump substituiu “coronavírus” por “vírus da China”. O convite a Xi Jinping para a tomada de posse (não estará) pode indiciar predisposição diferente, apesar de Trump ter escolhido um forte crítico de Pequim, Marco Rubio, para chefe da diplomacia. Em campanha, prometeu impor taxas de 10% a 60% sobre os produtos chineses. Questionado sobre o que faria se a China invadisse Taiwan, descartou a resposta militar: “Diria: se forem para Taiwan, peço desculpa, mas vou tributar-vos entre 150% e 200%.”

MÉXICO

Dos mais de 11 milhões de migrantes em situação irregular nos Estados Unidos, uma larga fatia vem do México. Após um primeiro mandato marcado pela questão do muro na fronteira sul, Trump volta à carga e promete castigar o vizinho com mais taxas aduaneiras se não apresentar serviço a conter os fluxos de migrantes e de drogas. Mas não só: “Vamos mudar o nome do golfo do México para golfo da América. É um anel lindo e cobre muito território”, propôs Trump. Há cerca de 100 dias no poder, a Presidente, Claudia Sheinbaum, respondeu sugerindo que o continente passasse a designar-se “América Mexicana”, como consta num documento antigo. “O México é um país livre, independente e soberano. Coordenámos, colaborámos, mas nunca nos subordinámos.”

CANADÁ

Trump repetiu a fórmula com o vizinho do Norte e ameaçou taxar em 25% todos os produtos importados do Canadá. “Esta tarifa permanecerá em vigor até que as drogas, em particular o fentanilo, e todos os estrangeiros ilegais deixem de invadir o nosso país!”, justificou. Justin Trudeau, o demissionário primeiro-ministro canadiano, retaliou: “Nenhum americano quer pagar mais 25% pela eletricidade, petróleo e gás vindos do Canadá.” Trump sugeriu que “a linha traçada artificialmente” na fronteira desaparecesse e o Canadá se tornasse o 51º estado da federação. Retorquiu Trudeau: “Os canadianos são extraordinariamente orgulhosos de ser canadianos. Uma das formas mais fáceis de nos definirmos é: ‘Não somos americanos’.”

IRÃO

Em 2018, Trump rasgou o acordo internacional sobre o programa nuclear do Irão. Questionado sobre um putativo ataque preventivo às instalações nucleares irania­nas, respondeu: “Não falo sobre isso, é estratégia militar. Só uma pessoa estúpida responderia.” Volta ao poder numa altura em que dois pivôs regionais do Irão estão enfraquecidos: o palestiniano Hamas e o libanês Hezbollah. “Espero que Trump conduza a região e o mundo à paz e não contribua para o derramamento de sangue ou a guerra”, disse à NBC, esta semana, o Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. “Vamos reagir a qualquer ação. Não tememos a guerra, mas não a procuramos.”

NATO

“Há anos, quando comecei com isto, não sabia muito sobre a NATO, mas acertei. Disse que eles estavam a aproveitar-se”, recordou Trump recentemente. O magnata sempre se insurgiu contra os membros que não gastavam 2% do PIB em defesa. Chegou a dizer que encorajaria a Rússia a atacar os incumpridores. Há dias, defendeu que a percentagem deveria ser de 5% (ver texto nestas páginas).

PANAMÁ

“É uma vergonha o que aconteceu no Canal do Panamá. Jimmy Carter deu-lho por 1 dólar e eles deveriam tratar-nos bem”, acusou Trump. “A China está nas duas extremidades do Canal do Panamá. A China está a gerir o Canal do Panamá.” Para o Panamá, esta via de cerca de 80 km é o seu principal ativo económico. José Raúl Mulino, na presidência desde 2024, não quer reagir até Trump ser investido. Com sorte, este contentar-se-á com um tratamento mais favorável para os seus navios.

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 16 de janeiro de 2025, e no “Expresso”, a 17 de janeiro de 2025. Pode ser consultado aqui

As imagens internacionais do ano: Rússia invadiu a Ucrânia, um telescópio captou o berço do universo, Roger Federer encostou a raquete

Num ano marcado pela guerra na Ucrânia, o Reino Unido foi destaque pela sucessão de inquilinos em Downing Street e pelo desaparecimento de Isabel II, e consequente mudança na monarquia britânica. A fúria climática desabou sobre o Paquistão e, 36 anos depois, a Argentina voltou a ser campeã do mundo de futebol. Em Hollywood, uma estalada na noite dos Óscares foi um grande ‘sucesso de bilheteira’. Algures no mundo, nasceu o terráqueo 8000 milhões

BÊNÇÃO. Um padre borrifa dois cães com água benta, num ‘drive-through’ de Quezon (Filipinas), no Dia Mundial dos Animais LISA MARIE DAVID / REUTERS

CONSAGRAÇÃO. Roger Federer abandonou os ‘courts’ ao estilo de ‘campeão dos campeões’. Na última partida, foi levado em ombros por rivais JULIAN FINNEY / GETTY IMAGES
SAUDADE. Dois corgis, a raça de cães preferida de Isabel II, despedem-se da rainha de Inglaterra à passagem do seu féretro PETER NICHOLLS / REUTERS
ADEUS. Isabel II reinou 70 anos. A comoção mundial perante o seu desaparecimento, a 8 de setembro, revelou respeito e gratidão EMILIO MORENATTI / GETTY IMAGES
DILÚVIO. A natureza fez sentor a sua fúria sobre o Paquistão, submergindo um terço do território após chivas abundantes JAN ALI LAGHARI / ANADOLU / GETTY IMAGES
CAMPEÃ. Abandonou o ténis, mas colocou reticências sobre um eventual regresso. “Nunca gostei da palavra reforma”, disse Serena Williams SHANNON STAPLETON / REUTERS
TRADIÇÃO. “La Tomatina” continua a atrair foliões de todo o mundo à cidade espanhola de Buñol JUAN MEDINA / REUTERS
SECA. Uma ovelha procura alimento num terreno sem pingo de água, na localidade espanhola de Villarta de los Montes SUSANA VERA / REUTERS
CONFRONTO. Protestos contra o uso obrigatório do ‘hijab’ (véu islâmico) rapidamente evoluíram para uma contestação generalizada ao regime teocrático AFP / GETTY IMAGES
ESPAÇO. Os mistérios do universo primordial, captados pelo telescópio James Webb, ao estilo de uma pintura NASA / REUTERS
FORÇA. A “pose” de um nadador, vencida a tração da água, nos Jogos da Commonwealth, em Birmingham (Reino Unido) STEFAN WERMUTH / REUTERS
ALTITUDE. Uma serpente de trânsito desbrava caminho entre a neve, numa zona montanhosa entre o Chile e a Argentina IVAN ALVARADO / REUTERS
VIOLÊNCIA. A força do pugilista britânico Derek Chisora está bem expressa no rosto do búlgaro Kubrat Pulev ANDREW COULDRIDGE / REUTERS
FÉ. Devotos hindus lançam lamparinas de óleo acesas nas águas do rio Buriganga, no Bangladesh MOHAMMAD PONIR HOSSAIN / REUTERS
DESESPERO. Nos EUA, as armas continuam a tirar a vida a inocentes: 19 crianças foram mortas a tiro numa escola primária do Texas ALLISON DINNER / AFP / GETTY IMAGES
SUCESSÃO. O dia chegaria, no Reino Unido. Desaparecida a respeitada Isabel II, sucedeu-lhe a incógnita Carlos III BEN STANSALL / GETTY IMAGES
GUERRA. A Rússia invadiu a Ucrânia e transformou em soldados os civis ucranianos com idades entre os 18 e os 60 anos STANISLAV YURCHENKO / REUTERS
FILME. A bofetada de Will Smith a Chris Rock, nos Óscares, demonstrou que a visa real também se pauta por cenas dignas da ficção ROBYN BECK / AFP / GETTY IMAGES
RECOMEÇO. Uma criança encontra uma boneca entre os destroços provocados pela passagem de um tornado, nos arredores de Nova Orleães ADREES LATIF / REUTERS
PARTIDA. Uma das feridas abertas pela guerra na Ucrânia: os homens ficaram para combater, mulheres e crianças tiveram de fugir SALWAN GEORGES / GETTY IMAGES
DESAFIO. A pequenez humana diante das ondas gigantes da Nazaré. Adrenalina pura para surfistas destemidos, como o brasileiro Éric Rebière PEDRO NUNES / REUTERS
FESTIVAL. Neste evento tradicional indonésio, chamado Pacu Jawi, um jóquei tenta que duas vacas corram em linha reta REUTERS
PROTEÇÃO. Neste hotel de Tóquio, é possível jantar dentro de cápsulas que resguardam os convivas dos perigos da covid-19 KIM KYUNG-HOON / REUTERS
DESILUSÃO. De joelhos e em lágrimas, Cristiano Ronaldo foi a imagem da capitulação portuguesa no Mundial do Catar FABRIZIO BENSCH / REUTERS
EUFORIA. Há 36 anos que a Argentina não ganhava um Mundial de futebol. O Catar e Lionel Messi foram talismãs AGUSTIN MARCARIAN / REUTERS
AUTORIDADE. Regado com o tradicional chá, o Congresso do Partido Comunista Chinês consagrou a liderança indicutível de Xi Jinping THOMAS PETER / REUTERS
ÊXODO. Partiram das Honduras a pé e foram intercetados pela polícia após atravessarem o Rio Grande, na fronteira entre o México e EUA ADREES LATIF / REUTERS
COMPETIÇÃO. A bola está protegida, já os dois futebolistas tiveram uma aterragem turbulenta GARY A. VASQUEZ / REUTERS
PROTESTO. Manifestantes e polícia de choque: um confronto que se replica mundo fora. Na Tailândia, o pretexto foi uma cimeira económica TANAT CHAYAPHATTHARITTHEE / REUTERS
REGRESSO. Donald Trump quer voltar à Casa Branca. No seu ‘resort’ de Mar-a-Lago, anunciou que irá disputar as primárias republicanas JONATHAN ERNST / REUTERS
POPULAÇÃO. Os habitantes da Terra são já mais de 8000 milhões. A China é o país mais populoso, mas a Índia cresce mais LISI NIESNER / REUTERS
AGRADECIMENTO. Numa aldeia perto de Kherson, resgatada aos russos, uma mulher leva flores para entregar aos militares ucranianos VALENTYN OGIRENKO / REUTERS
MEMÓRIA. O Muro de Berlim caiu há 33 anos, mas a cada 9 de novembro são colocadas flores num memorial, na capital alemã ANNEGRET HILSE / REUTERS
PROMESSA. Ron DeSantis destacou-se nas ‘midterms’ ao ponto de ser apontado como o principal rival republicano de Trump para 2024 MARCO BELLO / REUTERS
ORAÇÃO. Luz e cor, no interior de um templo de Dhaka, no Bangladesh, onde crentes hindus rezam MOHAMMAD PONIR HOSSAIN / REUTERS
CELEBRAÇÃO. Entre as mil e uma maneiras de comemorar um golo, esta é a do norueguês Erling Braut Haaland, ao serviço do Manchester City CARL RECINE / REUTERS
ANSIEDADE. Migrantes aguardam ordem de saída de uma embarcação da guarda costeira espanhola, na ilha da Gran Canaria BORJA SUAREZ / REUTERS
LUTO. No Dia de Todos os Santos, este músico peruano escalou um monte de Lima, até junto de um cemitério para confortar famílias enlutadas ANGELA PONCE / REUTERS
PASSAGEM. Liz Truss serviu em Downing Street pouco mais de um mês, o suficiente para privar com dois monarcas ingleses: Isabel II e Carlos III HENRY NICHOLLS / REUTERS
DISPUTA. No Cazaquistão, o cavalo é a arma do Kokpar, um jogo tradicional que envolve equipas de cavaleiros e a carcaça de uma cabra KONSTANTIN CHALABOV / REUTERS
AGITAÇÃO. O Haiti é um país sem sossego, entre assassinatos políticos, carências económicas e vulnerabilidade ambiental RALPH TEDY EROL / REUTERS
DISCIPLINA. Muitas horas de treino depois, esta chinesa não evita um esgar de dor, durante o Campeonato do Mundo de Ginástica, em Liverpool PHIL NOBLE / REUTERS
FRAGILIDADE. Aos 86 anos, o Papa Francisco está, visivelmente, cada vez mais debilitado. Mas no contacto com os fiéis, não perde o sorriso YARA NARDI / REUTERS

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 29 de dezembro de 2022. Pode ser consultado aqui

O que se passa no mundo ao nível da vacinação? Uma discrepância comprometedora

Portugal tem quase 90% dos seus habitantes imunizados. Com uma população semelhante, o Burundi administrou as duas doses da vacina a apenas 0,1% de quem vive no país. A pandemia é global, mas a vacinação ainda não o é

IMAGEM PIXABAY

Ao terceiro ano de pandemia, tornou-se chavão — e uma certeza absoluta — dizer-se que a covid-19 não será controlada no mundo enquanto cada país não a controlar individualmente. Ao estilo de um tsunami, que vai e vem, também as vagas da doença se vão sucedendo, contagiando à vez todos os países. Ou quase todos…

A nível oficial, há quatro países que ainda não reportaram qualquer caso de covid-19. Dois deles têm regimes políticos opacos — a Coreia do Norte e o Turquemenistão — e outros dois são Estados insulares, rodeados pelas águas do Oceano Pacífico: Tuvalu e Nauru.

Em todos os outros, corre-se contra o tempo perante a emergência de novas variantes, como a Ómicron, mais contagiosa do que as anteriores. Mas olhando para o mapa-mundo da vacinação, esta é uma corrida muito desigual, que decorre a múltiplas velocidades.

Israel, por exemplo, já começou a administrar a segunda dose de reforço — na prática, a quarta vacina — a maiores de 60 anos, profissionais de saúde e qualquer pessoa considerada vulnerável. Os israelitas deram este passo no combate à pandemia apoiados nas conclusões preliminares de um estudo do Centro Médico Sheba, nos arredores de Telavive, segundo as quais a quarta dose produz cinco vezes mais anticorpos, uma semana após ser administrada.

Em contraste com a vanguarda de Israel, que tem 9 milhões de habitantes e já imunizou 64,3% da população, a República Democrática do Congo, onde vivem dez vezes mais pessoas, tem apenas 0,1% da população com a vacinação completa.

MALÁSIA (ANNICE LYN / GETTY IMAGES)

Segundo o site Our World in Data, que atualiza diariamente um conjunto de índices relativos à pandemia, 59,2% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a covid-19. Porém, no conjunto dos países de baixo rendimento (segundo terminologia usada pelo Banco Mundial), essa percentagem não vai além dos 8,9%.

E quando se toma em consideração a vacinação completa (duas doses), a discrepância ao nível da percentagem da população imunizada é ainda mais gritante.

  • África: 9,7%
  • América do Norte e Central: 58,5%
  • América do Sul: 64,7%
  • Ásia: 58%
  • Europa: 61,9%
  • União Europeia: 69,9%
  • Oceânia: 58,6%

Numa outra abordagem ao estado da vacinação no mundo, em cada um dos cinco continentes, um grande fosso separa os países com maior percentagem de imunização daqueles com mais dificuldade em obter e aplicar as vacinas.

1. ÁFRICA

As ilhas Seicheles são o país com mais habitantes com vacinação completa (79,1%). No polo oposto está o Burundi, com menos de 0,1%.

2. AMÉRICA

Na metade norte do continente, o Canadá já garantiu a imunização de 77,6% da sua população, enquanto no Haiti apenas 0,7% está na mesma situação. A sul, o Chile é quem mais vacinou até ao momento (86,6%) e a Guiana menos (37,4%).

3. ÁSIA

Os Emirados Árabes Unidos lideram com 91,7% da sua população vacinada. Inversamente, o martirizado Iémen ainda só conseguiu imunizar 1,2%.

4. EUROPA

Com 89,9%, Portugal é o país com maior percentagem de população vacinada. Com apenas 22,1%, a Bósnia-Herzegovina é quem está mais atrasado. Entre os membros da União Europeia, o país com taxa de vacinação mais baixa é a Bulgária (28,2%).

5. OCEÂNIA

No mais pequeno dos continentes, a Austrália tem 77,3% dos seus cidadãos com duas doses tomadas, enquanto a Papua-Nova Guiné ainda só vai nos 2,5%.

Em muitos casos, os países com taxas de vacinação mais baixas terão dificuldades em aceder ao mercado das vacinas e estarão dependentes de doações. Mas em algumas latitudes, há fatores naturais que tornam as campanhas de vacinação verdadeiros desafios à destreza humana. Para que as vacinas cheguem às populações, as equipas médicas têm de subir montanhas, atravessar lagos ou desbravar caminhos cobertos de neve.

PERU (CARLOS MAMANI / AFP / GETTY IMAGES)
INDONÉSIA (ZUL KIFLI / ANADOLU AGENCY / GETTY IMAGES)
FILIPINAS (EZRA ACAYAN / GETTY IMAGES)
ZIMBABWE (TAFADZWA UFUMELI / GETTY IMAGES)
MALÁSIA (ANNICE LYN / GETTY IMAGES)
BRASIL (MICHAEL DANTAS / AFP / GETTY IMAGES)
TURQUIA (CHRIS MCGRATH / GETTY IMAGES)

Artigo publicado no “Expresso Online”, a 11 de janeiro de 2022. Pode ser consultado aqui